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Battletech

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crudebuster:
Eu joguei uma vez só na última RPGRio e nunca mais.

Suspeito que o árbitro me deixou fazer isso pra acabar logo; Levou o dia todo pra chegar naquele ponto, eu estava superaquecido, não podia atirar nem me mover muito, o satélite-alvo estava atrás do meu alvo frontal, que também superaqueceu mas tinha mais armadura.

Liquidei o mech inimigo com um chute na cabeça enquanto ele tentava me alcançar no topo de um penhasco com seus jumpjets pra tentar dar uns tiros e o pessoal recolhia as cadeiras do evento.

Foi deveras emocionante, uma grande humilhação pra ele porém foi justo, o Atlas que estava na mesa mal se arranhou de pois de trocentas chuvas de mísseis... Só sei que foi assim.

Hoje em dia é chamado Classic Battletech, já que houve várias rencarnações por parte da Wizards, uma delas usando o sistema do HeroClix, tem outro nome que me esqueci, aquelas miniaturas de plástico com dials na base para indicar dano, sabe?

Chamou-se Battletech Dark Ages, misturando tanques e infantaria a briga que era exclusiva entre mechs, que por mais um convoluto e decepcionante plot vagabundo eram movidos à vapor.

Bonitinhos, pelo menos.

Os primeiros designs do Battletech foram todos predados de um anime chamado Fang of the Sun Dougram, bem como alguns do famigerado Macross/Robotech, e não é vergonha admitir que apesar de tudo foram produtos pioneiros, e além do mais fizeram-se acordos e tudo acabou bem.

A FASA faliu, a TSR faliu e hoje só os fãs sustentam o vício mesmo. Quem tem os direitos hoje é uma tal de Topps, deve ser daquela bala que quebrava o dente e engasgava se engolisse.

http://bg.battletech.com/

Bom "smorgasborg" pra quem quiser ver arte ruim e regras até o esfíncter fazer bico.

Particularmente eu não gosto dos limites impostos pelo sistema e os sucessivos plots inanos me enervam horrores.

Sempre tem um tirano do lado da InnerSphere que reuniu todo o poder pra si, a Comstar tem os melhores mechs mas os Clãs tem a melhor tecnologia, que dá mais dano, apesar de se comportarem como estereótipos de tribos primatas em certas ocasiões...

Imagine que se em cem anos de nossa história, nós inventamos coisas como o rádio, telefone, cuecas, privadas, a linha de tempo do Battletech rola por séculos e ninguém consegue melhorar absolutamente nada!

Eu entendo que obviamente não daria pra inventar um mundo de coisas e designs diferentes, o estilo de jogo mudaria tragicamente mas, não melhorar o sistema de arrefecimento dos reatores de fusão que se baseia em toneladas de metal sem ventoinhas me soa estúpido.

Bem como lasers, canhões e sistemas de mísseis que usam os mesmos dissipadores pra expelir o calor excedente dos tiros; Cada mech tem seu limite de temperatura, e pode desligar automaticamente pra evitar o derretimento ou explosão de munição, o que é uma preocupação constante no jogo após algumas horas de combate.

Computadores pesam toneladas, mas o piloto é que determina a precisão do sistema, o único ponto inovador pra mim foi o uso de "músculos" artificiais, os tais myomers para fazer a movimentação dos enormes membros, mas são elefantes de guerra, levam turnos e turnos pra virar 180°, tanto que uma tática de mechs pequenos vs. grandes é simplesmente cercar e atirar pelas costas, porque a armadura é mais fraca e eles vão levar uns dois turnos pra poder se virar e atirar, aquelas poses ridículas de braços estendidos pra frente são pra valer mesmo, pasmem os senhores.

Ok, eu entendo que tecnologia perdida é uma ótima maneira de fazer um alvo ser um prêmio, mas a humanidade se tornar um bando de retardados corporativos versus índios do espaço que só sabem seguir projetos de séculos de idade pra criar cópias de mechs e armas ultrapassadas que desperdiçam energia absurdamente superaquecendo o sistema com computadores que pesam toneladas e erram 60% dos alvos é meio pesado pra minha tolerância.

