Autor Tópico: [Reino]Tervat - Brainstorming  (Lida 3386 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

[Reino]Tervat - Brainstorming
« Online: Abril 01, 2012, 11:54:22 pm »
Olá,

Tervat: o que é, como vivem, do que se alimentam, hoje no Globo Repórter.

Brincadeiras à parte, Tervat sempre foi, a meu ver, um ponto nebuloso no Terras Sagradas. O lugar vagamente descrito, parcialmente conhecido, mas que tem importância para o cenário.

Enfim, gostaria de saber como vocês enxergam este império (?), o quê esperam dele e, principalmente, como imaginam as relações dele com o resto do ambiente. É um tópico de brainstorming mesmo, para pensar como desenvolver esta região/nação, visto que ela tem lugar de destaque (?) no Terras Sagradas.

Re:[Reino]Tervat - Brainstorming
« Resposta #1 Online: Abril 02, 2012, 04:29:30 pm »
Como alguém que "tocou" neles, eu imagino Tervat como:

1.Império com poder religioso e secular nas mãos de uma única figura, mais ou menos como o Império Romano. Imperador tanto como líder secular mas também um "Pontifex Maximus".

2. Pluralista em religião, mas todas as crenças se curvam à crença pessoal do Imperador. Culto do Uno provavelmente predominante, mas com doses de influência de outras crenças por todo lado.

3. Passado militarista. Presente, a decidir. Eu gosto da ideia de um "Grande Império Decadente", mas também a de "Império em Ascensão" é agradável.

4. Sociedade altamente estratificada - talvez com escravidão, mas não me simpatizo com essa ideia. Nobreza vista como "exemplar" e "grandiosa". Poder mágico associado ao nível social pode ser algo legal. Assim como a presença de uma burocracia-por-mérito, como os Mandarins Chineses.

5. Terras anormalmente férteis. Pode ser ligado a diversas lendas ou feitos anteriores. Um tipo de "Celeiro do Mundo", o que faz que ninguém queira realmente se fechar para Tervat.

Re:[Reino]Tervat - Brainstorming
« Resposta #2 Online: Abril 03, 2012, 11:10:24 pm »
Fala, Elven,

Citar
Pluralista em religião, mas todas as crenças se curvam à crença pessoal do Imperador. Culto do Uno provavelmente predominante, mas com doses de influência de outras crenças por todo lado.

Pluralista no sentido de que estas religiões têm seu culto permitido e são públicas, mas sem favorecimento pessoal do imperador?

Citar
Sociedade altamente estratificada - talvez com escravidão, mas não me simpatizo com essa ideia. Nobreza vista como "exemplar" e "grandiosa". Poder mágico associado ao nível social pode ser algo legal. Assim como a presença de uma burocracia-por-mérito, como os Mandarins Chineses.

Por que vc não simpatiza com a ideia de escravidão no cenário? E a ideia de associar poder mágico a nível social é uma boa. Ainda que, num universo à la Roma, seja estranho tal sistema méritocrata de "governo" - com exceção às reformas do "exército" de Mário.

Citar
Terras anormalmente férteis. Pode ser ligado a diversas lendas ou feitos anteriores. Um tipo de "Celeiro do Mundo", o que faz que ninguém queira realmente se fechar para Tervat.

O que induz um território grande. Ou províncias grandes. Ou ainda um desejo expancionista. Ainda que o conceito de "celeiro do mundo" se contraponha a de um "império decadente", é viável - a ver a província do Egito, que foi a maior produtora de grãos até o meados do século VIII (mas que sobrevivia sob auspícios de um império bizantino).

Outro ponto decorrente dessa sua fala é: rotas de comércio e interação com outros povos, no sentido econômico. Quais os limites e possíveis rotas?

Offline Madrüga

  • [Coordenação]
    • Ver perfil
Re:[Reino]Tervat - Brainstorming
« Resposta #3 Online: Abril 04, 2012, 11:07:38 am »
Bispo, eu cheguei a te passar um doc com o que eu tinha começado a esboçar da religião, não foi? De qualquer maneira, eu acho que esse brainstorm pode ser bem mais frutífero. O Elfo jogou umas ideias boas aí no nosso ventilador.

Eu sempre imaginei Tervat como uma espécie de império bizantino meio decadente. Outro ponto que achei interessante seria a (aparente) divisão entre arcano e divino: toda magia que não seja "inspirada pelo Uno" é caçada como herege. Isso, é claro, coloca no holofote clérigos, guerreiros divinos e milagreiros em geral, mas também força usuários de magia arcana a usar diversos truques para sobreviver: fingir, por exemplo, que seus poderes são divinos e esconder seus livros de estudo arcano.

