Autor Tópico: A Noite Clara: Um Bloco de Pedra  (Lida 7723 vezes)

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Offline Malena Mordekai

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A Noite Clara: Um Bloco de Pedra
« Online: Abril 14, 2012, 03:52:59 pm »
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Esse conto foi publicado em dois blogues meus e seria parte de algo maior. Há um outro conto no mesmo cenário, que desenvolve essa premissa de um mundo futuro onde todos foram afetados por um evento enigmático, a Noite Clara. Ainda quero retornar a ele em algum momento



UM BLOCO DE PEDRA desprotegido ante a erosão do tempo.

Era assim que me sentia naquela noite chuvosa: as dúvidas corroíam meus pensamentos, e dentre estas, a mais dolorosa era a dúvida de como fazer meu relatório para a chefe. Tâmara Diegues era uma mulher exigente, meticulosa, perfeccionista, muitas vezes ríspida. Acima de tudo era a rispidez que me causava o medo, medo da humilhação frente a meus colegas patrulheiros.

Era quase possível vislumbrar a pele bronzeada, vívida, da Coronel Diegues contrastando com as luzes indiferentes e profissionais da Base 17; postura levemente curvada para frente, dedo estendido na minha direção, olhos franzidos num cenho de desaprovação, as pupilas negras brilhando de raiva. Suponho que era mais humilhante receber um sermão gritado, em público, dela, do que de todos os velha-guarda do antigo Exército. Ela era uma mulher, afinal de contas – as coisas não haviam mudado tanto assim, pelo menos no íntimo das pessoas. Em seu verdadeiro centro, elas ainda eram preconceituosas; e assim eram meus colegas.

É claro que o tal preconceito contra mulheres em cargos de alta patente militar não teria mais como se aplicar de verdade ... se havia uma palavra para definir as novas políticas, essa palavra era o pragmatismo. Haviam poucos velha-guarda deixados vivos, simplesmente porque velha-guardas tendem a ser mais velhos que recrutas, e os mais velhos, por mais durões que fossem, tinham menos resistência física e poucos sobreviveram ao choque e impacto da Noite Clara.

A Noite Clara ... não só esta data marcou o mundo, treze anos atrás, como era de fato a razão tanto para eu encarar a Coronel Diegues, quanto para a pobreza do relatório que eu teria que apresentar a ela. Treze anos atrás, 17 de agosto de 2012, marquem bem esta data, quem quer que esteja lendo este diário interno (quem sabe o diário registra a outro cataclisma como aquele e esta seja a primeira referência sobre a Noite Clara que você esteja lendo!). Além da fonte de meus deveres, meus problemas e meus ... poderes, a Noite Clara também é a razão pela qual nossa atual população mundial é de 23 milhões de pessoas.

Sim, muito pouco comparado aos bilhões que antes havia. Nada de ruas abarrotadas, nem de engarrafamentos, nem mesmo falta de moradia ... nada destes incômodos que eu bem sofria quando era adolescente. Eu tinha 14 anos e talvez seja o único de minha grande e (certo, sentimento de culpa básico ao dizer isso) chata família que sobreviveu. Um mundo numa perpétua crise, um estado de tensões que foi quebrado por um clarão, um flash no escuro da noite de 17 de agosto.

Meu relatório, embora necessariamente pobre, já está pronto (inclusive para ser chamado de prova de incompetência, apesar de eu saber bem a causa das minhas omissões) e só devo ir à Base daqui a cerca de duas horas e meia. Sendo assim, umas poucas lembranças devem me distrair da ansiedade. De fato, é para isso que serve o diário interno: um dos programas mais amigáveis dos nano-computadores em meu organismo serve para registrar meus pensamentos e permitir uma análise posterior, mas recitar mentalmente uma narrativa com certeza serve para me aliviar de angústias quando penso no futuro ... por mais doloroso que tenha sido o passado.