E toda a tecnologia perdida adquirida não muda em nada os plots tolos. Os clãs querem voltar pra Terra, a Comstar não deixa; Duelos de clãs por recursos/liderança/"poder"; Duelos de poder dentro da Innersphere... Ah, porra, que merda!

"Achamos um projeto de laser que dá 5 de dano e aquece 10 pontos de calor por tiro! Que maravilha! Agora posso trocar essa merda de laser que dá 2 de dano e aquece 5! Ah desculpe, esse laser pesa o dobro, não vai dar pra equipar, tá fora do projeto original por dez toneladas e mesmo se pesasse dez quilos teríamos de levar dez anos pra entender como é que se desmonta o velho e põe o novo no lugar"

Os jogos de PC são clássicos, mas eu mesmo não conseguia ver futuro nesse sistema limitado pela falta de novidades que faliu, apesar de tantos romances e até o RPG que coexiste com o wargame pacificamente, mas repetiram a mesma fórmula até enjoar.

Mas há muita gente que gosta, não me leve ao pé da letra. Eu normalmente não gosto de muita coisa por motivos bobos.

silva:
Crude, pra mim Battletech só fez sentido até a chegada dos clãs (e no momento imediatamente posterior a isso, enquanto os clãs eram "inimigos misteriosos do além"), que é o período compreendido entre 3025 e 3050. Nesse momento os anacronismos inexplicáveis e o plágio barato ainda eram compensados pelo contexto exótico e excitante de uma "idade-média-pós-apocalíptica-futurista" que tinha como nobreza (e seus knights in shining armor) famílias de pilotos de máquinas de guerra de 20 metros de altura - "relíquias tecnológicas" de gerações distantes e cuja tecnologia e compreensão necessários para se replicar havia se perdido há séculos em função de guerras constantes e ininterruptas - além de facções étnico-políticas mais ou menos reminiscentes daquele jogo de poder ultra-nacionalista do final do séc. XIX. Essa mistureba dava um resultado final muito interessante e exótico (o que aliás era a especialidade da FASA - misturebas exóticas - como visto também em Shadowrun e Earthdawn ).

O problema foi quando os clãs foram anexados ao cenário e os autores não fizeram nem um pingo de esforço pra pensar nas consequências disso de uma forma plausível, tanto em termos de regras como de cenário. E pior, o que seria uma grande oportunidade para fazer uma atualização (e "modernização") nas regras, se tornou uma expansão que só deixou tudo ainda mais convoluto e barroco. 

Enfim, falando como um fã da FASA, eu acho que Battletech deixou de ser Battletech da mesma forma que Shadowrun deixou de ser Shadowrun. Ao menos o ultimo teve a coragem de "modernizar" suas regras (ainda que de forma sutil ).

crudebuster:
Deixaram a peteca cair, certamente.

Daí você ficou insatisfeito com os anacronismos, eu decepcionado que com guerras e mais guerras a tecnologia estagnou ao invés de melhorar, o que é de praxe em qualquer guerra diga-se de passagem, e pra mim o jogo só vale a pena mesmo pelos robôs gigantes e olhe lá, porque determinados designs são tão caricatos e amadores que o mais irrelevante mecha japonês ou um transformer qualquer faz mais sentido taticamente que um 'Mech.

Todos os clãs tiveram uma origem comum, foram os tais soldados de Kerensky, que de fato desenvolveram tecnologia avançada, com mais dano, alcance, precisão, eficiência térmica e menor tonelagem embora pra satisfazer as regras isso fora contido em termos bem curtos e simples.

Deve ter levado umas quatro edições pra implementarem os primeiros 'mechs com ECM e Jammers que realmente fizessem algum sentido, porque cada design era restrito aos mesmos limites de tonelagem para evitar que o equilíbrio de batalha vá pro espaço e se um deles tem um 3d6 que impede alguém de atirar por X turnos, isso seria um desastre irremediável.

Muito embora eu jogasse uma partida hoje, se pudesse, preferiria um kit de regras menos restritivo e que não me requeresse comprar calhamaços de papel (ou ebook) pra poder rolar 3d6 pra fazer um efeito qualquer.

