"O calor das chamas quase queima seus cabelos mesmo a distância, mas nem se comparam com a raiva que queima dentro de você. Sua aldeia lá fora ainda cheira a cinzas e a sangue, o sangue espalhado pelas ruas daqueles que não tiveram tempo de fugir. Seu castelo ainda brilha em chamas, sem qualquer sinal de suas esposas, que se ainda vivem devem ter sofrido destino pior, nem o choro de seu infante filho é audível pelos corredores enfumaçados.
O sangue de um bárbaro imundo ainda escorre pelo seu rosto, não teve tempo de ver que tipo de raça era o homem que o atacou; 'Lá está ele!' ele havia gritado ao correr em sua direção com uma espada em riste, mas você mal reparou nele ou no golpe que deu partindo-o a cara, tamanho o transe que ver sua vida e todas suas conquistas ruírem ao seu redor lhe causava.
Você foi traído.
Queimaram sua casa, mijaram em seu nome, mataram ou raptaram suas mulheres e de certo seu filho não é mais. Se ele era mesmo seu ou não conforme as más línguas espalhavam não importa, a mera ousadia de pensarem em matar seu filho já seria imperdoável.
E agora atentavam contra sua vida.
Não importa mais quem era ou como pensava; Tudo agora mudou. Nem tristeza se consegue sentir num momento desses, apenas um pensamento domina e inflama sua mente..."Você(s) é Sir.
[1 nome] o último filho do Grande Lorde Loric*(que os deuses o tenham),habilidoso cavaleiro, soberano sobre as terras de Valverd, marido de quatro belas esposas, invejado por suas habilidades e posses ainda tão jovem, e claro, vassalo de Hergrelgen, monarca suserano por toda a Baixa Virdina.
Ou ao menos você era até pouco tempo.
Havia partido em campanha militar em socorro ao Grande Lorde Melviq, como seu contrato com o 'rei' determinava ser seu dever, há apenas algumas semanas. Juntara seus homens de confiança e um bando de mercenários istorrianos e marchou confiante contra bárbaros que atacavam aldeias as margens da Grande Floresta. Nada demais, suas finanças iam bem, já enfrentara campanhas maiores e um bando de assaltantes mal equipados não seriam ameaça alguma.
Mas quando voltava vitorioso que tudo mudou. Acampados fora de uma cidade vizinha você se aproximava da cabana do líder mercenário quando ouviu uma conversa: de que havia sido declarado um traidor, de ter saqueado as aldeias que acabara de defender, e que por decreto do próprio rei todas suas posses e título haviam sido confiscados. As coisas começaram a fazer sentido, como as desculpas do chefe local em não poder oferecer-lhe um quarto em sua casa 'por causa de obras', e até mesmo o pedido por ajuda militar contra um montante tão fraco de assaltantes... e um decreto, tão rápido?
Um golpe. Antes que pudesse se sentir como um marido traído que é o último a saber obviamente você tratou de escapar
[2], afinal, um bando de mercenários istorrianos acabava de descobrir que não teriam pagamento e seus pés involutariamente se afastaram da barraca antes que alguém terminasse de falar 'recompensa'.
Sua única esperança seria se aquartelar com algum de seus aliados até resolver tudo oficialmente, mas demoraria muito chegar a algum deles e suas terras estavam em perigo. Se chegasse em casa a tempo poderia negociar durante um sítio ou enviar mensageiros antes de ser sitiado, mas qualquer demora corria o risco de ter suas economias e mobília saqueadas e suas esposas de refém.
Mas nem em seu mais louco pesadelo poderia ter previsto aquela cena. O cavalo quase morto por correr 3 noites e dois dias quase sem parar e você sem conseguir pregar os olhos para se deparar com sua cidade saqueada e seu castelo em chamas. Nada mais fazia sentido.
Mas não há tempo de pensar nos porquês agora. Sua cabeça está a prêmio e areia desce pela ampulheta como o sangue da apunhalada que levou. É preciso reagir logo, antes que os responsáveis fechem o cerco e nem seus mais confiáveis aliados lhe dêem asilo.