Bem, pelo menos é uma dor já conhecida. Vamos relembrá-la, então … a Noite Clara.




***

Eu estava correndo pelo quarteirão, dando a terceira volta. Eram cerca de oito e meia da noite, e o quarteirão que eu circulava ficava dentro do condomínio de minha família. De todas as características marcantes desse condomínio, a segurança era a mais agradável … pelo menos para quem estava dentro. Para quem estava fora, e queria entrar por alguma razão, normalmente encarada como criminosa, o choque nos muros eletrificados ou o espancamento nas mãos dos guardas de segurança eram uma punição adequada, embora não seja esta ameaça de punição o que tornava meu condomínio mais eficiente em termos de segurança: era sua vigilância – vigilância interna, inclusive: eu sabia que, ao dobrar aquela esquina, pelo menos dez câmeras pequenas e camufladas estariam filmando meu desempenho esportivo.

Ninguém estaria apreciando meus recordes pessoais de velocidade, é claro. A preocupação era outra. Não com ele, morador registrado, filho de proprietária, mas com prováveis intrusos. O sentimento de paranoia era, ali, algo institucional, e portanto, algo tolerado, tido como necessário e facilmente subestimado … absorvido.

Pouco antes que eu começasse a sentir um frêmito estranho em meus músculos, e imaginasse que era o cansaço prematuro (eu era considerado um futuro atleta), com certeza os eventuais vigias que observavam das câmaras estavam sendo absorvidos por sua paranoia interna. Depois de um tempo soube que nenhum deles sobreviveu à Noite. Um esplendor na mente, o juízo queimado por esse clarão, a razão toldada e maculada de forma tão lancinante e total que não era possível nem se mexer, para expressar a loucura que a Noite trouxe. Morte cerebral instantânea.

Muitos, muitos morreram. Alguns conseguiram de alguma forma não ter sua mobilidade roubada e saíram num louco frenesi destruindo tudo como se estivessem possuídos, numa insana fúria contra a substância do mundo material, que só terminou com uma horrenda morte por puro esgotamento do sistema nervoso. Ainda outros penetraram num longo sono até hoje não terminado, e uns poucos que foram atendidos mais tarde e a tempo estão em hospitais especiais com o diagnóstico de coma sobre seus leitos. E uma quantidade ainda menor do que os que caíram em coma naquela Noite abriu os olhos com a mente tomada em chamas e percebeu que nenhum deles era mais como era antes.

O Dom da Noite Clara havia sido forçado sobre esses sobreviventes.




***

Eu fui um desses sobreviventes, e dentro dessa nata faço parte de outra elite – aqueles cujo Dom é forte, mas não tão forte a ponto de enlouquecer … muito. Eu mesmo tenho sonhos perturbadores, e uma fortíssima sensação de desassociação muitas vezes toma conta de mim, como se eu fosse um bonequinho controlado a distância pelo meu verdadeiro eu. Em compensação, consigo ler mentes e objetos. Me dê tempo para concentração suficiente, concentração firme como um bloco de pedra, e eu posso ler – sim, ler, não consigo ouvir pensamentos – o que acontece dentro da sua cabeça. Leio a história de objetos e locais como se fossem linhas de dados criptografados.

Todos os sobreviventes são assim: a diferença está no grau do poder e no grau de loucura: e esse grau é sempre o mesmo. A mesma proporção irônica. É como se um mordaz senso de equilíbrio sugerisse: o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente. Esta frase é muito mais verdadeira quando se observa aqueles que meu dever militar impõe como alvos: as abominações de poder e loucura extremos. Como Nicholas Frost, famoso americano capaz de incendiar uma cidade pequena quando fica enraivecido; ou a Cipoal, alcunha de uma mulher que estende tentáculos telepáticos de insanidade pelos sonhos de um centésimo da população.

