Nenhuma canção cita Jemuji,
Em nenhuma escritura seu nome está redigido;
Pois apenas como Grande Lago;
Este local impuro deve ser conhecido.
- Ohman-karr, sábio odarano em seus comuns devaneios.
Jemuji não é uma nação e não exerce força política em sua vizinhança, mas ainda é sim é uma terra temida e observada. Odaran tem grande interesse religioso naquele local, e seus sábios Nuareks viajam longas distâncias para se banharem em algumas áreas dito sagradas. Enquanto isso Neerghul deseja mapaeá-lo e inserí-lo completamente sob sua bandeira, mas dificilmente irão conseguir enquanto não puderem controlar suas disputas internas.
Afinal, quem não gostaria de ter quilômetros e quilômetros de água pura e cristalina, tão limpa que possui nascentes potáveis do tamanho de cidades.
Em outras bordas, poços de água escaldante, temperada com o odor cáustico do enxofre, ficam retidas e concentradas em meio a sílica resistente. Dizem que para lá vão os enfermos que não possuem esperança de cura, para que sua dor, assim como seu corpo, possa ser dissolvidos.
Dividos e espalhados estão incontáveis poços escuros de águas turvas e inconstantes, que hora sugam e hora golfeiam. Muitos já mergulharam nestes poços, alguns voltaram sem ter nada a dizer, já que nada encontraram. Outros encontraram bolsões de ar do tamanho de carvernas e se aprofundaram, mas o medo e o peso sobre o corpo os impediram de ir adiante. Agora, a maioria, bem, esta nunca voltou. Embora algumas vezes, carcaças irreconhecíveis de ossadas fossem vomitadas nos dias das águas da cólera.
Pescadores das bordas vivem relatando histórias do desconhecido. Nas áreas navegáveis, alguns se aventuram até que sumam às vistas no horizonte. E retornam dias depois, com peixes grandes e carnudos, e com mais histórias de mais horrores em forma de pesadelos.
Ah sim, ainda existem os pesadelos. Alguns dizem que conseguem ver dentro do lago, sem nem mesmo ter jamais mergulhado. E lá dentro há o um mal, um mal diferente, não ligado (ou talvez sim) à mácula que há tanto condena nosso povo. E este mal não deve ser desperto, pois é o guardião profano de eras passadas. E os seres destas eras vivem nas profundezas de Jemuji e também lá devem ficar.
Que Ohman-karr me perdoe por tanto escrever o nome daquelas águas nefastas, mas já me vejo em uma situação de risco. Os pesadelos não param e o desespero toma conta de minha mente. Talvez estejam certo os crentes, talvez eu consiga liberdade quando me tornar um com o lago, assim como o fazem os enfermos sem esperanças.