Nunca fui adepto da ideia de "vocês tem a esquerda e a direita, decidam-se!" "Depois de um longo debate, escolhemos a direita." "Na direita tem uma dungeon, mas se escolhessem a esquerda, teriam ma mesma dungeon, sem eles saberem". Ou como dizem, a falsa ideia de liberdade.
Quando eu planejo a aventura, essa falsa ideia é justamente uma das coisas que eu mais trabalho. Nesse ponto eu vejo até como uma necessidade, pois sempre que eu planejo uma aventura é porque ela tem importância real para o tema principal da campanha.
Eu costumo mestrar por improvisação também, geralmente planejando apenas encontros aleatórios e deixando o restante por decisão dos jogadores. Acho que neste ponto, a improvisação é o único elemento onde a ideia de liberdade tende a ser real. NPCs, encontros e aventuras vão surgindo conforme as decisões dos jogadores.
O problema da improvisação é justamente essas pontas soltas. Por isso que um "log de sessão" é sempre indispensável, pois sempre que surge uma destas pontas, anota-se para utilização futura.
Saindo do tema de elaboração da aventura, temos ainda o gerenciamento de personagens e jogadores. Eu gosto de, depois da quinta sessão, tirar um dia de jogo e perguntar para os jogadores se eles estão satisfeitos com os personagens que montaram, se querem alterar alguma coisa (que não influencie o contexto do personagem na campanha), se a definição do background (que eles definem, mas geralmente eu influencio) está adequada dentro da história que eles imaginam, etc.
Acho que uma das coisas mais saudáveis é ter jogadores satisfeitos com aquilo que têm em mãos. Deixar eles à deriva até que encontrem um jeito de corrigir uma escolha errada é angustiante para eles e pode até desmotivá-los na campanha.
Por fim, temos o gerenciamento pessoal. Namoradas, esposas, filhos, etc, são fatores que não podem ser esquecidos de forma alguma. Quando eu estou planejando jogar uma sessão de RPG no domingo a tarde, digo das 14h às 19h, eu faço todo o esforço possível para dar toda a atenção necessária para minha mulher e meu filho neste mesmo final de semana.
Almoço no sábado em família na casa de minha mãe (minha sogra mora em outra cidade), uma tarde do mesmo sábado passeando no shoping e, quando não estou cansado, uma saída a noite na casa de algum amigo em comum para um bate-papo descontraído. No domingo cedo, dou um pulo rápido na praia, só pra sentir a água gelada batendo nos pés e dar risadas das risadas do filho com a água salgada. Quando faço isso tudo, minha mulher fica mais que satisfeita e eu passo o restante do domingo jogando alegremente.
Isso tudo é dispensável se sua mulher/namorada faz parte o mesmo círculo rpgístico que você. Com certeza ela irá curtir uma sessão de RPG da mesmo forma que curtiria essas outras atrações.