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Metajogo e coerência

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Heitor:

--- Citação de: Smaug em Agosto 16, 2014, 11:07:21 am ---
--- Citar ---Metajogo pra mim é explorar as falhas, deliberadas ou não, do sistema. Principalmente quando só basta recolorir pra "ficar igual". Tipo escolher um clérigo pra fazer papel de guerreiro, e descrever como proezas de luta as magias e superpoderes (com uma boa vontade do caramba).
--- Fim de citação ---
Espera, como isso é uma falha do sistema? O sistema deveria te proibir de usar um clérigo como se fosse um guerreiro? Do tipo, ter um regra que diz: é proibido usar uma classe como se fosse outra classe. Ex: um psiônico jamais poderá ser um mago ou um clérigo jamais poderá ser um guerreiro.
Cara, e eu me achando xiita com as regras...

--- Fim de citação ---

A falha não é ter o clérigo que pode fazer papel de guerreiro, a falha é ter o clérigo que é melhor que o guerreiro e ainda assim o jogo vender que o guerreiro é melhor combatente. É o velho problema de Ivory Tower e a indução ao erro para o jogador que desconhece o jogo como um todo.

Meio como a Samsung, com suas dezenas de celulares divididos em escalas de valor e qualidade discrepantes. Numa comparação com D&D, é como vender um determinado modelo de celular (guerreiro) como a versão mais barata de outro celular mais parrudo (clérigo de combate), quando na verdade é a versão "capada". O guerreiro nem tem componentes (habilidades) que formam um conjunto ideal pra função dele, é só um aparelho que teve as partes de alta tecnologia substituídas por outras piores, até o limite de ficar meramente operacional.

Macnol:
Não sei se eu chamaria de metajogo, aí acho que é mais pra falha do sistema e um band-aid colado em cima.

Acharia mais metajogo, sei lá... personagens abusando das mecânicas de poderes diários e dando um jeito de dormir depois de cada combate, por exemplo. Ou outras coisas que não fariam muito sentido na ficção, mas que são usadas porque abusam detalhes das regras e deixam os personagens mais fortes.

Smaug:
Isso ai que o Macnol falou... metajogo é usar elementos externos ao universo do jogo ou dar um salto nas regras para conseguir uma vantagem. Seria tipo eu, já tendo lido a aventura a Trilogia do Fogo das Bruxas, quando estiver jogando ela "resolver" invadir um certo tumulo memorial em Corvis porque eu sei que lá tem uma espada artefato poderosa. Alias, Community, no episódio que eles jogam AD&D, tem um dos melhores exemplos de metajogo, com Percy lendo o livro da aventura e usando isso para ferrar o grupo.
Também pode ser usado em termos de regras quando você marotamente leu o livro dos monstros inteiro e se prepara de antemão pra todos eles, inclusive aqueles que seu personagem não tem motivos para saber que existem. É aquela clássica discussão: todo mundo em um cenário de fantasia medieval sabe que Trolls não regeneram dano de ácido ou o mestre ainda tem que pedir testes de skills para isso?

crudebuster:

--- Citação de: MagoCego em Agosto 15, 2014, 10:33:57 pm ---
--- Citar --- (Cons 18 te dá 108 segundos de ar EM ATIVIDADE física)
--- Fim de citação ---

Mas nós não temos mergulhadores que ficam 3-4 minutos mergulhando e sem respirar?

--- Fim de citação ---

Os caras da apnéia que fazem isso pra pescar com arbaleste ou lanças mesmo tem a vantagem de não precisar nadar muito pra pegar suas presas, e obviamente é uma atividade que envolve se mover devagar e cuidadosamente embaixo d'água, seus tímpanos estouram fácil se você se achar o aquaman.

Não é exatamente como invadir um lugar brandindo uma espada usando uma armadura, carregando peso pra caralho, e mesmo os mergulhadores que usam pesos tem a própria física da água a seu favor, se afundarem demais a água enterra, se estiverem no limite os pesos só ajudam a não ter de "nadar pra baixo", mesmo usando scuba diving e cilindros de ar comprimido.

Wilken:
Eu lembro de ter lido em algum lugar que se um desafio pode ser resolvido só com metagame então ele é um desafio mal-feito; não se isso se aplica no conceito de metagame que está sendo discutido nesse tópico (que parece bem mais abrangente), mas é algo que eu já vinha sentindo a algum tempo, saber resolver algum desafio (seja conhecendo as estatísticas do monstro ou sabendo onde a chave tá escondida, etc) mas não poder resolver ele porque seria metagame é um troço meio chato, especialmente quando você precisa fazer de conta que acabou de descobrir a resposta ("OH MEU DEUS, ESSE TROLL REGENERA").

O que eu venho tentando fazer nas minhas mesas é alternar entre desafios já conhecidos e desafios que os jogadores não tem como conhecer ainda; se em algum ponto da aventura os jogadores encontrarem trolls de alguma região específica que explodem ao invés de regenerar (exemplo tosco), isso não só serve como surpresa mas também vai deixar eles na dúvida quando enfrentarem trolls mais uma vez.

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