A população … a grande maioria da população não é nem como eles, nem como eu e meus colegas. A capacidade antes extraordinária de torcer o metal de uma colher, acompanhada de tiques nervosos quase constantes – este é um exemplo do Dom da Noite Clara agindo sobre uma pessoa comum, um daqueles que as patrulhas protegem.

Eu posso ter meus problemas ocasionais – um dia a desassociação foi tão forte que fiquei catatônico por seis horas – mas sou considerado confiável – e útil – o suficiente para ser recrutado pelo governo. E não há muita escolha para nós de poder intermediário. Ser classificado como um patrulheiro em potencial, e recusar, ou ser considerado inútil por razões de confiança (alguns chamariam de razões de moralidade, mas não sou tão otimista: que moralidade convencional imporia assassinato?), significa quase sempre preso por alguma razão pretextuosa. Quase sempre.

E aí está, acabei voltando para a razão da minha ansiedade quanto ao maldito relatório. O diário que serviria para relaxar acaba me deixando mais nervoso. Quando um recruta em potencial se recusa, e foge do treinamento pela patrulha, alguém deve apresentar um relatório sobre o caso. Esse alguém era eu. As omissões no relatório eram deliberadas, visando proteger a futura recruta. E eu sei que a Coronel Diegues desconfiaria. Era inevitável. Mas por enquanto não poderia provar nada, só me pressionar. E ela teria seus meios de reforçar a pressão ...
« Última modificação: Abril 14, 2012, 03:55:48 pm por publicano »
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Re:A Noite Clara: Um Bloco de Pedra
« Resposta #1 Online: Abril 26, 2012, 11:50:36 am »
Bem escrito. Personagem pretensioso, discurso centrado, ele parece ter problemas. Vai ter continuação ou só nos seus blogues? :)
deve ser muito estranho ser normal

Offline Malena Mordekai

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O HOMEM DE CINZA
« Resposta #2 Online: Abril 26, 2012, 12:30:06 pm »
Infelizmente não consegui escrever mais nada pro cenário.

E eu mesmo não acho isso aí tão bem escrito, sabe... ele desafia muito a regrinha do "mostre em vez de contar". Seria passável como conto introdutório de um cenário de RPG, talvez.

A única outra coisa que escrevi foi esse outro conto que vou transcrever abaixo, e além da premissa delineada acima, também incorpora um elemento do Cthulhu Mythos -- o Símbolo Amarelo.


Noite Clara: O HOMEM DE CINZA

Agradecimentos a Vagner Campos, que avaliou o cenário da Noite Clara, e a Robert W. Chambers, pela dádiva do Sígno Amarelo.


DE REPENTE, TUDO FICOU ESCURO. NÃO HAVIA NADA LÁ, na mente daquele homem que passava pela rua. Um homem de aparência comum, usando roupas comuns, pouco notáveis, enfatizando suas feições ainda menos notáveis. Ele parecia ser um zé-ninguém que se confundia na multidão … mas isso era impossível. Se eu não sentia nada em sua mente, isso já o tornava perigoso.

Quando a Noite Clara caiu sobre nós, décadas atrás, bilhões de pessoas não aguentaram o choque de seus próprios poderes latentes, estourando suas mentes e cérebros. Outras pessoas entraram num frenesi de loucura e nisso, muitos foram mortos, muito foi perdido. Outras ainda, uma pequena minoria, da qual faço parte, sobreviveu e desenvolveu terríveis poderes psíquicos … e agora toda a população da Terra é composta de paranormais, todos demonstrando vários poderes mentais diferentes, todos … exceto os outros sobreviventes.




A mente daquele homem que caminhava em meio à multidão era igual à de um desses outros sobreviventes. O problema é que todos esses outros estão em coma. Mantidos em animação suspensa, alimentados por máquinas, com pouquíssima esperança de acordarem de um sono sem volta. E o homem sem mente continuava andando.

