Primeiro que um criminoso não mantém todos os seus direitos (liberdade, por exemplo).
Quando você dá direito inalienável a alguém de não ser torturado, você cria para todos um dever de "não torturar". Eu vou proteger o torturado e punir o torturador. Assim, onde tem direitos, tem deveres.
Onde tem direitos, tem deveres,
para os outros. Se eu tenho o direito de não ser torturado, são os outros que tem o dever de não me torturar. Os meus deveres não tem nada a ver com os meus direitos, e sim com os direitos dos outros (que por acaso são iguais aos meus). Por isso que eu digo, o animal ter direitos ou as outras pessoas terem deveres para com ele, na prática é a mesma coisa. Uma coisa leva a outra.
E vale constar que liberdade de ir e vir é o único direito retirado de criminosos. Exceto em países comunistas, você mantém praticamente todas as outras liberdades.
Ou seja, liberdade de ir e vir aparentemente é o único direito que temos por merecimento. Segundo a minha proposição, esta não seria um dos direitos concedidos aos bixos (que não podem fazer por merecer cumprindo deveres, como já apontaram). Ou seja: estou sendo coerente para variar.
Assim, seguindo todo o meu raciocínio inicial ficaria assim:
"direitos implicam em responsabilidades, não é por que existem exceções que isso deixe de ser regra. E além do mais, a exceção criada pra abarcar animais seria diferente para a utilizada para abarcar humanos, pois humanos estão em outro patamar."
Mas é exatamente o que eu estou defendendo! Que a exceção concedida aos animais não incluam todo o pacote de direitos humanos, justamente por estarem em um patamar evolutivo abaixo do humano!
E é impressão minha ou com essa frase quotada você apenas me deu mais um ponto?
É impressão sua.
Meu ponto nesta frase é que se somos todos iguais, sem sermos idênticos, todos temos os mesmos direitos (vida, liberdade, yadda, yadda, yadda - afinal, somos iguais). Eu coloco que todos os humanos são semelhantes (neste sentido de iguais, mas não idênticos) entre si, e os animais estariam em um patamar abaixo. Já alguns outros acreditam que toda vida terrestre é semelhante (no sentido de...vc já sabe)
Certo, entendi o que você queria dizer.
Vende-se seca-rato pra matar rato. Ratoeira também não é nada indolor. Então eu vejo várias pessoas matando ratos de forma bem cruel até.
Quantas pessoas tu vê torturando ratos longe de suas casas então? Porque matar dentro de casa para se proteger do bixo é uma coisa. Eu não acusaria alguém de matar um cachorro se o cachorro invadiu a casa da pessoa e está espumando de raiva. Matar com o objetivo de preservar a saúde da família é uma coisa, torturar por torturar é outra (é tão difícil perceber que "ratoeira" não é comparação com "atirar pedras em cuscos para se divertir"?).
Eu espero que os pais dela pelo menos levem ela pra polícia quando ela voltar pra casa. Se a polícia vai conseguir te pegar ou não são outros 500, mas o crime vai ser registrado. Já o gato...
Se existir alguma lei defendendo o gato contra maus tratos nada impede que o dono, ao constatar que o gato foi alvo de um bicudo, registre o crime também. Claro que no caso do gato, a menos que o dono tenha ideia de quem agrediu seu animal de estimação, a queixa será inútil. Mesmo assim, nada impediria.
Justificar? Juridicamente posso apontar a constituição. De qualquer outra forma, é uma questão de ética.
Por curiosidade, que trecho da constituição (desculpe, realmente não conheço nossa constituição)? E eu só consigo ver como uma questão de ética quando tal lei fosse aplicada apenas a animais de estimação (ou socialmente aceitos, como você se referiu). E para animais selvagens?
Eu diria que a diferença está que para mim só faz sentido em falar em direitos e deveres com base no "Princípio da Equivalência de Interesses' - se algo ou alguém não é contemplado por isso, estamos falando de uma propriedade.
Bom, o que eu estou propondo é algo como "Princípio da Majoração de Interesses". Segundo este principio, ainda é possível falar em direitos ^^
O que você acha pior do que isso?
Ausência de Liberdade e Assassinato - o motivo torpe é só um extra.
Bom, considerando que estes são justamente os dois direitos que o Estado costuma tirar (o primeiro em todo lugar com prisões, o segundo apenas onde existe a pena de morte), parecem ser justamente os menos importantes. OK, o estado não os tira por serem menos importantes que outros (principalmente porque tirar outros direitos não teria muito uso para a sociedade), mas claramente nós dois temos pontos de vista diferentes sobre o que é pior.