Após jogar uma sequencia de Baldurs Gate 1 > Baldurs Gate 2 > Planescape Torment (todos games baseados em D&D) no ultimo mês, eu descobri algo que me incomoda:
Itens mágicos. Não sei se to usando o termo correto aqui. Na verdade existem itens mágicos
muito interessantes nesses jogos, mas em contrapartida existem outros que dão uma verdadeira brochada na coisa toda. Alguns exemplos pra ilustrar o ponto:
Ítens mágicos LEGAIS:
- Barata da Sorte: uma pequena barata de casca dura pintada com desenhos estranhos. Se consumida, o individuo tem sua pele endurecida temporariamente como uma casca de barata, se tornando muito resistente a danos contundentes (e dificil de ser esmagado). Muito comum entre os habitantes do bairro da Colméia, em Sigil.
- Adaga de Aço Verde: forjada em Beiátor, o metal dessa adaga é oriundo das desolações de Avernus. Seu material esverdeado é leve como uma pluma, e mantém seu fio indefinidamente. Uma raridade fora do plano de Beiátor.
- Zerth-Lâmina: no caos primordial do Limbro matéria sólida é uma raridade. Por meio da vontade e disciplina, os githzerai conseguem moldar e dar propósito a este caos. Uma substância chamada "karach" é de particular maleabilidade mental. O sabre "Zerth-lâmina" é feito desta substância, por isso pode ter seu comprimento, largura, forma e coloração moldados de acordo com o desejo do usuário e circunstância. Somente guerreiros Gith treinados desde cedo nos ensinamentos do grande Zerthimon possuem tal habilidade. Nas mãos de um usuário sem esta disciplina, a lâmina se liquefaria.
Ítens mágicos TOSCOS:
- Faca Encantada +1: a lâmina dessa faca foi melhorada magicamente por um feiticeiro para conferir um dano adicional.
- Anél do Viajante: esses anéis possuem um encantamento para proteger o usuário de danos, e são bem comuns nos planos. Magos geralmente criam esses anéis pra fazer um dinheiro rápido.
- Armadura Encantada +2: a julgar pelos glifos em seu metal lâmina, esta armadura foi encatanda por algum mago poderoso. Confere maior proteção ao seu usuário.
Perceberam a diferença ? Os primeiros ítens ajudam a colorir o mundo, seja trazendo uma história de seu passado, ou ilustrando algum aspecto interessante que retrata a natureza ou costumes deste, etc. Já o segundo tipo de ítem mágico é desprovido de cor ou algo além de mera utilidade. É um "ítem mágico genérico".
E o pior é que a tendência nesses jogos é você começar a esbarrar com o segundo tipo de itens mágicos aos montes conforme vai ficando mais forte. Chega uma hora que você abre um baú e.. ítem mágico genérico. Mata um monstro e... ítem mágico genérico. Chega numa loja e.. ítens mágicos genéricos. Sério, chega a um ponto em que TODOS os vendedores têm itens mágicos disponíveis em seu inventário. Como se o sujeito chegasse num estabelecimento e..
"MANUEL! AINDA TEM ESPADA MÁGICA AÍ ?", e o Manuel grita.. "ACABOU! MAS EU ENCANTO OUTRA AQUI RAPIDINHO!!!!".
ou então..
"MANUEL! ESSA ESPADA MÁGICA PIFOU!", e o Manuel grita.. "DEIXA COMIGO! DOU UMA SEGUNDA MÃO NO GLIFO E UMA ROSQUEADA NO RUBI QUE VOLTA A FUNCIONAR RAPIDINHO!"
ou ainda..
"MANUEL! ENCANTA ESSA FACA PRA MIM???", e lá vai o Manuel... "NÃO DÁ! TO COM 15 ENCOMENDAS PRA LIBERAR HOJE AINDA! PASSA AMANHÃ!"
Porra, não tem nada mais anti-mágico do que a banalização da magia. Mas é exatamente isso que esses itens fazem, ao menos na minha opinião. Concordam ? Discordam ? Como vocês lidam com isso nas mesas de vocês ?