Eu o segui por alguns quarteirões … precisava falar com ele. Quando fui chegando mais perto, e a multidão ali – numa das poucas metrópoles que restaram no mundo – foi  se dissipando, a vontade de falar com o homem foi diminuindo. Ele continuou andando pelas vielas mais podres da cidade, e eu o seguia, sem coragem de abordá-lo.

Logo estávamos os dois perdidos em ruas cada vez mais estranhas, ou pelo menos eu estava muito confuso. Não sabia para onde o homem estava indo. Começamos a entrar numa das partes mais violentas da cidade, sujeitos mal-encarados me observavam a todo momento, vendedores de peças usadas e comida exótica me olhavam furtivamente … e o homem sem mente continuava andando, ninguém parecia notar sua presença, mesmo que ali, seu terno cinzento já estivesse destoando do cenário.

Comecei a me sentir extremamente paranoico. Que queriam aquelas mulheres que cochichavam nas janelas das casas quase em ruínas? O que eram aquelas bandeiras vermelhas esfrangalhadas, penduradas num poste quase derrubado? Que fazia o símbolo amarelo, o logo da multinacional Carcosa, entalhado no capacho de um dos casebres?

E então, o homem sem mente virou por esquinas mais desabitadas, e entrávamos num setor de prédios arruinados, uma lembrança dos tumultos, loucuras e destruição da Noite Clara. Num certo ponto, senti um cheiro de almíscar, vindo de um janela quebrada; era bem forte. Ao olhar para a janela, vi o símbolo amarelo de novo. Pichado no que restava do vidro daquela janela. Amarelo forte, quase fluorescente.




Respirei fundo, o logo da Carcosa nunca havia me dado calafrios, mas aquilo na janela me fez parar o ritmo da caminhada. Meu coração acelerado, um pouco de taquicardia, quando fui olhar de novo o homem que seguia, ele havia sumido …

E não houve como encontrá-lo. Era inútil. Me veio a ideia insana de berrar seu nome naquele lugar desolado, mas eu não sabia o nome do homem sem mente. Se não tinha mente, desafiava a compreensão da minha telepatia, não devia ter nome … vaguei, quase em desespero, pelo setor desabitado, evitando as matilhas de cães que rondavam a área. Já ia anoitecendo. E eu precisava denunciar a existência daquela anomalia – daquela aberração, devia ser uma daquelas aberrações poderosíssimas, caçada pelo governo, por patrulhas especiais poderosas, mas não tão insanas quanto as aberrações. Tinha que me reportar a uma dessas patrulhas. Mas eu já havia sido alvo do recrutamento deles, minha telepatia era forte demais, meu lugar só podia ser dentro de uma patrulha de caçadores de aberrações. Qualquer outro lugar despertaria desconfiança demais, e eu seria considerado um inconveniente ou um inimigo. Felizmente, um oficial de patrulha amigo conseguiu me acobertar. Fiquei perdido nas memórias daquela época, enquanto vagava perdido nas ruas sem uma viva alma.

No dia seguinte, alvorecia, e eu consegui chegar a uma parte habitada da cidade. Ninguém estava mais prestando aquela atenção que eu percebi quando seguia o homem de cinza … sim, era um homem vestindo um terno cinza. E eu precisava … precisava falar com aquele homem … mas por quê? Algo sobre uma denúncia … não sei mais. Acho que o homem tinha uma denúncia a me fazer, algo a ser publicado pelo jornal onde trabalho … aquele homem de cinza chegou a falar comigo?

Por que não consigo lembrar? Ele me disse alguma coisa importante? O que eu estava fazendo naquela periferia labiríntica? A tal denúncia tinha algo a ver com a violência nos bairros mais pobres. Só podia ter a ver com os contrabandistas de óleo. Me sentei numa soleira de porta, pensativo, tentando lembrar. O que era mesmo que eu estava fazendo ali?

As pessoas passavam pela rua, eu coçava a cabeça, roía unhas, e ninguém me notava, minha telepatia me dava certeza disso. Não é para se admirar, porque, afinal de contas, quem era eu?

