A Permisão de Manwë
Nem o banimento que Manwë impôs sobre os Noldor poderia impedir que a dor e sofrimento causado por incontáveis eras chegasse às praias de Aramam ou aos belos portos de Aqualondë.
Embora o fraticídio ainda estivesse vivo no coração dos Teleri, alguns ainda se apiedaram do destino dos homens de Arda, que se viram traçados entre a guerra travada contra Melkor pelos filhos da fúria, os descendentes de Feänor.
O Fraticídio de Aqualondë Dentre os Valar, apenas Ulmo insistia em convencer Manwë a quebrar seu banimento, mas o rei dos Valar era irredutível a este respeito, pois ele, que muito sabia, aguardava ansiosamente por aquele que cumpriria a profecia e pediria perdão pelos pecados dos homens e dos elfos. Apenas assim os Valar combateriam Melkor e dariam fim à guerra das Silmarills.
Ulmo, Senhor das Águas Mesmo irredutível a respeito do banimento, Manwë se arrependeu da dureza com que tratou Ulmo quando realmente entendeu a compaixão que este sentia pelos povos do leste, além Belegaer, o grande oceano, pois Ulmo estava em todos os lugares onde a água corria, desde uma breve nascente até o imenso mar que rodeava o mundo. Ulmo sentia, ouvia e via, os sentimentos dos povos e nada podia fazer para auxiliar.
Manwë, Rei dos Valar Manwë então impôs uma condição a Ulmo.
- “Traga-me um representante dos navegantes que tenha se apiedado dos Noldors e tenha perdoado o fratricídio, traga-me também outros dois representantes, um Noldor e um Vanyar, aqui de Aman, que possam convencer alguns dos seus a partir para leste e ajudar seu povo. Por meio deles permitirei que você interfira nos eventos da guerra, pois prevejo que o escolhido precisará de ajuda.”
- “Eu o proíbo, entretanto, de se mostrar em sua forma. E de divulgar sua empreitada para os povos. Você deverá escolher aqueles que no mundo saberão desta permissão, seja entre os primogênitos (elfos e eladrins), ou os herdeiros (homens e hobbits), ou os filhos de Aulë (anões e gnomos).”
- “Por fim, eu acrescento. Aqueles que aqui estão e que desejarem ainda partir de Aman, não estarão sob júdice da maldição de Mandos, mas apenas se seus corações e mentes não desejarem seguir a trilha dos filhos de Feänor, e resistirem a tentação de obter ou, se quer, tocar as Silmarills. Se o fizerem, receberão em resposta a minha fúria, pois trairão minha benção, mal este cujo perdão jamais se dará por nenhuma profecia.”
As árvores Laurelin (brilhando) e Telperion, quando
vivas, com Valinor ao fundo.
Diante destas, os valar Yavanna e Aulë (eu acho) Ulmo aceita as condições de Manwë e, como dito, consegue entre os elfos de Aman aqueles que o seguiriam às terras orientais de Arda, para ajudar os homens e elfos e todos os seres a confrontar um mal que eles mesmos desconhecem.
A chegada dos elfos de Aman aos portos da Ilha de Balar trouxe grande comoção entre os habitantes daquela região, pois eram vistos imponentes como os próprios mayar, mas eram poucos. Tão poucos que a esperança se tornou dúvida, e a dúvida deu lugar a comum ira pelo esquecimento do Valar.
Mas estes tinham uma missão. E procuraram entre aqueles os que Ulmo marcou como seus escolhidos. E uma comitiva foi formada, talvez a primeira união entre os vários povos da Terra Média em favor de um bem comum. Os fatos gerados por estes protagonistas, porém, jamais seriam contados nos relatos do tempo de Arda, pois esta havia sido a proibição de Manwë, mas aqui em Valinor, seus feitos são até hoje celebrados.
- Vanzhur d’Tyhan