é que os heróis têm pouco haver, assim como os temas. São aliens num dia, robôs no outro; Aberração científica se mistura com mestre da magia, com mutante, com robô e com fotógrafo mordido por bezouro radioativo e... já deu para entender.
Ao que se refere exatamente?
Se é as hqs bem e porque eram historias estranhas. Ou historias de ação. Ou historias de ficção cientifica. Eram historias antológicas, muitas vezes eram curtas e não dividiam um universo. Apenas no final da Era de Ouro, passaram a aceitar que os "costumed heroes" coexistiam e na era que se passou, a de prata, houve um esforço maior em unir personagens. Mas mesmo lá cada HQ era única, própria, tinha seu próprio universo e leis. Apenas Apenas quando tanto a DC e a Marvel começaram a querer cada vez mais cross over entre suas franquias separadas que o conceito de "Universo coexistente" foi explorado, e dai que várias conexões entre os heróis foram estabelecidas (Exemplo: O escudo do Capitão America ser feito de Vibranium, metal encontrado em Wakanda e guardado pelo heroi Pantera Negra - Que veste uma roupa feita com uma malha feita de um composto de tal metal.)
É inegável que mesmo com tais esforços a coisa fica meio sem pé sem cabeça, sem todos os herois terem um tema que os conecta.
Pois eles não foram criados para serem conectados. Mas são porque fãs gostam disso. HQs após a morte dos grandes como Jack Kirby ou o afastamento de outros, se tornou algo feito por fãs, para fãs.
O que me leva a cenários de supers.
Vamos falar de o mais clássico, Champions. Champions é similar a quadrinhos na ideia de que há vários heróis coloridos e distintos entre eles, porém o cenário se esforço (e muito) em conectar tudo de uma maneira interessante. Eu irei explicar como.
- Super Poderes: São todos magia. Todos. Sem exceção. A maneira que o personagem lida com a magia, seja inflamando seu corpo com fogo, ou atirando raios laser dos olhos é MAGIA PURA. O que ocorre é que as pessoas são tocadas pelas "Dimensões Mágicas" de maneira diferente quando são meta humanos. Involve evolução do seu DNA com energias mágicas. Basicamente, quando um ser de outra dimensão passa pela terra, sua mera presença tem um efeito "mutante" mágico nas pessoas ao seu redor. Os "Big Bad" do cenário são criaturas Lovecraftianas que mandam emissários para a terra colher a energia gerada por meta humanos para se alimentar e ficar mais fortes.
- O mundo é vivo, envelhece e cresce. O jogo é dividido por timelines baseadas na era de ouro, prata, bronze, etc como outros cenários porém os heróis envelhecem, passam seus mantos para aprendizes e tudo mais. Como eu falei a cima sobre super poderes, é muito incomum super heróis terem os mesmo poderes, porém uma mutação mágica pode passar para seus descendentes. Por isso você vê muitos filhos e filhas pegando no manto de seus pais no cenário. O mais legal é que os livros tendem a descrever com detalhe regiões do mundo, explicando como herois surgiram lá, como se desenvolveram, como a população reagiu a eles, o que os governos fizeram, e por ai vai. DIFERENTEMENTE de um universo como Marvel ou DC onde um grande acontecimento é revertido e ignorado por causa do Status Quo, tais acontecimentos são catalisas para novas historias no timeline. Por exemplo em uma aventura clássica o Dr. Destroyer EXPLODE Detroit, matando milhares de pessoas e heróis. Não só isso empurrou o governo americano em registrar todos os herois e ficar de olho neles (Isso décadas antes da historia "Guerra Civil" da marvel
), fortalecendo uma facção reguladora de Supers em solo americano e o filho de um dos herois, que não tinha poderes, é motivado a construir engenhocas para combater o crime e vingar a morte de inocentes. Tal personagem é tão popular que virou o "poster boy" do cenário.
Enquanto isso no Brasil, os herois são todos uns corruptos safados que decidiram virar super criminosos, e apenas o Super Heroi 100% brasileiro chamado "El Dorado" (
) se opõe a eles. Existem por exemplos, MUITOS meta humanos no Brasil, porém eles raramente viram heróis porque a população odeia eles (Vide: O super grupo que eu mencionei ali em cima.). Até mesmo El Dorado é perseguido lá e no México mas os outros países da America do Sul o respeitam e o ajudam.
Enfim há um esforço de conectar o mundo inteiro e não parecer que todos os heróis ficam na America. Na realidade, o maior número de heróis em "Champions" fica na China.
- UNITY tenta unir herois e envia-los em missões juntos por todos os cantos do globo.Pense na SHIELD só que muito maior e conectada intimamente pela ONU. E sim, isso faz deles extremamente políticos e não 100% bonzinhos.
Enfim isso é só UM cenário de Supers em RPG. Outro digno de nota é o "Wild Cards" escrito por George Martin e tem vários conceitos de historia alternativa muito legal lá, mas tudo o que eu sei foi o que eu li no "GURPS Supers" então não posso me extender.
Para mim o que faltam em jogos de supers é mais foco em vida dupla, mecanicamente, na dinâmica do jogo mesmo. Isso sim seria aproveitar o gênero realmente como um jogo(ao meu ver). Aquele sistema usado no smallvile(esqueci o nome) fez um bom trabalho em emular certas coisas, como relações... acho que falta ir mais fundo em emular o gênero
Aquilo funciona muito bem - Se você esta querendo emular uma série como Smallville.
Quando o mesmo autor tentou emular quadrinhos, ele cagou literalmente nisso e pos o foco em cenas. pode-se fazer isso como uma critica mas em minha opinião emula perfeitamente a estrutura de HQs.
Um colega meu compilou todos os herois e vilões que usamos em nossa mesma. Se deseja, posso dar um timeline e um resuminho dos acontecimentos do mundo para você ver como uma campanha de mais de 3 anos de Supers pode se desenrolar.