É verdade que a sexualidade está presente em livros da WW, porém, os próprios recomendam cautela ao lidar com o tema. Além disso, tratar da sexualidade não envolve descrever uma cena de sexo em seus pormenores, apenas estar ciente de que ela ocorreu e lidar de forma adulta com os desdobramentos (uma gravidez, uma doença ou mesmo o laço criado com o outro personagem). Tanto que na ultima etapa da rolada de sedução é colocado o seguinte, recomendando que a cena seja cortada:
Payoff: The seducers gets what he wants. Whether he chooses to leave his "prey" hanging or consummate their relationship depends on the seducer's goal. Either way, the scene probably fades to black as the predator scores another notch on his personal James Bond list.
É aquilo que o Justin Achilin falou sobre drogas e violência, mas que também pode ser aplicado ao sexo. Um jogo adulto não é sobre listar os nomes das drogas que seu personagem usa, mas sim em como ele lida com as consequências. Só que nem todo mundo vai ter jogo de cintura ou mesmo vai se divertir enfrentando esses temas. A sexualidade é inerente do mundo das trevas, talvez. Vampiros são sedutores, Lobisomens tem o magnetismo animal. Só que nem sempre isso precisa afetar os jogadores, especialmente se eles não quiserem lidar com essas coisas. Eu tomo muito cuidado com isso especialmente depois de duas situações péssimas:
- A primeira eu era um jogador de vampiro, era uma aventura do sabath. E um dos jogadores estava interpretando uma vampira (gangrel, se eu me lembro bem). Em determinado momento outro jogador declarou que seu personagem ia tentar seduzir a gangrel e iniciou todo o processo de rolagens de sedução, mas resistido pela vampira. Não deu, ela falhou em todas as jogadas e de acordo com o mestre foi seduzida e não tinha nada que ele (jogador) poderia fazer a não ser interretar que estava afim de ir pra cama com o outro vampiro. O jogador frustrado declarou então que sua vampira estava se jogando na frente de um carro e não voltou mais jogar. Por que? Por qualquer motivo pessoal dele, ele não queria/sabia como reagir a ter de interpretar sua personagem gostando de outro personagem, ainda mais que os dois jogadores eram homens. Isso me mostrou que antes de fazer algo do tipo ou permitir algo do tipo na minha mesa é legal virar pra ambas as partes e perguntar: tá todo mundo de acordo com isso?
- A segunda eu estava mestrando e o erro foi meu. A Leila era uma lobisomem e estava investigando uma casa norturna que era um ponto de encontro de vampiros da cidade. Lá pelas tantas ela encontra uma vampira toda gótica dominatrix (eu havia acabado de assistir Matrix: revolutions me julguem
). Após uma perseguição... social (? Sei lá se é assim que se descreveria, mas elas ficaram se encarando e tentando uma não ser notada pela outra) a vampira saca o que está acontecendo e resolve que quer um brinquedinho novo. Ela então usa dominação na personagem da Leila, que falha no teste e é dominada. Ok. Até ai a jogadora já tava se queimando de raiva e eu deveria ter feito algo, mas tive um péssimo julgamento e descrevi como a vampira a deu um beijo na lobisomem sem que essa pudesse reagir. Péssimo. Horrível. Me arrependo disso até hoje e nem a morte da vampira serviu pra aliviar a situação. Alguns dirão que eu estuprei ficticiamente a personagem dela, mas eu não consigo pronunciar estupro fictício como algo sério, então vou dizer que abuso da personagem criou uma atmnosfera horrível no jogo. Conversei com a Leila depois e ficou acertado que esse tipo de coisa não vai ter lugar mais na mesa. Agora dominação é só pra fazer um personagem atacar o outro ou alguma tarefa que não envolva sexo.