"Vozes em alguma outra sala ecoam em alguma língua indigna, provavelmente perceberam o grito do falecido companheiro e sabem de sua presença. Você tem apenas tempo de tirar a espada do cadáver ao seu lado quando vê seu fiel servo [3] no final do corredor lhe acenando preocupado para segui-lo."Sua reação natural foi entrar no castelo, mesmo em chamas, para tentar salvar alguém ou algo, mas não encontrou alma viva na ala residencial. Agora você está na ala leste, onde ficava seu tesouro e onde está
a sala secreta, onde guarda algumas jóias e velharias de seu pai, inclusive a Fura Olhos, a famosa espada de sua família a gerações. Chances são que esses bárbaros fedidos não perceberam a parede falsa que pode ser arrastada para acessar a sala.
Um castelo demora mais que outras construções a padecer de um incêndio, mas mesmo as bases de um castelo da mais exímia engenharia anã caem perante o fogo dado tempo o suficiente. Ele parece ter resistido bem até agora mas uma viga cai ao seu lado esmagando o cadáver do bárbaro que matou no exato instante em que pensava nisso. As vozes dos invasores têm origem confusa pelos ecos mas vêm do mesmo lado que a sala secreta, provavelmente são apenas alguns retardatários tentando encontrar algo de valor que a horda tenha ignorado na confusão ou mesmo bandidos, ralé que como moscas entraram após os invasores. De certo não são muitos, mas conseguiu distinguir umas 3 ou 4 vozes distintas no mínimo, está cansado e embora o castelo não vá desabar agora o forro começa desmoronar e a saída pode ficar complicada.
Seu
fiel servo acenou apressado mas também não esperou muito, por mais fiel que seja ele preza pela vida sendo cauteloso e parece não querer testar a sorte nenhum segundo a mais dentro do castelo. De certo ele pode dar detalhes sobre o ataque, mas você não sabe se ele esperaria por você, se pretende fugir ou para onde ele vai fugir.
E então, o que você faria?
A narrativa é aberta. Ao final de cada dia a ação que o primeiro usuário tiver postado será a escolhida, OU a mais votada. Qualquer um pode declarar uma ação ou quotar outra ação para votar. 4 ou mais votos tornam algo um fato, mesmo que o dia não tenha passado, e já podem começar a declarar outras ações, só espero o dia seguinte para prosseguir na falta de votos.
Cada um também pode inventar e explicar como preferir as questões, quantas e quaisquer forem, mesmo com mais de uma alternativa, independente de declarar ações/decisões do 'protagonista coletivo'.
Qualquer coisa vale, vocês que vão preencher a história dele aos poucos ou decidir como ele é ou pensa. Se votarem em coisas contraditórias não importa, sinal de que ele é 'caótico'.
Primeiras questões e detalhes:
1.Nome: Como nosso azarado cavaleiro se chama? O nome não precisa soar como o do pai, ele pode ser filho de algum casamento com uma estrangeira por exemplo.
2.Como evitou os mercenários?: saiu de fininho, com seu próprio cavalo? Roubou o primeiro cavalo e fugiu disparado pela noite? Teve alguma ajuda, subornou alguém? Dependendo de como você fugiu eles podem estar mais próximos ou distantes SE resolveram procurar você.
3. Fiel Servo: Como é o tal fiel servo?
A) Grosnik o velho duende: um gobel(como eles se chamam, um tipo de duende) velho e carrancudo que já viu, ouviu e resmungou muito da vida. É a voz da experiência mas também a voz de um gobel, e pior um velho, então seus conselhos são proveitosos apenas até o ponto em que a covardia, moral e cinismo gobels vão. Ele foi herdado de algum tio-avô seu pelo seu pai que o deu ao seu falecido irmão mais velho e herdado por você. Isso quer dizer uma relação especial com sua família, mas também lhe dá liberdades de falar o que bem entende e às vezes recusar ordens, do tipo que se muito ofendido ou ameaçado não vai hesitar em te abandonar mesmo que decepcionado.