Já não sabia mais.

E quando uma esmola caiu no meu colo, não estranhei … agradeci, estava com tanta fome! Aquela moeda de periferia podia me render o almoço, se eu fosse insistente com os passantes, poderia ter meu jantar garantido, e aquela soleira de porta era confortável, o capacho macio,  já poderia dormir ali sem problemas, ninguém diria nada, aliás, por que diriam? Todos me conheciam, eu e minha roupa cinza esfarrapada.

Eu dormia ali todos os dias, há muitos anos, não era mesmo?


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Re:A Noite Clara: Um Bloco de Pedra
« Resposta #3 Online: Abril 26, 2012, 07:06:48 pm »
A confusão entre narrador e personagem é proposital, presumo?

Ademais, sua prosa é bem escrita, não se acanhe.

Hoje em dias de lolcats e memes ridículos incessantes algo na boa e velha gramática não deve ser menos que palatável.

Como encontro seus blogs, pelo seu perfil mesmo?

Eu sou um pouco antisocial, não costumo entrar e fuçar nos perfis das pessoas sem aviso prévio, não me parece polido, mas eu sou meio autista, sabe? Essas coisas são terrivelmente difíceis pra mim.
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Offline Malena Mordekai

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Re:A Noite Clara: Um Bloco de Pedra
« Resposta #4 Online: Abril 26, 2012, 07:16:33 pm »
A confusão entre narrador e personagem é proposital, presumo?

Uma coisa que se chama eu lírico, não sei vc já ouviu falar alguma vez na vida.
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Re:A Noite Clara: Um Bloco de Pedra
« Resposta #5 Online: Abril 26, 2012, 07:25:37 pm »
O personagem é você. Ah tá. Pretensioso mas válido, eu já fiz muito isso.

Mas me conte, onde estão seus blogues pra que eu possa ler mais?

Ficou ofendido com o "babaca"? Me desculpe, é que com o passar dos anos vejo que as pessoas se incomodam mais com o que se fala delas com o que realmente são.

O objetivo era ter sua atenção. A tenho?
« Última modificação: Abril 26, 2012, 07:27:54 pm por crudebuster »
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Offline Malena Mordekai

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Re:A Noite Clara: Um Bloco de Pedra
« Resposta #6 Online: Abril 26, 2012, 07:36:37 pm »
Pretensioso? Algo escrito em primeira pessoa? Qualquer mané, ou gênio, faz isso. Não tem nada a ver com pretensão.
Eu escrevo em terceira ou primeira pessoa, como for mais conveniente.
E os personagens dos dois contos são rasos demais pra que eu me identificasse de fato com eles, exceto no momento em que os escrevi.

Eu pensei que os links dos blogues estavam no meu perfil, que acredito ninguém ser "autista" a ponto de não poder olhar. Mas whataver.

Eu escrevia aqui http://insanemission.blogspot.com.br/ mas transferi parte do material pra http://insanemission2.blogspot.com.br/  e praqui http://sagadosprodigios.blogspot.com/
Muita coisa ainda ficou por ser transferida, pq eu dei um tempo em escrever.

E quanto ao babaca, a questão não é se é ofensa ou não. Eu pouco te conheço e quando é assim, tende-se a reagir com base em face value (perdoe-me o anglicismo paspalhão).
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Re:A Noite Clara: Um Bloco de Pedra
« Resposta #7 Online: Abril 26, 2012, 07:57:08 pm »
Pretensioso? Algo escrito em primeira pessoa? Qualquer mané, ou gênio, faz isso. Não tem nada a ver com pretensão.
Eu escrevo em terceira ou primeira pessoa, como for mais conveniente.
E os personagens dos dois contos são rasos demais pra que eu me identificasse de fato com eles, exceto no momento em que os escrevi.

Eu pensei que os links dos blogues estavam no meu perfil, que acredito ninguém ser "autista" a ponto de não poder olhar. Mas whataver.