Essa é uma contradição que eu realmente queria ver na região. E também, de certa forma, a estrutura da igreja do Uno teria seus magos, mas fingindo serem clérigos (não há um modo de discernir prontamente um tipo de magia de outro). Assim, eles ordenariam a "caça às bruxas" (arcanos) ao mesmo tempo que procuram obter esses poderes e usá-los "para o bem maior".
"If there are ten thousand medieval peasants who create vampires by believing them real, there may be one -- probably a child -- who will imagine the stake necessary to kill it. But a stake is only stupid wood; the mind is the mallet which drives it home."
-- Stephen King, It (p. 916)


Re:[Reino]Tervat - Brainstorming
« Resposta #4 Online: Abril 04, 2012, 11:43:48 am »
Citar
Pluralista no sentido de que estas religiões têm seu culto permitido e são públicas, mas sem favorecimento pessoal do imperador?

Exatamente. Claro, pode haver momentos em que certa religião é perseguida por algum motivo, mas esses motivos não seriam nunca religiosos. Acho que Tervat saberia que "legislar a crença" em uma grande extensão de terras é um negócio ruim.

Citar
Por que vc não simpatiza com a ideia de escravidão no cenário?

Porque colocá-la dá a ideia imediata a qualquer leitor moderno de "Império Maligno".

Citar
Ainda que, num universo à la Roma, seja estranho tal sistema méritocrata de "governo" - com exceção às reformas do "exército" de Mário.

Tenho ideia disso, mas a ideia é evitar a associação imediata só com Roma e Bizâncio, por isso colocar um elemento característico da China Imperial. No "sistema social" que visualizo, a Nobreza teria acesso quase imediato aos melhores cargos da hierarquia militar, mas a administração e as questões logísticas caberiam aos "Mandarins" - e note que num sistema "por mérito", ainda haveria nobres de sobra nesse meio.

Citar
O que induz um território grande. Ou províncias grandes. Ou ainda um desejo expancionista. Ainda que o conceito de "celeiro do mundo" se contraponha a de um "império decadente", é viável - a ver a província do Egito, que foi a maior produtora de grãos até o meados do século VIII (mas que sobrevivia sob auspícios de um império bizantino).

Exatamente - embora eu estou indeciso se Tervat vai ser um "Império Decadente". Eu penso que eles passaram por um fase decadente relativamente recente, mas no presente, a nação está recuperando porções do poder e ameaça que tinham no passado. Esse pode ser o "último suspiro" de um Grande Império como pode ser sua nova ascensão.

Citar
Outro ponto decorrente dessa sua fala é: rotas de comércio e interação com outros povos, no sentido econômico. Quais os limites e possíveis rotas?

Isso eu deixo para depois, ainda não conheço o cenário por completo.

Citar
Outro ponto que achei interessante seria a (aparente) divisão entre arcano e divino: toda magia que não seja "inspirada pelo Uno" é caçada como herege. Isso, é claro, coloca no holofote clérigos, guerreiros divinos e milagreiros em geral, mas também força usuários de magia arcana a usar diversos truques para sobreviver: fingir, por exemplo, que seus poderes são divinos e esconder seus livros de estudo arcano.

Essa é uma contradição que eu realmente queria ver na região. E também, de certa forma, a estrutura da igreja do Uno teria seus magos, mas fingindo serem clérigos (não há um modo de discernir prontamente um tipo de magia de outro). Assim, eles ordenariam a "caça às bruxas" (arcanos) ao mesmo tempo que procuram obter esses poderes e usá-los "para o bem maior".

Penso em algo mais sutil - magia arcana seria condenada pela Igreja do Uno, mas acabaria afetando mais a prática plebeia do que a nobreza, que poderia glorificar a magia como uma prova de sua superioridade e "direito divino". Pessoalmente, eu acho que colocar a nobreza como herética é algo interessante.

Offline Madrüga

  • [Coordenação]
    • Ver perfil
Re:[Reino]Tervat - Brainstorming
« Resposta #5 Online: Abril 04, 2012, 06:30:26 pm »
Quanto mais fugir do clichê, melhor. Eu acho que isso tem um bom potencial.
"If there are ten thousand medieval peasants who create vampires by believing them real, there may be one -- probably a child -- who will imagine the stake necessary to kill it. But a stake is only stupid wood; the mind is the mallet which drives it home."
-- Stephen King, It (p. 916)


Re:[Reino]Tervat - Brainstorming
« Resposta #6 Online: Abril 04, 2012, 07:49:56 pm »
Bispo, eu cheguei a te passar um doc com o que eu tinha começado a esboçar da religião, não foi? De qualquer maneira, eu acho que esse brainstorm pode ser bem mais frutífero. O Elfo jogou umas ideias boas aí no nosso ventilador.

Bem lembrado! Verei se o acho e posto aqui.

Elfo,

Citar
Porque colocá-la dá a ideia imediata a qualquer leitor moderno de "Império Maligno".

Será que issa ideia não pode ser contornada/diluída/trabalhada? Eu não sei qual o ideal moral do cenário, mas acredito que ele seja bem flexível, no sentido de não termos um maniqueísmo absoluto. Até porque, tendências estão longe do horizonte de trabalho - ao que me parece. Na verdade, a questão central seria: escravidão para quê? O que nos leva a pensar o sistema econômico e trabalhista da coisa.