Coisas como as Battle Skills de Front Mission me agradam muito, já que dependem dos pilotos diretamente e se traduzem rapidamente em tática no campo de batalha, fora a enorme possibilidade de customização, marca registrada da série.

Pena que transformaram o jogo em mais um FPS Online sem graça, coisa em que Armored Core era muito melhor e piorou.

Pretendo algum dia terminar o sistema que tenho parado numa planilha aqui pra fazer essas coisas funcionarem numa mesa, combates rápidos e pilotos que usam tática e tecnologia ao invés de ficar contando pontos de calor e armadura, quando não estão num mech de 100 toneladas rindo da cara de todo mundo.

silva:
Pois é, em Battletech o cenário é tão submisso às regras que chega a ser cômico.

Mas quando à agilidade e simplicidade, se não me engano essa nova edição lançou um pacote de regras alternativo que deixa o jogo bem mais rápido. Se não me engano é chamado Quick-Strike ou algo assim.

Mas no final é o mesmo caso de Shadowrun, pra mim - o sistema não tem "cura", precisava de um remake completo. De outra forma, é ficar remendando um elefante velho.


EDIT:e a idéia das pilot skills àla Front Mission é ótima. Seria interessante se eles pensassem em algo assim pro sistema. ou não, né ? Tipo, não sei até que ponto ainda vale investir no meio físico para um jogo deste tipo, onde o meio eletrônico pode fazer tudo melhor. Acho que só valeria mesmo à pena se eles simplificassem as regras ao extremo, algo análogo aos cardgames da vida.

crudebuster:

--- Citação de: silva em Maio 12, 2012, 03:12:40 pm ---Pois é, em Battletech o cenário é tão submisso às regras que chega a ser cômico.

Mas quando à agilidade e simplicidade, se não me engano essa nova edição lançou um pacote de regras alternativo que deixa o jogo bem mais rápido. Se não me engano é chamado Quick-Strike ou algo assim.

Mas no final é o mesmo caso de Shadowrun, pra mim - o sistema não tem "cura", precisava de um remake completo. De outra forma, é ficar remendando um elefante velho.


EDIT:e a idéia das pilot skills àla Front Mission é ótima. Seria interessante se eles pensassem em algo assim pro sistema. ou não, né ? Tipo, não sei até que ponto ainda vale investir no meio físico para um jogo deste tipo, onde o meio eletrônico pode fazer tudo melhor. Acho que só valeria mesmo à pena se eles simplificassem as regras ao extremo, algo análogo aos cardgames da vida.

--- Fim de citação ---

Mas eu acho que pode ser feito mesmo como um cardgame aliado ao wargame. A praticidade da coisa se traduz simplesmente na hora de usar o lápis, papel e dados na mesa. Se com uma combinação de cartas um elemento randômico a mais possa trazer diversão, acho que seria válido.

Não é ficar catando porcentagens, é multiplicar dano, evasão ou algo prático rapidamente, digamos, uma dupla de cartas consecutivas do naipe de espadas habilita seu piloto a usar ROFUP III no próximo turno, se aprender a habilidade e ela estiver "equipada" no braço, ou algo mais simples, um Jammer poderia aplicar Paralisia, Sistemas de Disparo Offline, é algo análogo a uma boa estratégia de combate de D&D 3+ ou um MMORPG, por exemplo. Buffs e bônus contra anti-stats e etc.

A parte difícil é traduzir isso em ações rápidas pros jogadores se virarem com o problema. Isso se traduziria em habilidade de pilotagem, mesmo com robôs fracos ou desbalanceados pela customização.

Há toda uma matemática a ser feita, mas eu acho possível isso ficar legal sem virar um orgasmo de cálculos de engenharia.

Edit: Putz, foi só a gente bater esse papo e os caras estão fazendo mais um MMO... http://mwomercs.com/news/2012/05/259-operation-inception

A arte pelo menos não é uma merda absoluta, mas os mechs me parecem completamente fora de escala.

O combate vai ser a mesma merda de carrinhos de bate-bate de sempre, pelas regras de 500 anos atrás...

Porra, esses caras não aprendem mesmo! Vão tirar dinheiro dos pobres dos colecionadores mais uma vez.

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