Estava aqui pensando sobre minha campanha paragon de D&D 4e em vias de virar épica. Percebo que nesse mundo (criado pra campanha e até que bem vasto, mas só com algumas partes relativamente exploradas pelos PCs) há vários personagens paragons no plano material, literalmente centenas espalhados pelo mundo e algumas poucas dezenas por grande cidade, com algumas unidades de personagens épicos em cidades principais no mundo, refletindo um mundo em crescimento, com capacidade de treinar gente pra chegar ao ápice do poder (e também pra ter desafio pros personagens jogadores). Se eu tivesse me planejado direito de início, a campanha seria mais planar, onde há mais justificativa pra ter personagens paragon e épicos vivendo em cidades e organizando lei, negócios e afins. Tanto é que quando fiz uma campanha que não durou muito de 4e (heróica, ou seja niveis baixos) haviam bem menos paragons e épicos no mundo, mesmo sendo um mundo grande.


Como funcionam nas mesas de vocês esse esquema de quantidade de personagens poderosos no mundo? Preferem essa abordagem que falei ou uma abordagem bem minimalista (nenhum ou bem poucos personagens poderosos vivendo no mundo material ou Terra)?

Se tiver MUITA gente poderosa demais, ai que não vai ter por que ter personagens jogadores andando por ai.

Se tiver MUITA gente poderosa demais, ai que não vai ter por que ter personagens jogadores andando por ai.

Claro que não. Eberron tem Io'Lokar,  uma cidade com uns 2 mil personagens épicos e isso não impediu de maneira alguma a existência de aventureiros. Sem contar a existência de um continente inteiro só de Dragões e seja lá que bizarrices Xoriat e Dal'Quor enviarem para Eberron no próximo alinhamento comum dos planos.

Eu penso que pra um grupo de personagens poderosos (pelo menos em sistemas como D&D, ainda mais a terceira e quarta edição, não sei como seria em AD&D e 0D&D) pro grupo ser sempre desafiado eles precisam ter oponentes igualmente poderosos a disposição, a maioria em outros planos, mas uma parte ainda assim no plano material. Além de ter aliados igualmente poderosos, é claro, mas quanto maior o nivel mais os personagens jogadores devem perceber que são especiais e que tudo se afunila, que passam a ter outras interações, passando a estar em outro patamar, a deixar problemas menores nas mãos de aventureiros mais fracos ou de aprendizes. Além disso, um grupo de NPCs poderosos conflitantes deixa o mundo menos monopolizado, seja estando em armistício ou em guerra aberta ao invés naquela paz ditatorial e monopolizada por apenas um grupo ou uma pessoa.

Depende no tamanho do mundo, sinceramente, faz todo sentido existirem vários heróis de nível poder médio para épico serem "deterrentes nucleares" entre grandes nações.

"Você não manda seu grupo épico, que eu não mando o meu" pode ser uma ferramenta ótima de barganha.

Citação de: Atmo em Junho 07, 2013, 10:41:21 pm

Citação de: JM, O Invisível em Junho 07, 2013, 10:30:33 pm

Citação de: Atmo em Junho 07, 2013, 10:29:43 pm

Se tiver MUITA gente poderosa demais, ai que não vai ter por que ter personagens jogadores andando por ai.

Não necessariamente. FR resolveu isso muito bem!

Mas não aprendi direito com eles, nem o pessoal de certos cenários menores (não to falando do Trio).

Anime demais da nisso!

Loddoss não entra nisso, nem Wizardry.

Citação de: MagoCego em Junho 07, 2013, 11:09:26 pm

Eu sempre preferi mundo com pouca magia e nível de personagem. Por isso, sempre que mestrei FR (em AD&D [eu sei, o sistema é quebrado, mas mesmo assim nunca tive problema com isso e já que tenho todo o material que saiu em pt...]), não haviam tantos npcs poderosos e nem tantos itens mágicos.

Mas tem o que pode ser considerado o NPC icônico mais famoso/poderoso da época, que é o Elminster...

Tem, mas ele nunca apareceu (nem indiretamente) nas minhas campanhas. A única coisa que os jogadores já viram, era a torre dele. Até naquela campanha de shadowdale em que na aventura você encontra o Elminster andando na masmorra com um cachorrinho e uma varinha. Quando o Elminster fala "pule" a varinha entende "cure" e cura os personagens jogadores. Achei isso tão idiota que ele nunca apareceu nessa aventura.

Apesar de defender a existência de ameaças e oponentes (e mesmo aliados dignos) épicos, não gosto de NPCs como o Elminster ou tipo que são o protagonista (Superman e Goku são bons exemplos) numa mesa de RPG. Por isso defendo a pluralidade que anula o monopólio de protagonismo, dando brecha para os PCs brilharem, desde sua época de niveis baixos até o ápice épico de seu poder.

ISSO!

Eu acho foda um personagem toptaradaomotherfuckfromhellbadass mas ele tem que estar relegado a 7º plano em relação a historia. Ele pode ser o motivo de alguem lutar e tal, mestre do mestre do seu mestre, razão de toda a aventura, mas NUNCA deveria participar da aventura.

Imagina Elmister ajudando o grupo: "Então vocês tem que derrotar o rei demônio, e pra isso precisam achar uma lampada mágica vazia, conseguir os pergaminhos do ritual necessário pra coloca-lo na lampada, achar os materiais desse ritual, ir no plano inferior, captura-lo vivo e leva-lo as justiças celestes? Porque eu não abro um portal aqui, vou lá, pego ele pra vc e invoco com um desejo maior uma lampada magica pronta pra prender ele? Faço isso em 5 minutos, não espera, 10 min porque preciso ir no banheiro antes!"