Agora assim não sei o que seria interessante num livro de cenário, mas tem dois livros que acho excelentes, Titan e GURPS Fantasy. Acho os cenários mais legais pra se jogar. Vou dar uma analisada neles e tentar descobrir o que mais me atrai ali.

Living Greyhawk Gazetteer.

Sabem que eu amo Ravenloft.

Por que eu gosto tanto dele?

Como sabem, Ravenloft está longe de ser original. Uns 95% dos darklords e dos cenários são baseados em figuras históricas reais, personagens da literatura e lendas. 

Entretanto, o que mais me chama a atenção no cenário é a riqueza dos personagens. São personagens que você lê e os sente como humanos verdadeiros em um mundo fantasia. São todos vilões, mas não são todos explicitamente maus cuja vida se dá em apenas matar, pilhar e destruir. Eu sinto pena e simpatia por muitos dos grandes darklords, que são eternamente punidos por grandes erros em seu passado.

Outros personagens, que não são os principais vilões, sempre possuem um podre ou problema difícil de resolver. Tudo isso em um mundo onde as principais forças que as movem tiram sarro de sua maldade. Se você é bom, se fode. Se você é mau, se fode em dobro.

Acho que o grande atrativo do cenário para mim, são o foco em personagens. Outros cenários parecem descrever muitas paisagens e NPCs grandiosos com metas infinitas. Eu já prefiro algo mais fantástico e humano ao mesmo tempo, um estilo de jogo e narrativa mais pesada, que faça com que os mistérios sejam assustadores e que faça com que você queira saber de tudo sobre aquele personagem e aquele reino.

A narrativa de Ravenloft é fantástica: a TSR se superou e a White Wolf continuou de forma excepcional. É uma narrativa envolvente e curiosa, com NPCs fazendo de tudo para conseguirem seus mais obscuros desejos, e falhando por isso. Mesmo NPCs Deus Ex Machina não despertam antipatia, pois a narrativa justifica  o fato daquele darklord ser tão poderoso.

Mesmo trabalhos posteriores e não oficiais são de grande qualidade. Ideias que alguns escritores não conseguiram levar adiante, mas que foram publicadas posteriormente pela Kargatane. Os Gazetteers descrevendo detalhadamente os domínios em primeira pessoa, sob a ótica de uma NPC que ao mesmo tempo desperta curiosidades sobre a própria.

Para finalizar, o que mais me chama a atenção em um cenário são seus personagens e sua narrativa. E isso faz com que eu tenha vontade de consumir tudo do cenário em questão.

De maneira geral, IMHO, um bom livro de cenário deve ter uma proposta original - ou mais próximo possível disso - e se manter coerente a esta proposta no decorrer da escrita (i.e., tornar os conceitos apresentados funcionais). Penso que não adianta nada você fazer um cenário com ideias extremamente criativas, mas elas não funcionarem dentro da proposta sob uma ótica estrutural do cenário.

Com seus prós e contras, gosto de dois cenários em particular: Agon e L5R. O primeiro se baseia na batalha entre os deuses do Olimpo e o papel dos personagens dentro dessas disputas. O interessante é o que o jogo assume que os personagens disputem entre si também, em busca de fama e glória. O segundo acho que não preciso apresentar, mas ainda que não seja totalmente original - shogunato, um certo sistema de castas, o inimigo além das fronteiras - o padrão do imaginário de um "Japão feudal [IRC!] -, ele traz esses elementos de forma um tanto coesa  (obviamente se desconsiderarmos umas baboseiras da AEG) e bem legal do avanço da história, movida até uns tempos atrás pelas disputas do card-game de mesmo nome.

Ah, uma menção honrosa para Warhammer.

De maneira geral gosto de livros que tenha uma proposta clara e que a ela seja bem desenvolvida. mundos que foram feitos para os jogadores serem os personagens principais e com vários tipos de ganchos e lacunas a serem preenchidas no decorrer das aventuras. a principio prefiro livros que não sejam extremamente detalhados, acho melhor que isso seja desenvolvido nos suplementos do cenário, mas é claro, quando é daqueles cenários em que você acha tudo ou quase tudo excelente sempre se quer mais e todos os livros são pequenos

Eu to em partes com o Cebolituz principalmente porque o melhor livro de cenário que li ser o Ravenloft (Principalmente o Dominios do Medo).

Para mim um Cenário tem que primeiramente te dar OPÇÕES de histórias diferentes, ricas, tanto como mestre e como jogador.

Depois tem que ter um história muito boa e envolvente que faça você relacionar aqueles boas opções que você teve com o contexto do cenário.

Um dos pontos que NÃO gosto do Forgotten é isso ele te dá muitas opções e te dá muitas histórias, mas há uma dificuldade grande pro jogador iniciante relacionar as opções com o contexto do cenário. (Principalmente porque o cenário tem vários contextos conflitantes inclusive). E Novamente o mal do aTormenta é o mesmo tem uma história porca e trocentas opções sem coesão.

Neste ponto é preferível uma história ou cenário curto, mas coeso que um gigantesco mas sem nexo.