Eu escrevia aqui http://insanemission.blogspot.com.br/ mas transferi parte do material pra http://insanemission2.blogspot.com.br/  e praqui http://sagadosprodigios.blogspot.com/
Muita coisa ainda ficou por ser transferida, pq eu dei um tempo em escrever.

E quanto ao babaca, a questão não é se é ofensa ou não. Eu pouco te conheço e quando é assim, tende-se a reagir com base em face value (perdoe-me o anglicismo paspalhão).

Exatamente rapaz, o PERSONAGEM é pretensioso. Se você ERA o personagem quando escreveu, seu eu lírico mostrou essa faceta pomposa do "louco que sabe de tudo", ok?

Você se ofende muito fácil, deveria ser mais ponderado pra receber críticas, e olha que eu gostei do texto.

Quanto ao "autista demais pra ler seu perfil", prazer, eu sou Crude, meu nome real é André. Eu sou assim mesmo, começo conversas com insultos, começo amizades com brigas, odeio quem me elogia, amo quem me detesta.

Está perdoado o anglicismo paspalhão. Procure evitar, ok? Você parece dominar o português o bastante pra não cair nessas ciladas do corriqueiro vazio comunicativo.

Vou ler seus blogues com atenção. Talvez você esteja perdendo tempo.
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Offline Malena Mordekai

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Re:A Noite Clara: Um Bloco de Pedra
« Resposta #8 Online: Abril 26, 2012, 08:22:47 pm »
Bom, fique à vontade, só não vá achar que eu estou perdendo tempo com qualquer coisa que seja.
Eu não sou escritor profissional e escrevo pq me dá prazer.

E você deve estar confundindo as coisas, leu rápido ou misturou com outras coisas: o primeiro personagem é pretensioso e acha que sabe de tudo, o segundo é literalmente louco.
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Re:A Noite Clara: Um Bloco de Pedra
« Resposta #9 Online: Abril 26, 2012, 08:31:36 pm »
Também escrevo por prazer, muito embora me digam que minhas melhores obras nasçam da angústia.

A graça da pretensão é essa:  A loucura e a sapiência são intercambiáveis!

Como você é o autor, pode se dar ao luxo de apontar quem é quem, mas eu, leitor, posso ver em ambos a mesma faceta, o olhar ambicioso e curioso que julga por meios supernaturais a realidade que os cercam.

Tomei um susto ao ler aqueles contos de Belial e o possuído logo de cara era um André. Mas sempre é um André, né mesmo?

Que nome sem valor.

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Offline Malena Mordekai

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Re:A Noite Clara: Um Bloco de Pedra
« Resposta #10 Online: Abril 26, 2012, 08:35:38 pm »
Esse conto que vc deve ter visto, no segundo blog... pode parecer estranho pq é uma continuação bem, ele tem umas tags e hyperlinks, que levam às primeiras histórias desse personagem.

Além de ser uma continuação o conto foi escrito em parceria, então o nome do André (que no primeiro conto, http://insanemission2.blogspot.com.br/2011/09/o-principio-das-sombras.html é um personagem independente dessa entidade Belial) não foi escolhido por mim, não, e sim pela outra autora.
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Re:A Noite Clara: Um Bloco de Pedra
« Resposta #11 Online: Abril 26, 2012, 09:43:59 pm »
Conto com links? Puxa, estou ficando lerdo, não notei.

Ok. vou continuar a leitura, se bem que os nomes, digo o modo como você os usa, se tornam quase irrelevantes pra narrativa.

Você meio que tenta puxar uma gaveta pra mostrar uma importância e ela está sempre vazia, porque são letras e letras, as ações falam muito mais alto, mesmo as não-literais que marcam sua prosa compartilhada.

Nessas horas que eu queria que meu autismo tivesse sido diagnosticado mais cedo... Teria me poupado tanto sofrimento.
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