Autor Tópico: Crítica Eletrônica  (Lida 5200 vezes)

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Offline Wilken

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Re:Crítica Eletrônica
« Resposta #15 Online: Dezembro 23, 2011, 11:33:20 pm »
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Portal 2 cumpre a proposta. É um puzzle inteligente, engraçado e finalizou muito bem a história.

Menos na parte do "puzzle inteligente".

Se a proposta do Portal 2 é ser um jogo de puzzle com portais (acredito que seja), ele falha em fazer isso, ou no mínimo apenas cumpre a proposta. Mas nem de longe cumpre bem.
A maioria dos puzzles são estupidamente fáceis; o jogo tem uma seção grande onde tudo o que você precisa fazer é explorar o cenário em busca de uma superfície minuscula onde você pode jogar o seu portal pra avançar e mais uma seção onde você só precisa ficar jogando portais pra todo lado até avançar. Meio que um "olha só, funcionou! não sei porque raios, mas passei desse puzzle!" ao invés do "olha só, agora entendi o que eu preciso fazer, eu sou um gênio!/como eu sou uma anta por não perceber antes!". Claro, ele tem alguns puzzles do segundo tipo, mas não são a maioria.

O jogo nem de longe é ruim, mas ele ganha o jogador muito mais pelo carisma dos personagens, história, atmosfera do jogo, etc, do que por ser um jogo de puzzles com portais.

Ou seja, acho que a ideia de que "Um jogo é bom quando cumpre bem a proposta, e é ruim quando não cumpre." nem sempre pode ser usada pra avaliar um jogo. Tem uma porrada de jogos que não cumprem direito sua proposta inicial e acabam sendo bons por motivos não-intencionados.

Offline Skar

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Re:Crítica Eletrônica
« Resposta #16 Online: Dezembro 25, 2011, 01:27:59 pm »
Você tem a noção que se colocarmos diversos puzzles complexo muitos jogadores não vão conseguir chegar ao fim do jogo, correto?

Jogos não são feitos para serem usados somente por player hardcore, jogadores eventuais tbm devem poder se divertir. Eu sou um exemplo jogo pela história e pelos personagens. A jogabilidade para mim é secundária, claro uma jogabilidade ruim me faz ficar p*&% com jogo, e jogos com desafios muitos complexos acabam me deixando em tédio. Sério por que vou passar 3 horas tentando quebrar um puzzle se o que eu quero é ver a história??

Jogos tem que levar em consideração esses dois públicos ao serem feitos, ou eles vão perder possíveis jogadores. 
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Re:Crítica Eletrônica
« Resposta #17 Online: Dezembro 25, 2011, 03:03:49 pm »
Você tem a noção que se colocarmos diversos puzzles complexo muitos jogadores não vão conseguir chegar ao fim do jogo, correto?

Jogos não são feitos para serem usados somente por player hardcore, jogadores eventuais tbm devem poder se divertir. Eu sou um exemplo jogo pela história e pelos personagens. A jogabilidade para mim é secundária, claro uma jogabilidade ruim me faz ficar p*&% com jogo, e jogos com desafios muitos complexos acabam me deixando em tédio. Sério por que vou passar 3 horas tentando quebrar um puzzle se o que eu quero é ver a história??

Jogos tem que levar em consideração esses dois públicos ao serem feitos, ou eles vão perder possíveis jogadores.
Catherine sofria disso, eu passei mais tempo rageando no puzzles que vendo a história que era o que realmente me interessava. A parte boa é que no final do jogo você tá tão calejado que os puzzles parecem mais fáceis.

...

 Depois eu descobri que tinha um modo Easy. Não que o jogo ficasse ridículo, mas os blocos e checkpoints a mais que eles botam ajudam bastante, porque vidas no jogo nunca foram um problema.

Re:Crítica Eletrônica
« Resposta #18 Online: Dezembro 25, 2011, 03:23:25 pm »
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Portal 2 cumpre a proposta. É um puzzle inteligente, engraçado e finalizou muito bem a história.

