Comecei um novo jogo, dessa vez com uma duquesa no norte da Itália (Florença e proximidades). Sendo mulher e fazendo parte do Império Sacrossanto (seja lá como se escreve isso), eu resolvi ir na direção contrária ao esperado: resolvi passar alguns anos sem me casar, consolidando meus territórios, em vez de procurar marido desde o começo.
O resultado foi que acabei trocando uns tapas com vizinhos que olharam pras minhas terras e pensaram "uma mulher? vai ser fácil". Não tinha muitos exércitos ainda, mas já assisti Borgias o suficiente pra entender que se vence batalhas na Itália conseguindo mercenários. Meus condotieris esmagaram algumas tentativas de invasão e me ajudaram a manter minhas terras.
Quando finalmente resolvi me casar, escolhi um dos filhos do rei da Dinamarca. Eles aceitaram (ele era o terceiro ou quarto filho), ele veio morar comigo. Começamos a ter filhos (os dois primeiros enquanto ele estava em guerra, mas eu alego Divina Providência). Então algo diferente aconteceu: meu marido virou rei da Dinamarca. Uma série de acidentes e doenças limparam a família dele. Ele começou a reinar da minha Corte, tendo que viajar pra lá de vez em quando para liderar algum exército.
Já com quarentas e poucos, tendo anexado boa parte do norte da Itália, resolvi preparar minha próxima geração. Pela lei de sucessão vingente no Império, eu tinha que dar terras para todos os meus filhos. Certo. Burlei isso dividindo ainda em vida as terras, definindo uma maior quantidade para meu filho favorito e que seria meu sucessor. Os outros viraram meus vassalos. Minha idéia é que eles virassem vassalos do meu primogênito, devido a distribuição das terras (eles se tornaram Condes de terras onde ele era Duque).
Sentei e esperei. Afinal, quantos anos ela poderia viver depois de uma dúzia de guerras e uma penca de filhos?
Primeiros dez anos. Vários dos meus filhos e filhas (maioria casados em famílias importantes) acabam se tornando esposos dos reis e rainhas de seus respectivos reinos. Aparentemente, não foi uma geração que a maioria dos primogënitos viveu muito tempo. Mais guerras. Mais algumas terras. Eu me torno conhecida pela minha caridade, benevolência e misericórdia. Nas diversas guerras de sucessão e independência que meu soberano se envolve (ele aparentemente tem alguém se rebelando a cada par de anos), eu acabo aprisionando em batalha diversos nobres de outras regiões. Sempre trato eles bem. Se eles podem pagar uma boa quantia, cobro pela liberdade. Se eles não tem muito dinheiro, liberto sem pedir nada.
Isso acaba gerando situações onde pessoas que entram em guerra comigo ao mesmo tempo que me adoram. Chego a receber cartas me elogiando de gente que eu destruí os exércitos alguns anos antes.
Mais dez anos. Meus netos começam a crescer. Esses netos se tornam herdeiros de território importantes. Continuo governando o que restou dos meus territórios depois da divisão entre os filhos. Infelizmente, alguns desses filhos também morrem (pragas, etc.).
Mais dez anos. Quase todos meus filhos já morreram. A linhagem inteira do filho que havia escolhido pra me suceder morreu numa praga. Resultado é que meu herdeiro passa a ser meu único filho vivo, o rei da Escócia. O problema é que ele foi casado no modelo matrimonial que os descendentes vão para a família da esposa. O jogo me alerta que se ele se herdar minhas terras, é fim de jogo.
Minha segunda opção é meu neto, rei da Dinamarca. Ele é descendente direto e herdaria minhas terras junto com as que meu marido deixou pra ele. Escolho ele. Meu filho na Escócia morreu num infeliz acidente. Considerando que ele não tinha filhos e a esposa dele já tinha morrido, a guerra civil que isso deve ter provocado torna aqueles territórios um bom lugar para "visitar" na próxima década.
Minha primeira personagem finalmente morre, aos 70 e poucos. Passo para o rei da Dinamarca. Algo que eu não tinha notado, é que ele era o completo oposto da minha personagem: tirano, matou membros da família e tinha dois primos na prisão. Ele controlava o reino com mão-de-ferro e surrando qualquer um que se rebelasse. Em resumo, meu neto é Vlad o Empalador, só que dinamarquês.
Tento soltar um dos primos, para indicar que estou tentando melhorar minhas atitudes. Ele se rebela. Aparentemente, ele não sabe que dominar um bom pedaço da Dinamarca e da Itália me dá soldados e dinheiro suficiente para destruir a revolta dele enquanto conquisto um outro território vizinho. Prisão pra ele de novo.
Parei um pouco depois disso. Atualmente estou tentando melhorar a imagem do meu rei ou pelo menos garantir que o filho dele não faça o Palpatine parecer um bebê panda. Minhas intenções agora são consolidar a Dinamarca. Eu poderia tentar dominar o resto da Itália, mas a guerra por Pisa (que durou quase 20 anos, entre tentativas de tomar o território e tentativas de manter ele) me mostrou que as lutas por território ali estão se tornando guerras de atrito, onde se perde muito por pouco ganho.
Imagino que talvez pudesse forçar algumas revoltas, para tomar de volta terras de vassalos descontentes e repassar para pessoas que me tolerem mais. E a Escócia, que eu imagino que deve ter virado uma penca de estados pequenos e sem muita proteção agora, é um lugar que vou olhar com carinho. Afinal, nada mais lógico que um reino Ítalo-Dinamarquês-Escocês.