Verdade seja dita, eu sou/era um entusiasta da 4e, mas passei a jogar Pathfinder RPG quando a WotC deu o reboot com a linha Essentials. Minha primeira tentativa de campanha foi uma
adaptação do cenário de Valkirie Profile I e II. A mesa não foi para frente por culpa estrita do cenário de campanha de Pathfinder, que eu comecei a ler e encontrar muita coisa familiar (vide abaixo).
Eu comecei a jogar o cenário de campanha de Pathfinder principalmente por um motivo, a campanha
Carrion Crown. Esta campanha se passa em Ustalav, reino que lembra os contos de horror da Transilvânia, mas sem as loucuras de Ravenloft. Terminamos a primeira aventura e jogamos metade da segunda, de um total de seis. Infelizmente o jogo não continuou pq eu estava numa fase minguada de jogadores.
Esta fase melhorou depois que eu descobri o
Jogo Organizado da Sociedade Pathfinder. Com essa modalidade de jogo, inspirada na
RPGA, consegui atiçar a curiosidade de alguns jogadores aqui da região e formamos um grupo que tem jogado constantemente desde então. Hoje estamos jogando a campanha Fúria dos Justos, lá em baixo eu falo sobre ela.
Então, isso resume o porque é prazeroso jogar o cenário de campanha de Pathfinder... imagino que você esteja com uma interrogação na testa agora, pq a única coisa que escrevi foram algumas experiências pessoais, certo? Então vamos ao texto longo e com imagens.
Baba Yaga, uma bruxa terráquea (ela é da Rússia) que invadiu Golarion e fundou a nação
de Irrisen, há mais de mil anos. (e Seoni agarrada pelo pescoço ) Outside of the Setting
Publicações e Sugestões
Resumo da História em um parágrafo. Em 2008, quando a Wizards anunciou o lançamento da 4e, a chegada de GSL e tomou de volta os direitos sobre a Dragon e Dungeon Magazines (que estavam com a Paizo), a Paizo decidiu então dar continuidade a seus projetos de publicação de aventuras sob a OGL, continuando a lançar material compatível com o 3.5, até agosto de 2009. Mont Cook se junto a Paizo como consultor e em Agosto/2009 eles lançaram o Pathfinder RPG Core Rulebook, com base na OGL. A partir desta data, todos os suplementos e aventuras da Paizo tiveram foco no seu RPG. O que deu bem certo, comercialmente falando.
Então devo jogar Pathfinder por conta dessa historinha e do Cook? Cara, não necessariamente. Não nego que sempre fui fã do MC, dando crédito até ao material relativamente menos promissor que ele lança, mas sobre Pathfinder RPG a qualidade é quase totalmente relacionada a suas aventuras e campanhas e arte (que se passam no cenário), e isso é obra exclusiva da Paizo. Sobre o sistema, eu gosto de replicar uma coisa que o Oda ou o Elfo ou o Nibe (não encontrei o post exato) comentou
neste tópico (contém mimimis, mas já dentro da vertente menos furry da Spell).
"
Pathfinder RPG é só mais uma maneira diferente para quem quer jogar 3.5."
- Pathfinder Campaign Setting
Então, o cenário tem três livros fonte:
Pathfinder Chronicles Gazzeter - Lançado em Abril/2008 ainda sob a OGL/D20. Ganhou o Ennie de melhor cenário, embora fosse um livretinho de 64 páginas.
Pathfinder Chronicles Campaign Setting - Lançado em Agosto/2008, também sob a OGL/D20. Esse sim um livro de cenário. 256 páginas explorando muitas lacunas que a gazeta anterior tinha deixado vago. Também ganhou o Ennie de melhor cenário.
Pathifnder Campaign Setting: The Inner Sea World Guide - Lançado em Março/2011, agora atualizado de alguns eventos e adaptado para o Pathfinder RPG. Também ganhou o Ennie de melhor cenário, e o de melhor arte interna.
O cenário em si já era explorado nas aventuras anteriores a 2008 que a Paizo publicava. Como eu havia dito, as aventuras são o carro chefe da Paizo. Então, se você quer dar uma jogada no cenário o que eu recomendo é que você inicie por algumas aventuras prontas. Particularmente eu recomendaria
essa aqui. Ela possui elementos sobre Absalom, Aroden e da Sociedade Pathfinder. Em resumo, acho que os três elementos mais importantes do canon do cenário. É uma aventura do jogo organizado, mas vc não precisa estar nele para jogar. E é uma aventura que não entra em nenhum elemento permanente do cenário, que te obrigue a jogar uma campanha inteira.
Merisiel, Amiri e Sajan - Pathfinder Society Organized Play
Como eu disse antes, a Sociedade Pathfinder é a menina dos olhos do cenário. E baseado nisso existe toda uma
estrutura de jogo que interlaça os eventos do cenário e das campanhas em aventuras rápidas e soltas, como se fosse alguém se perguntando "
enquanto eu salvo o mundo de uma invasão de demônios no reino de Mendev (Campanha Fúria dos justos), o que está acontecendo em Absalom?".