Menos na parte do "puzzle inteligente".

Se a proposta do Portal 2 é ser um jogo de puzzle com portais (acredito que seja), ele falha em fazer isso, ou no mínimo apenas cumpre a proposta. Mas nem de longe cumpre bem.
A maioria dos puzzles são estupidamente fáceis; o jogo tem uma seção grande onde tudo o que você precisa fazer é explorar o cenário em busca de uma superfície minuscula onde você pode jogar o seu portal pra avançar e mais uma seção onde você só precisa ficar jogando portais pra todo lado até avançar. Meio que um "olha só, funcionou! não sei porque raios, mas passei desse puzzle!" ao invés do "olha só, agora entendi o que eu preciso fazer, eu sou um gênio!/como eu sou uma anta por não perceber antes!". Claro, ele tem alguns puzzles do segundo tipo, mas não são a maioria.

O jogo nem de longe é ruim, mas ele ganha o jogador muito mais pelo carisma dos personagens, história, atmosfera do jogo, etc, do que por ser um jogo de puzzles com portais.

Ou seja, acho que a ideia de que "Um jogo é bom quando cumpre bem a proposta, e é ruim quando não cumpre." nem sempre pode ser usada pra avaliar um jogo. Tem uma porrada de jogos que não cumprem direito sua proposta inicial e acabam sendo bons por motivos não-intencionados.

Não sei se concordo, Kear. Apesar de achá-lo realmente fácil como um jogo de puzzles, eu diria que sua proposta é essa mesmo: mesclar um aspecto de puzzles com aspecto narrativo, na forma de um jogo leve e casual. Não vejo ele como um jogo que tenha pretendido passar uma experiência/desafio "hardcore" em momento algum. (direrente de Braid, por ex, que também mescla narrativa e puzzles, porém se direcionando a um público que realmente se interessa por resolver puzzles dificeis).

Ah, e eu preferi o Portal 1 do que o 2.
« Última modificação: Dezembro 25, 2011, 03:27:41 pm por silva »
The traditional playstyle is, above all else, the style of playing all games the same way, supported by the ambiguity and lack of procedure in the traditional game text. - Eero Tuovinen

Offline Wilken

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Re:Crítica Eletrônica
« Resposta #19 Online: Dezembro 25, 2011, 07:27:18 pm »
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Você tem a noção que se colocarmos diversos puzzles complexo muitos jogadores não vão conseguir chegar ao fim do jogo, correto?

Braid tem puzzles potencialmente difíceis que não impedem o jogador de avançar na história.

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Jogos não são feitos para serem usados somente por player hardcore, jogadores eventuais tbm devem poder se divertir. Eu sou um exemplo jogo pela história e pelos personagens.

Também joguei Portal 2 pela história e pelos personagens, e acho ele um jogo excelente. Só que quero dizer é que pra mim ele não cumpre a proposta dele como "jogo de puzzles com portais"

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A jogabilidade para mim é secundária, claro uma jogabilidade ruim me faz ficar p*&% com jogo, e jogos com desafios muitos complexos acabam me deixando em tédio. Sério por que vou passar 3 horas tentando quebrar um puzzle se o que eu quero é ver a história??

Acho que a idéia não é ter um desafio complexo. Mas um desafio interessante, o modo multiplayer tem vários, por exemplo. E pessoalmente eu senti que a parte mais travada do jogo foi justamente a parte do meio onde não tinha puzzle nenhum e tudo o que você tinha pra fazer era ficar procurando as superfícies pra por o próximo portal ou espalhando gel branco por tudo pra chegar num ponto mais alto. Foi frustrante principalmente porque era demorado e não era um puzzle de verdade, e sim um "Onde está o Wally?"

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Não sei se concordo, Kear. Apesar de achá-lo realmente fácil como um jogo de puzzles, eu diria que sua proposta é essa mesmo: mesclar um aspecto de puzzles com aspecto narrativo, na forma de um jogo leve e casual.

