Próximo do lançamento do Core Rulebook do novo RPG de Star Wars produzido pela Fantasy Flight Games, queria saber quem tem acompanhado seu desenvolvimento aqui no fórum e discutir sobre.

Primeiro, sobre o jogo. De acordo com os editores, o novo RPG de Star Wars vai se centrar no período basicamente no período dos dois primeiros filmes da trilogia clássica (episódios IV e V). O interessante é que eles dividiram o jogo em temas. O livro de regras básico que sai agora dia 05 é o Edge of the Empire, que lida com personagens e cenas do submundo do Outer Rim (coisas como bounty hunters, scoundrels e corjas do tipo). O segundo, que desconheço a data de lançamento, é o Age of Rebellion que centra o jogo na luta contra o Império Galáctico por meio de espiões, pilotos e soldados da Aliança Rebelde. O terceiro "fascículo", chamado Force and Destiny mira os holofotes nos últimos sobreviventes da Força na galáxia - em suma, são os Jedi.

Apesar de comporem um único jogo, cada "fascículo" é uma linha independente e autônoma. A promessa é que você possa só se concentrar naquilo que lhe agrada, como intrigas do submundo no Edge of the Empire ou nas figuras heroicas lendárias dos Jedi no Force and Destiny. Confesso, que não ficou muito claro pra mim como esses "módulos" vão se interagir. Mas como não saiu nenhum material deles ainda, é cedo para julgar isso.

Sobre o sistema. Ele definitivamente não é para iniciantes. Pelo menos do que vi do site e da versão beta (mostrada na Gen Con do ano passado). Basicamente, as resoluções do jogo se baseiam num dice pool (parada de dados?), que representa um conjunto de habilidades, proficiência, circunstâncias positivas opostas por dificuldade, desafio e circunstâncias negativos. Cada um dessas características é medida por um dado diferente. Habilidade e Dificuldade, por exemplo, são d8s. Proficiência e Desafio são d12s. Boosters e Setbacks são d6s. Há também o Force Dice, um d12, que determina se sua ação teve um impacto do "lado sombrio" ou "lado da luz"da Força.

Acontece que esses dados não são os conjuntos de dados tradicionais (embora possam ser utilizados). O sistema favorece o uso de dados customizados para o jogo. São símbolos específicos em cada faceta de cada dado, com logos da Aliança Rebelde, do Império entre outros. No fim, você tem uma parada de dados composta por fatores positivos e negativos, cada um se anulando um ao outro. Caso a soma final seja positiva (um dado positivo restante, ao menos), a ação teve sucesso. E este sucesso pode ser gradativo, a medida do número de dados positivos obtidos na soma final. É meio complexo o negócio e teria que jogar pra ver isso funcionando em mesa para ter uma ideia melhor. Um resumo do sistema  e ele em ação pode ser encontrado aqui.

Por ora é só.  Apesar da complexidade aparente, e isto se estende para a criação dos personagens do qual falarei depois, o jogo me pareceu ser bem divertido.

Dá uma olhada na linha Warhammer 40K, da própria fantasy flight. Mesmo sendo apenas um cenário, você tem:

Space Marines: Jogo com foco na divisão de elite. Parte do processo de criação é focado na características que destacaram o personagem da multidão e o promoveram ao status atual.

Only War: Partidas com os soldados rasos, basicamente bucha de canhão mal remunerada em missões de reconhecimento. Criação de personagem com foco na divisão aonde foi alojado.

Rogue Trader: Piratas e contrabandistas cuja a preocupação é com o lucro não devoção ao imperador. Passam a maior parte do tempo tentando levar a melhor e tentando evitar atenção das autoridades.

Outro modo de ver essa abordagem é com os jogos da White Wolf.

Legal. Eu realmente não conheço a linha editorial do Warhammer, só a história do cenário por cima. Então, aproveitando que vc sabe mais, como elas interagem? É tranquilo usar um material de um "módulo" com outro?

Não chega a ser tão complicado. Alguns dados representam o esforço do personagem em si, como na maioria dos casos. Os outros as condições aonde o personagem se encontra, e nem sempre são utilizados. Na verdade o sistema do Star Wars é uma versão mais prática do Warhammer Fantasy Roleplay na 3ª edição.

A complexidade não é algo que impede o jogo - afinal, seria contraproducente, inclusive comercialmente. O dice pool em geral é bem baixo (com 4~6 dados, pelo que vi nos exemplos), mas não lembro de ter visto um limite pra isso. Mas também só li o beta. Talvez esse estranhamento seja do meu desconhecimento de como a FFG lida com a mecânica em seus jogos e minha fase "RPG rules light".

No Warhammer campanhas de quem faz parte do império podem ser muito diferentes entre si apesar de compartilharem muitos traços (humanos da mesma cultura). Imagina a diferença de rotina entre os fuzileiros e os soldados rasos, essa é a diferença entre as aventuras do Space Marine e do Only War, respectivamente. Regras basicamente são as mesmas com pequenas diferenciações.

Na verdade as diferenciações não são pequenas, se for analisado com rigor os sistemas na verdade são diferentes com muitas semelhanças.

Eu queria saber mais sobre os dados. Alguem aí chegou a testar legal, e tem alguma impressão ?

Eu achei legal a ideia de cada rolagem gerar mais do que o básico sucesso/falha pra cada situação, mas o pouco que li em si, me diz que a coisa é um tanto complexa.

É a época entre as duas triologias (um período que eu não curto) e não tem jedis. Por isso não me empolguei.

Nada ?

Não tem ninguém jogando ou pelo menos lendo essa bagaça não ? 

Eu li boa parte do beta (que saiu na Gen Con 2012). Ainda não consegui por as mãos devidamente no Edge of the Empire por falta de tempo (e são quase 450 páginas).

Sobre os dados: embora tenha me confundido, como disse no primeiro post, pareceu-me um sistema bem interessante de resolução de ações. No entanto, não tive nenhuma experiência para dar um veredito. Mas pelos relatos por aí, a receptividade foi boa.

Pois é, taí uma coisa que sempre me incomodou nessa nova geração Star Wars, essa power-fantasy onde todo mundo tem que ser Jedi senão não tem graça. Acho que foi por isso que SAGA nunca me agradou muito (além do meu desgosto por D&D, claro). Aliás, não faz sequer sentido haverem jogadores jedis no cenário da primeira trilogia, onde estes eram figuras quase míticas, desaparecidas ha séculos.

Mas well, acho que isso vai da geração. Eu sou da velha guarda (tenho 34 anos). Imagino que essa garotada nova tenha sido introduzida ao mundo com a nova trilogia de jedi power-fantasy, e por isso essa necessidade de ser jedi a qualquer custo.

Tem certeza, Iuri ? Lembro vagamente de ouvir o velho Obi-Wan (ou seria o tio Ben) falando pro Luke que Jedis estavam extintos há séculos no primeiro filme.

Eu me enganei ou rolou algum retcon no meio do caminho ?