Tem ouvido de tísico, experiência e um 'bom faro para segundas intenções'; na verdade é desconfiado e suspeita de segundas intenções em tudo e todos, por isso sempre está certo quando há mesmo más intenções. Mas ele é velho e fraco, não consegue levantar nada mais pesado que uma vassoura(apesar de ainda ter costas fortes, comum em sua gente), nunca soube lutar, não tem qualquer papas na língua se permitido comentar sobre algo e não sabe se comportar perto de nenhum rabo de saia. É pior ser for uma gobel, não por ser da mesma raça mas porque ele tem mais esperanças de ter sucesso. Os demais servos cochichavam que nem as cabras escapavam do velho.
É bom com línguas como é comum entre esses duendes, não conhece muitas mas é fluente em todas que sabe; E sabe o significado de algumas coisas de eras passadas ou línguas mortas, ele é de um tempo que essas coisas eram contadas ao redor da fogueira e tem ótima memória.
B)Fizziq: outro gobel, mas esse jovem. Um ladrão apenas parcialmente corrigido que por algum motivo você poupou a vida e tornou seu servo. Eternamente grato por ter lhe poupado a vida. Agitado e mais distraído que uma porta ele é dedicado quando faz algo, SE lembrar que tinha que fazer aquilo, SE não tiver sido distraído, SE não tropeçar. Apesar disso ele surpreende as vezes sendo mais eficaz que o esperado. É ágil, esperto e nada corajoso, ele nunca vai te deixar na mão mas não conte com ele golpear um inimigo ou te puxar da boca de um monstro; mas ele vai tentar te jogar a espada ou buscar ajuda e voltar, mesmo que enfrente um dragão.
Sabe várias línguas, todas elas muito mal, mesmo sua língua nativa. Parece não haver dialeto que ele não entenda algo, mesmo que com erros de tradução 'detalhes, é tudo a mesma coisa chefe!'. Educação zero mas sabe manter a boca fechada quando serve outros nobres, já levou muitos puxões de orelha por a abrir na hora errada.
Pode não ser exímio em nada mas sabe um pouco de tudo e sempre foi útil em investigar cartas seladas, que ele sempre sabe se foram violadas e relacradas. Diz que é apenas um dos dotes dele, você não sabe quais são os outros mas até então temeu ouvir o que ele chamaria de dotes.
Tem um sério problema com jogos de azar, que parecem ter efeito hipnótico nele. Nunca pareceu precisar de ajuda para sobreviver a apostas que não podia bancar, como um duende esperto ele entende bem sobre e quando dar no pé, mas já te deixou na mão por ter sumido ou demorado em tavernas, ou por estar fugindo e se escondendo de cobradores.
C)Aie: Um brutamontes de pele corada, mais feio que a morte e mudo. Ninguém sabe a história dele ou mesmo seu nome, foi apelidado aie porque é uma das poucas coisas que tenta dizer e parece significar 'afirmativo'. Sempre deixou dúvidas se bate bem da cabeça, parece abobado as vezes mas você já notou que burro ele não é. Não apenas ele entende tudo que lhe é dito e perguntado ele por vezes agiu com mais sabedoria e esperteza que a maioria da plebe, e mesmo sem falar ou só com o olhar já se provou um ótimo informante; Pensarem que é bobo ou até mesmo surdo(como muitos mudos) tem suas vantagens afinal, e muito fiel ele sempre te avisou de qualquer coisa suspeita que ouvisse(mesmo que com dificuldade de comunicação).
Ele nunca quis se juntar as tropas mas mais de uma vez demonstrou que sabe lutar, parece que bem, mas sempre que viu isso foram momentos tão breves que não dá para ter certeza se é habilidade, bons reflexos e atenção ou sua inegável força notável.
Fidelidade inabalável.
