Ué, eu estapeei alguém? Estou contando a minha visão e como cheguei nela, para que não pareça um troço bem "não é assim do jeito que eu gosto e todo mundo tá errado nessa porra, bando de retardados do caralho". Isso seria bobo, né.
Mas aí, no caso do "underground", da contra-culltura e afins o capitalismo entra em ação brutalmente.
Não é errado a princípio pois é da natureza do capitalismo ser assim, compra quem quer. Modinhas vão e vem, e se renovam, aí também é querer demais impedir que mais gente compartilhe do mesmo gosto.
O que é mais irônico, é que mesmo os heróis que vão contra historicamente acabam virando produtos.
Camisa do Che, da águia de duas cabeças czarista, foice e martelo, boina, ... "os produtos anti-capitalismo estão vendendo bem", li nos Malvados certa vez.
Estão vendendo um estilo de vida fictício, ué. Isso não é crime, é cômico.
O problema mesmo de certas coisas virarem caricaturas vendáveis de si mesmas é que o mais importante é que venda, já que a mensagem, a moral, o ensinamento eventual nos produtos de massa é completamente descartável para o capitalismo.
Isso não é ruim, é triste. Mas às vezes algo vaza.
Sabe aquela cena do Batman que os dois barcos, um com civis e outro com presidiários tem controles com botões pra explodir um ao outro e uma hora definida para decidir e um negão enorme pega e joga o controle fora dizendo "era isso que deveríamos ter feito desde o início". Aquilo foi foda.
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O capitalismo se tornou algo mais poderoso que religião, que necessidade biológica, que quase tudo... Você estuda para ter um bom emprego, uma carreira brilhante e obter coisas que você deseja porque propagandas te dizem que são boas, e elas convencem bem disso.
Carro, mulher, iate, perfume, mulher, mansão, férias na Europa, pistolão.
Seus sonhos precisam de muito dinheiro pra ser realizados, e para obtê-lo você tem de se render ao sistema.
Sua vida depende disso, você não pode viver fora, ser um eremita, um louco, um basbaque que não acredita no poder e glória que só muito dinheiro pode lhe trazer sem culpa nem compromisso com mais ninguém senão você mesmo.
Amor, sexo, tudo tem seu preço, tudo tem seu valor, tudo é uma questão de quantidade. Uma virgindade? Peitos maiores? Beijo na boca de língua com direito a orgasmo não-simulado? Mas é claro!
Seria injusto se não se pudesse trocar seu esforço, anos de sua vida por uma boa carreira e um contracheque cheio de zeros à direita por uma mulher gostosa e toda uma vida de luxo, luxúria e riqueza, ou se você for modesto, apenas o melhor para sua família.
Por conta disso Steve Jobs é um herói que morreu podre de rico e de câncer no pâncreas e o mundo deve agradecer e se prostrar por ter existido e seus filhos devem copiar, e uma pessoa altruísta como Albert Sabin que cedeu os direitos da vacina da poliomielite ao mundo de graça após anos de pesquisa é um "quem morreu em 1993 de ataque cardíaco?".
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Toda essa reclamação pode ser resumida em: Empresas de entretenimentos tentam agradar a maioria de seus potenciais clientes, não uma minoria com gostos idiossincráticos, que se orgulha de seu status minoritário e costuma a ter surtinhos se algo que realmente gostam atinge o mainstream ou um status mais próximo do Pop.
Ou seja, Síndrome de fã de Black Metal, Jazz Progressivo ou Indie Rock.
Nem precisava vir aqui defender o status quo, cara, isso até eu já superei, o atmo deve levar uns anos mais.
Não tenho raiva dos produtos que vendem mas não me agradam, pra me desmanchar em elogios defendendo outros, isso seria uma babaquice, são os dois lados da mesma moeda.
Digo que todo produto que me desagrada por expor essa faceta do "tem de vender de qualquer maneira, se não está vendendo é uma merda, põe uma controvérsia aí pra vender mais, recicla esse personagem aqui, bota lá um casal gay", etc, é ruim, pois se nem mesmo sua própria estrutura se sustenta com o passar dos anos, se prostitui da maneira mais vulgar para agradar mais, esse produto não vale porra nenhuma.
Se renovar != Se prostituir por mais público. É uma linha muito fina.
Até mesmo os produtos prostituídos podem ter sua apresentação melhorada, possívelmente melhor que o original, não descarto essa possibilidade.
Discursar aqui que é rusga de metaleiro não gostar de coisas novas é o argumento básico, se não puder opinar adiante, ou singularmente gostar de tudo que aparece-lhe na frente sem exceções, acho que temos um construto replicante com sinapses defeituosas logado.
Desenvolva, homem! Estamos opinando aqui. É pra ser subjetivo mesmo, não há axiomas nesse âmbito.