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[Tema] A natureza como força imbatível

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Emil:
Eu acho que o tema da expansão é bem interessante. Tem a expansão da Natureza, a expansão da Mácula, e as expansões das culturas inteligentes, que não são opostas à natureza e à mácula, mas modificações delas que são como elas mas não exatamente aquilo que lhes deu origem. E mesmo Natureza e Mácula não são instâncias opostas, os seus encontros produzem resultados que não são aniquilação total.

z é d u a r d o:

--- Citação de: Madrüga em Janeiro 18, 2012, 12:10:36 pm ---Não seria (ideia do Led) apenas uma questão de árvores. Os ambientes naturais poderiam ser agressivos, como a mácula. Mares revoltos (que já tínhamos estabelecido) querem tomar a costa. Montanhas querem se expandir, e vulcões e terremotos parecem chacoalhar certos lugares para tal. Desertos se expandem com violência. As zonas de transição entre climas e vegetações se tornam lugares perigosos, instáveis e diferentes a cada estação.

--- Fim de citação ---
This. Esse ponto é essencial.

Mas é o seguinte, acho que é necessário rolar uma auto-análise FORTE aqui pra ver se não estamos recorrendo à dicotomia (e se QUEREMOS evitá-la, de fato). O post do Bruno me deu uma impressão de apego a essa ideia, e acho que é a primeira que deve ser descartada para não contaminar qualquer outra. O post do Emi alivia um bocado, e me interessa.

E aí no caso não seria nem cuidado com a dicotomia Natureza vs. Mácula, mas Forças (Sobre)Naturais vs. TODOS. Tal é a ideia do Bruno de que natureza e mácula querem "purificar" as terras, como se as civilizações fossem, de fato, organismos prejudiciais a serem exterminados. Não é como se os povos das Terras Sagradas já aplicassem um modelo completamente predatório e agressivo com relação aos recursos naturais pra desencadear uma reação tão intensa da Natureza (por exemplo) que consistiria na eliminação dos "ovos podres" (ou de todos, como conclusão).

Em seguida você (Bruno) apresentou uma ideia de retorno a um estado equilibrado, que é bacana -- mas só pra Natureza. Acho que esse é o ponto da Natureza: estar em equilíbrio. Há correntes de pensamento que conceituam a evolução tecnológica humana como algo completamente natural, e portanto perfeitamente digno. Óbvio que pode ser um grande mea culpa pra todo o abuso cometido contra biomas inteiros e tudo o mais, mas precisamos passar por essa ideia também e ver se ela nos serve.

A mácula, por outro lado, ficaria com esse objetivo de "purificação" - ou, já que ela é impura pra maioria das civilizações (?), "disseminação". Isso faz muito mais sentido, porque tenho a impressão de que a mácula não é uma existência homicida. Tenho a impressão de que a mácula não deseja dizimar tudo às suas formas primevas -- acho que ela quer estar em todo lugar. Mácula everywhere in this bitch. A mácula quer expandir, e predominar. Por isso ela transforma, em vez de matar por completo. A mácula pode ser uma força de ambição, de inveja, que joga um contra o outro apenas quando um quer impedir o outro de transmitir a mácula adiante. Tem uma floresta ali? Uma água? Um animal? Será maculado. Tem uma cidade ali? Tijolos, vigas de madeira? Povos civilizados? Quero participar disso, então tudo isso será maculado. Algo quer me impedir? Então será dizimado.

Dessa maneira, a natureza deseja Equilíbrio -- a mácula, Predominância.

Allgumas sociedades se dão bem com isso e sabem viver em harmonia, tal qual animais sem civilizações complexas. A Natureza não vai se meter com eles. Mas a partir do momento em que uma civilização desaparece com um bosque que era necessário pra evitar que correntes de ar do Norte se encontrassem com as correntes do Sul -- bitches, please -- não reclamem dos furacões. A partir do momento que uma matilha inteira de lobos selvagens se torna maculada e começa a detonar uma vila que já estava completa e perfeitamente imersa no ecossistema, bem, a Natureza vai responder à altura.