D)Laerse: Laérsio, mas prefere seu nome artístico de Laerse. É algum mestiço de sangue que mesmo ele desconhece, de uma família circense que implorou para que o levasse como pajem durante uma de suas campanhas militares, porque o jovem na época aspirava ser um cavaleiro. Hoje mais velho ele ainda aspira a cavaleiro mesmo que seu porte físico não tenha o levado além de escudeiro. É um menestrel nato porque cresceu no meio artístico, mas que não se enamora dessa profissão e nunca se destacou como bom artista porque nunca se dedicou o suficiente. E convenhamos, ele carece de certo carisma, charme e aparência que são requisitos aos mais famosos menestréis.
É corajoso e hábil apesar de fraco e ainda inseguro com uma espada, mas aprendeu *muito* bem como ser o melhor escudeiro, ao ponto que nem era preciso pedir nada: ele sabe qual o tamanho de lança para usar contra qual dragão e já a está estendendo para você antes que peça, por vezes antes que tenha notado o dragão. Com Laerse seu cavalo sempre está a postos, a armadura sempre lustrada, o item certo sempre a mão.
É de pensamento ágil e língua afiada, e exerce seus dons artísticos em poemas sobre cavalaria, floreios com as garotas(não costumam dar certo mas não por serem ruins) e claro como um ótimo arauto. Sua aparência frágil e magrela escondem sua coragem e determinação, sua franja arruivada e o bigodinho ralo(ele queria um cavanhaque mas não consegue, pelo menos costeletas ele conseguiu) também não ajudam com o tipo bardo e galante que ele tenta demonstrar nem com a posição de cavaleiro que ele quer alcançar. Ele entende mais de etiqueta e heráldica que você, vindo de um background mais cosmopolita que os cavaleiros pouco educados e 'caipiras' como são considerados você e todos seus compatriotas de Baixa Virdina.
Questão 4(bônus): Sugestão de um título melhor para o tópico é bem vinda. Do contrário vou só trocar o lorde pelo nome.
Fura Olhos: espada que seu bisavô encontrou num tesouro anão, num tempo em que ainda existiam cavernas mágicas de anões, trolls e bruxos por Virdina, se devemos acreditar nessas histórias. Começou sua fama quando seu bisavô matou o temido 'quase-rei' grande lorde Horik em algum duelo sobre uma falsa acusação de adultério. Coincidente pouco tempo depois seu bisavô casou com a viúva, mas morreu negando a acusação de Horik. O nome supostamente vem de um basilisco que supostamente atacou seu bisavô e seus homens quando ele ainda era jovem, e que seu bisavô supostamente cegou, história que corre por aí apesar de não estar nos anais da família, o que seu bisavô provavelmente teria incluído.
Ninguém sabe quem a chamou assim primeiro, só que coincidentemente ou não mais de um inimigo da sua família ficou caolho contra ela. Possivelmente mera questão de tentativa já que você mesmo tentou checar isso sempre que a usou, sem muito sucesso. A história de que ela é tem algum prazer em furar olhos pode ser mentira mas há realmente algo de especial nela, nunca manejou espada mais agilmente e que trespassasse tão bem aço. Sua lâmina é escurecida, um sinal de que pode realmente ter propriedades especiais... é conhecimento comum que o sangue derramado de vários monstros têm propriedades mágicas quando dão o último suspiro e sangue monstro enegrece metal com o tempo. As poucas vezes que a utilizou parecia que os alvos retorciam de dor como se sua fincada doesse a mais, e seu pai achava que ela brevemente paralisava os alvos com essa dor.
Desde seu avô há a regra de só usá-la em batalhas ou duelos especialmente importantes, em defesa da honra da família. Parte do motivo é que a espada curta de aparência frágil por mais que tenha resistido tanto se desgastou um pouco e dá para notar dois dentes na lâmina.
Algumas regras e outros detalhes vão surgir conforme preciso, ao seu tempo, até mesmo porque o tópico já está grande. Por hora isso basta; Eu quase incluí a descrição das esposas mas isso pode esperar. Se alguém quiser eu adianto.
Próximas postagens não serão tão grandes, prometo que vou tentar me conter
Podem comentar 'off-game' aqui também, perguntas, críticas, etc... não quero criar mais de um tópico para isso.