Pior é que, considerando os trailers do segundo jogo, você deve ter razão. Quando anunciaram o primeiro jogo acho que ele explorava mais a idéia de usar portais; enquanto que os anúncios do segundo foram mais cômicos...

Só ainda acho que não dá pra dizer que um jogo é ruim porque deixou de cumprir sua proposta.

Re:Crítica Eletrônica
« Resposta #20 Online: Dezembro 26, 2011, 08:33:17 am »
Acho que a princiapal proposta que qualquer jogo deve cumprir é entreter o jogador, seja com história, gráficos, jogabilidade, desafio etc, sendo que a falta de um destes itens básicos, não deixa o jogo necessariamente ruim.
Tomando TETRIS® como exemplo, que é um jogo bem simples, o mesmo deixa a desejar em vários aspectos, mas não deixa de cumprir o principal objetivo que é divertir o jogador.

Offline VA

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Re:Crítica Eletrônica
« Resposta #21 Online: Dezembro 26, 2011, 12:02:37 pm »
Concordo com o silva nessa: não é pela dificuldades dos puzzles que Portal 2 deixa de cumprir a proposta. Ele cumpre.

E você está ignorando o modo co-op, Kear, que exige uma boa dose de raciocínio, sim.

Offline Wilken

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Re:Crítica Eletrônica
« Resposta #22 Online: Dezembro 26, 2011, 02:57:02 pm »
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E você está ignorando o modo co-op, Kear, que exige uma boa dose de raciocínio, sim.

Ahm, sim, eu ignorei o modo multiplayer no que eu disse. Ele, pra mim, cumpre bem a idéia de puzzles com portais, que não ia servir pro exemplo de "jogo que não cumpre a proposta original mas é bom do mesmo jeito"; e também porque como muita gente deve ter pego a versão "reloaded" do jogo eu não sabia se todos tinham jogado.

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Acho que a princiapal proposta que qualquer jogo deve cumprir é entreter o jogador, seja com história, gráficos, jogabilidade, desafio etc, sendo que a falta de um destes itens básicos, não deixa o jogo necessariamente ruim.
Tomando TETRIS® como exemplo, que é um jogo bem simples, o mesmo deixa a desejar em vários aspectos, mas não deixa de cumprir o principal objetivo que é divertir o jogador.

Basicamente o que eu penso.
Acho que também depende muito de se manter constante nesses pontos do começo ao fim. É clássico ter jogos com um começo que te enche de empolgação e acabam sendo uma merda. Bem como tem um monte de jogos ótimos que não começam muito bem.

Offline Vincer

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Re:Crítica Eletrônica
« Resposta #23 Online: Dezembro 27, 2011, 12:28:23 pm »
Sobre Portal 2(que é fenomenal) ele só falhou em explorar melhor a qualidade da mídia... se é interativo pode ser alinear, pode responder ao desempenho de cada jogador individualmente. Eles optaram pela linearidade e por isso tiveram de nivelar por baixo, e eu faria o mesmo no lugar deles. Eu sou contra a filosofia 'parede de pedra', onde há um obstáculo quase intransponível para continuar o jogo. O ideal seria mais caminhos e liberdade; O mesmo caminho e puzzles fáceis, mas com alternativas mais desafiadoras a quem interessar...

Quanto a crítica, no caso de jogos(até mais do que filmes) acredito ser possível sim um esquema bem direto de avaliação. Estamos falando de algo multi midiático, que engloba vários campos técnicos e detalhes mensuráveis... faz sentido um sistema de notas nos quesitos técnicos. O resto é espinhoso, depende muito de gosto. Acho mais do que válido críticas a jogos, acho necessárias e sou leitor frequente delas mas convenhamos é uma bagunça. O que tentam fazer é feio, chega a ser ofensivo. As notas são arbitrárias e sem real embasamento, não correspondem a crítica escrita, não levam em consideração nichos... horrível.

Tenho aqui uma idéia de como seria a crítica 'ideal' a jogos: duas. Lado a lado dois membros da equipe com suas críticas: uma de um fã do gênero, outra não. E independência entre notas(técnicas) ao que é escrito.