Daí me sobra  uma dúvida: a Natureza vai responder à altura (1) porque é natural que isso aconteça? ou (2) porque ela quer? A primeira opção nos coloca uma Natureza inconsciente, como a nossa supostamente é, que não "faria", de fato, nada. A população de ursos aumentaria naturalmente porque os Lobos Maculados do exemplo anterior eliminaram todos seus caçadores. Se os ursos vão ou não atrás dos Lobos pra eliminá-los, não é problema de ninguém senão dos ursos e dos lobos. Na segunda opção, no entanto, a Natureza participaria com uma consciência maior que almeja o equilíbrio e mexe os pauzinhos pra que ele exista. A população de ursos aumentaria naturalmente, mas é bom que os Lobos Maculados se preparem, porque os ursos vão caçá-los até expurgar de vez esses agentes do desequilíbrio.

A segunda opção também pressupõe, por exemplo, que seres e civilizações alinhadas com a Natureza tenham consciência (ou fé) de seus ideais, colocando em prática uma agenda rigorosa de cuidados com o equilíbrio do mundo.

No fim, eu queria pedir desculpas pelo texto tão longo, e fico na esperança de que tenha sido direto e bem claro, apesar disso. Agora no final fiquei com a impressão de que tudo que eu escrevi lembra um pouco as cores de Magic -- [mana]G[/mana] para a Natureza, [mana]B[/mana] para a Mácula --, especialmente como são colocadas na Color Pie. Eu sinto que é um bom exemplo e uma boa inspiração de como a coisa deve funcionar aqui, porque a Color Pie traz cinco aspectos (sem atribuir responsabilidade direta a civilizações ou biomas) e faz com que cada um deles tenha dois opostos diretos.

Heitor:
Parece um pouco o mote de Dark Sun, com a diferença de que lá a natureza em sua forma original está em plena desvantagem, sobrevivendo da mutação.

Bispo:
A ideia da Natureza enquanto força imanente é muito interessante.


--- Citação de: Blackbird em Janeiro 21, 2012, 11:07:00 am ---Daí me sobra  uma dúvida: a Natureza vai responder à altura (1) porque é natural que isso aconteça? ou (2) porque ela quer?
--- Fim de citação ---

Eu escolheria a segunda opção. A Natureza enquanto um poder primordial e latente pode servir muito bem como um referencial para "sociedades" alinhadas com este elemento. Nesse caso, a questão é entender como esse poder imanente teria consciência - que no meu ver, deveria estar longe da figura divina, como Gaia.


Aproveitando o tópico sobre natureza: tendo a Terra como referência climática, quais as latitudes de equivalência do Terras Sagradas? Por exemplo, Neerghul estaria entre quais latitudes?

Arcane:

--- Citação de: Bispo em Março 25, 2012, 09:04:50 pm ---A ideia da Natureza enquanto força imanente é muito interessante.

Eu escolheria a segunda opção. A Natureza enquanto um poder primordial e latente pode servir muito bem como um referencial para "sociedades" alinhadas com este elemento. Nesse caso, a questão é entender como esse poder imanente teria consciência - que no meu ver, deveria estar longe da figura divina, como Gaia.
--- Fim de citação ---

Eu acho um problema dar "consciência" para a natureza. A mácula, salvo engano, também não o tem.
Na verdade, o post do BB sintetizou bem o que define a mácula, a "predominância", e o que define a natureza deveria ser apenas o "instinto" (afinal, é o que guia o mundo selvagem *conhecimento leigo aleatório*). São duas forças não opostas, mas que podem se confrontar e gerar dois resultados distintos, a vitória de uma delas ou a modificação de ambas naquela região.

Ainda existe o mundo espiritual do cenário, mas não sei se o creditaria como "força", embora ele pareça possuir uns toques de "Gaia", como visto nos Final Fantasy da vida.

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