Só que quando o uso de coisas nocivas é um livre escolha do indivíduo. O melhor exemplo para isso são as drogas que causam sérios problemas se usadas por muito tempo e em grandes quantidades. Só que seu uso depende de uma escolha racional e individual.
Um dos motivos do tópico foi uma discussão em que o Publicano afirmava que era bom que propagandas de bebidas fossem proibidas. a propaganda só mostra um produto que ppode ser tornar nocivo, mas o uso é uma escolha.
Uso de drogas é uma questão de saúde pública, especialmente algumas drogas pesadas como o crack. Eu, particularmente, sou a favor da legalização de alguns tipos de drogas, desde que de uma maneira muito bem feita. E mesmo assim não acho que seria legal se junto com a liberação do uso viesse a liberação da propaganda do produto. Uma coisa é não proibir o consumo, outra é incentivá-lo.
Mas daí pra dizer que "quem quiser que use droga como quiser que é problema dele" existe um pequeno abismo de distância.
Claro que tem. Seu padrasto não considera que você está atacando ele ao chama-lo de "negão", mas ele pode considerar um ato de racismo quando uma pessoa na rua usar o mesmo termo para defini-lo.
Explique qual a diferença entre eu chamar meu padrasto de "negão" e você chamar seu amigo de "viado" e como isso prova que agressão verbal não é agressão caso ambas as coisas sejam feitas fora do contexto da amizade/brincadeira.
Só que se ela é difícil de ser classificada e definida não gera um parâmetro de que tipos de danos foram causados. Se não temos idéias do efeito da agressão como iremos punir a pessoa?
Já disse, uma coisa errada não deixa de ser errada só porque é difícil classificá-la.
Da mesma forma que existe gente que ficaria com ossos quebrados caso levasse um soco de alguém, existe gente que não ficaria, por ter uma constituição física mais forte e resistente. E isso ainda não justifica a agressão física.
Não é porque existe gente extremamente sensível, que não pode nem ser chamado de "bobo" que já se ofende, que qualquer qualquer caso de
abuso real não-físico possa ser feito de boas... As pessoas não são só um monte de carne ambulante. Existem mais coisas a serem feridas além de seus corpos. Existem os frescos "não me toque"? Sim. Isso é suficiente pra ignorar todo o resto? Não.
Da mesma forma que existem pessoas fortes e fracas fisicamente, existem as fortes e fracas psicologicamente. Não se deve levar nada ao extremo quando se trata de definir as regras sob as quais as pessoas devem conviver. O ser humano é uma criatura social, e isso implica estar envolvido com N nuances de N aspectos e situações do cotidiano.
Um exemplo do que eu estou falando é o assédio moral. Por mais que alguém possa dizer "ah, mas é só a pessoa não ligar pra isso", na prática da vida as coisas não são assim lindas como na teoria. Isso constitui, sim, um tipo de violência, ainda que psicológica.
Em outras palavras: o vídeo trata dos "extremos coitadinhos injustiçados" que reclamam de tudo e usa isso como argumento pra "liberar geral". Eu também não concordo com esses tipos de gente, mas não significa que não exista coisas que sejam ofensivas
mesmo, num nível realmente prejudicial.
Daí a minha afirmação de que
proibições arbitrárias são diferentes de
proibições de coisas nocivas; só porque a primeira é um absurdo não significa que a segunda não deva existir, principalmente com o argumento de que tem que ser assim porque é difícil de classificar.
Eu não estou falando que sou a favor da proibição da poligamia, apenas que não é um assunto tão simples quanto casamento homossexual.
Pois é, VA, por isso disse que seria um exemplo infeliz.
Edit: Tava relendo o tópico e li isso:
Parece que um lado nos criticamos a bancada evangélica por querer forçar um leitura cristã de nossas leis e tornar o Estado submisso a Bíblia, No extremo oposto temos pessoas que possuem uma visão do que é bom para a sociedade e querem retirar o direito de escolhas das outras. Estamos vivendo numa onda de desejos de proibir, parece que essa é a única forma com que vemos de resolver um problema.
Skar, você acha mesmo (mesmo, Mesmo, MESMO!) que proibir casamento homossexual fere a liberdade
da mesma forma que proibir propaganda de cerveja? Repito, PROPAGANDA de cerveja.