Citar
Penso em algo mais sutil - magia arcana seria condenada pela Igreja do Uno, mas acabaria afetando mais a prática plebeia do que a nobreza, que poderia glorificar a magia como uma prova de sua superioridade e "direito divino". Pessoalmente, eu acho que colocar a nobreza como herética é algo interessante.

Que tal algo como a magia ligada à casa imperial, e exercida somente por ela, com um dos fundamentos da legimitidade da autoridade? Nesse sentido, dá para trabalhar as duas propostas.

Vejam, penso "casa" aqui como algo mais que apenas relações de parentesco. Quer dizer, de um parentesco apenas consanguíneo. Para deixar mais claro, teriam as adoções um papel importante dentro da composição destas casas, inclusive a imperial, onde um sujeito de status inferior poderia ser adotado, mediante feitos "exemplares", por alguma casa nobre. Outro fator de composição seriam os matrimônios, que entram no jogo de relações entre as casas. E o que é "exemplar" aqui fica a total cargo das casas.


E, por fim, respondendo ao Madrüga: é perfeitamente possível fugir dos clichês, mas ter esquemas sociológicos e históricos são bons referenciais. Até para servirem de guia do que não fazer.


Re:[Reino]Tervat - Brainstorming
« Resposta #7 Online: Abril 06, 2012, 08:32:12 pm »
Citar
Será que issa ideia não pode ser contornada/diluída/trabalhada?

É com vocês, embora eu prefira deixar a escravidão para locais com um aspecto obviamente maligno. ;)

Citar
Que tal algo como a magia ligada à casa imperial, e exercida somente por ela, com um dos fundamentos da legimitidade da autoridade?

Não é má ideia. Só acho que restringe demais o acesso a um dos recursos mais importantes nas mãos de um número pequeno de associados - a menos que a Família Real tenha o hábito de adotar e elevar qualquer arcanista com algum talento - e perdoar diversos que estão nas mãos do Uno.

Re:[Reino]Tervat - Brainstorming
« Resposta #8 Online: Abril 15, 2012, 09:25:24 pm »
Citação de: Dr. Faustus
É com vocês, embora eu prefira deixar a escravidão para locais com um aspecto obviamente maligno. ;)

Bem, eu acho que dá pra contornar. Fica a sugestão de debate.

Citação de: Dr. Faustus
Não é má ideia. Só acho que restringe demais o acesso a um dos recursos mais importantes nas mãos de um número pequeno de associados - a menos que a Família Real tenha o hábito de adotar e elevar qualquer arcanista com algum talento - e perdoar diversos que estão nas mãos do Uno.

Penso em núcleos familiares grandes, e onde os matrimônios seriam peças-chave na política de modo geral. Ademais, essa restrição à família imperial seria mais como um dom natural daqueles pertencentes aquele sangue, e como algo que pode ser aprendido por outros (com algum custo).

-------------------------------------------------------------------------------------

O arquivo de Tervat que o Madruga me passou certa vez.

O ponto central é a religião, que achei bem rica. Podemos tentar encaixar o esquema de potestades juntos à nobreza. (Uma espécie de Paideia clássica). Em contrapartida, isso pode deixar o ambiente ligado demais à religião, como se não existisse "vida" fora disso. O que, se estivermos de acordo, pode funcionar - mas me incomoda.

Offline Madrüga

  • [Coordenação]
    • Ver perfil
Re:[Reino]Tervat - Brainstorming
« Resposta #9 Online: Abril 15, 2012, 10:05:17 pm »
Lembrando que estamos tentando seguir um caminho oposto ao que fizemos no começo.

Lá nos princípios de Tsagr, começamos a exagerar na preocupação com algumas coisas que pouco influenciavam o jogo ou as aventuras. Um bárbaro não vai pensar nas questões culinárias, um ranger não vai se casar e o clérigo do grupo não vai coletar as flores do reino.

Portanto, algumas questões são legais sim, mas como elas vão se traduzir em jogo? Como será uma aventura nesse reino? Quais as relações com os outros reinos, os ganchos, as possibilidades de aventura?
"If there are ten thousand medieval peasants who create vampires by believing them real, there may be one -- probably a child -- who will imagine the stake necessary to kill it. But a stake is only stupid wood; the mind is the mallet which drives it home."
-- Stephen King, It (p. 916)


Re:[Reino]Tervat - Brainstorming
« Resposta #10 Online: Abril 23, 2012, 08:42:38 am »
Continuando o brainstorm.

Independente de um império "decadente" ou "em ascensão", um ponto central para qualquer império é seu poderio militar. Como vocês pensam esta questão?

Penso que, se existe uma limitação do contato entre Tervat e o restante do cenário, a força militar do império seja calcada estritamente na infantaria e/ou tropas terrestres. Mas, falamos de uma organização hierárquica estruturada (patentes, postos bem definidos mas com possibilidade de mobilidade, divisão provincial, legiões) ou de uma mais maleável ?

Outro ponto, nesse sentido, como se comporia este exército? Voluntário ou obrigatório?