O jogo organizado é dividido em temporadas com aproximadamente umas 30 aventuras em cada. Hoje estamos na nona temporada, que acompanha os eventos da campanha
Deuses de Ferro. Cada aventura é criada para uma sessão de até 4h de duração e, teoricamente, deve ser jogada do início ao fim numa única sessão.
Eu acho que a parte mais interessante de citar é que muitas das aventuras são criadas pelos jogadores que passaram pelo RPG Superstar, um concurso que a Paizo abre para encontrar novos escritores. Ou seja, tem muita coisa bastante criativa em meios a aventuras estilo one-shots.
- Pathfinder Adventure Path
Digamos que no quesito de publicações este, para mim, é o tomo sagrado em relação as aventuras do cenário. Uma
série de aventuras é uma campanha completa de seis aventuras, com a proposta de elevar os personagens do nível 1 a algum lugar entre o 15 e 20. Elas costumam utilizar de toda a estrutura de suplementos criados tanto para o RPG quando para o Cenário, mas não ao menos tempo... é muita coisa mesmo. Não tem como eu sugerir uma campanha para vocês jogarem, são tão distintas quanto os gostos dos jogadores. Minhas duas preferidas são
Carrion Crown e
Wrath of the Righteous, que envolvem horror clássico e demonios, respectivamente.
Eu diria que estas campanhas deveriam ser jogadas por aqueles que querem jogar o sistema Pathfinder RPG. Desconsidere esta sugestão se você for um maníaco por adaptações e tem tempo de sobra para isso.
Cada livro de aventura trás a aventura em si, curiosidades sobre a ambientação, um conto linear aos acontecimentos da campanha, e dados completos de NPCs, itens, históricos e etc. Tenha em mente que será uma boa dose de leitura para se acostumar com as particularidades da ambientação.
Bem resumido, porque eu tenho pouco a falar, já que nunca joguei um dos
módulos (mas li alguns). São aventuras completas e soltas, a serem jogadas em quatro a seis sessões e terminam evoluindo o personagem em uns três a quatro níveis. Muitas possuem excelentes ganchos bem inspirados.
Fica a dica apenas para darem uma olhada na impagável
We be Goblins! e sua continuação,
We be Goblins Too!!. É de grátis!!
Valeros (no alto), Merisiel e Ezren Inside of the Setting
Particularidades e Curiosidades
Primeiro ponto é que o cenário é grande. Imaginem algo como a cronologia de Forgotten Realms só que sem os infinitos cataclismas. Então, definir o que é interessante ou não para se jogar por lá vai do gosto do jogador. As inspirações do cenário são bastante abrangentes, mas possuem a maioria dos temas clássicos apresentados em qualquer outro cenário de campanha. Temos horror, steampunk, high-Magic, low-Magic, techno-Magic, etc... cada um convivendo em regiões separadas dentro do cenário.
Antes de o acusarem corretamente de colcha de retalhos, queria só dizer que essa era a proposta da Paizo. Isso veio dos próprios editores do cenário. O cenário não nasceu para ser algo inovador e estupendo, como Eberron relativamente foi em seu início, isso para mim fica a cargo das aventuras e campanhas.
De qualquer forma, existem sim curiosidades que dão bons ganchos...
- O Grande Além - É a vertente planar do cenário. Tudo aquilo que consta no que é conhecido sobre o multiverso. (referência: Planescape)
- Sistema Solar e outros Corpos Celestes - Golarion é apenas o terceiro planeta do sistema solar. Fora do sistema solar de Golarion, ainda existe outros planetas conhecidos como Mundos Distantes (incluindo aqui a Terra), e outros corpos celestes como a curiosa Tapeçaria Negra (Cthulhu Mithos, alguém?). (referência: Spelljammer)
- Eu poderia fazer uma lista de mistérios do cenário, mas já fizeram uma aqui, então eu só vou linkar.
Como os pontos de interesse são muito distintos, fica mais fácil falar quando a gente sabe o que se quer ser ouvido.
Eu particularmente gostaria muito de narrar uma aventura envolvendo a Tapeçaria Negra. Na verdade,
até existe uma pronta, mas dá para explorar muita coisa sobre isso.
Eu também sempre curti saber sobre astronomia rpgista, então conhecer sobre os
planetas que permeiam um cenário é praticamente obrigatório. Um cenário sem uma "inner sphere" pra mim é um convite para ficar com o livro fechado eternamente.
Então, para os prováveis 1d6 leitores do Elfo que estão lendo aqui, o que vcs gostam de ver em um cenário? Golarion provavelmente possui, mas como não dá para escrever tudo, creio que fica mais fácil vcs me dizerem o que querem ler.
Seoni e Seelah em Harrowstone