Autor Tópico: Porque Classes?  (Lida 2304 vezes)

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Offline Metal Sonic

  • 天元突破グレンラガン
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Porque Classes?
« Online: Dezembro 01, 2011, 05:56:37 pm »
Com certeza assunto antigo, mas vamos lá.

É uma pergunta que realmente ainda me intriga. Todos sabem que a influência do D&D ainda vive em muitos sistemas, como Níveis e Classes. Mas o que eu acho engraçado é que muitos jogadores que reclamam da rigidez das Classes e do desequilíbrio entre as mesmas parecem que se RECUSAM a migrar para um outro sistema que seja, por exemplo, point buy.

É engraçado eu falar disso porque como alguns sabem, eu estou jogando atualmente uma campanha de Pathfinder, e fiquei DUAS semanas lapidando uma Build, e só terminei porque o Mestre permitiu que eu pegasse 2 Feats com um pré-requisito ligeiramente menor. Nesse tempo eu teria criado centenas de fichas de Personagens de 3d&t ou algumas dezenas de personagens de M&M. Mas o meu lado "powergamer" me instigou a tirar leite de pedra e buscar o personagem MAIS efetivo.

Do jeito que as Classes em Pathfinder estão ficando cada vez mais abrangentes, eu começo a pensar que um modelo ao menos mais livre seria ideal do que o atual. Mas o que no geral meus amigos da Ispéu acham de Classes?
"My drill is the drill that will pierce the heavens!"

Re:Porque Classes?
« Resposta #1 Online: Dezembro 01, 2011, 07:47:00 pm »
Eu gosto de classes por dois motivos

1: como elas já trazem um pacote pronto de habilidades elas tornam mais fácil fazer um personagem (pelo menos e o que eu acho)

2: elas ajudam a ter uma melhor noção de qual papel seu personagem vai desempenhar no grupo
War never changes

Re:Porque Classes?
« Resposta #2 Online: Dezembro 02, 2011, 02:40:10 am »
Depende muito da proposta do sistema.

Em um sistema que tenta evocar arquétipos, ter classes é uma solução simples para você ser útil representando um papel que lhe agrada.

Em um sistema que não dependa de arquétipos, ter classes é uma tesoura que lhe corta liberdade de fazer um personagem de seu agrado.

O exemplo melhor é D&D x MM. Em um você é esperado a aceitar certo esteriótipo, por que a história já espera algo assim. No outro, há uma gama grande demais para ser preenchida por pacotes fechados, então é melhor ser "point buy" do que pacote fechado.

Offline Vincer

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Re:Porque Classes?
« Resposta #3 Online: Dezembro 03, 2011, 12:02:08 am »
Seria isso mesmo GG? Até onde realmente se esperaria certos esteriótipos(impossível evitarmos falar de fantasia) e até onde esses esteriótipos são esperados por causa das classes? Esteriótipos já haviam, mas se formos olhar o background eles seriam mais afins a roles dramáticos que tudo; Teríamos o cavaleiro, a princesa, o sábio, talvez diferentes tipos de heróis como o campeão, o herói que não teve escolhas(destino), o semi-divino, o anti-herói... De verdade os esteriótipos seriam esses. As classes vieram nessa onda mas alterando para diferentes roles táticos já que o jogo buscava elementos estratégicos como em wargames. Ao que me parece foi tão eficaz que os valores inverteram, e acho que as pessoas esperam certos esteriótipos que não haveriam não tivessem sido estabelecidos solidamente por D&D(não estou falando dos por menores de sistema q implico, mas do hobby como um todo e o fenômeno). Felizmente D&D por mais nerd que fosse causou tremendo impacto e suas influências se difundiram em tudo quanto é canto.

Por isso acho meio difícil isso de 'a história já espera algo assim'. Ela já esperaria um ranger com companheiro animal ou usando duas armas? Ela já esperaria um padre(no caso um santo, alguém muito especial e abençoado) batendo? Melhor não confundir as coisas. Não estou criticando esses esteriótipos que também adoro(já tive minhas implicâncias com clérigos, mas convenhamos que um padre chutando bundas for the lord é awesome), só apontando que justificar dessa forma não funcionaria assim.

O Sidney sintetizou tudo com perfeição. O grande apelo e a alta eficácia em usá-las(no gameplay) são principalmente proteção de nicho(todos terem seu espaço, sem atropelar as funções dos outros) e facilitar escolha e criação(principalmente introdução ao jogo). Isso no papel, se essa ou aquela encarnação de um sistema não deixou realmente mais fácil criar personagens é outra história(se esses jogos, não apenas falando de D&D, se convertessem para point-buy não ficariam mais simples de construir).

Quem me conhece um pouco sabe que já critiquei muito classes, mas deixei isso para trás e amadureci as idéias. Ainda não gosto delas de um ponto de vista bem pessoal, prefiro construir personagens com maior liberdade e particularmente não chego num jogo sem idéias do que fazer; Mas se não tivesse idéias haver classes faria toda a diferença. Das minhas opniões é importante saber dividir o pessoal da opnião: eu não me importo em ser eficaz num grupo ou ter personagens similares q façam o mesmo q eu melhor, e prefiro importar personagens(conceitos) já prontos para um sistema do que criá-los ao redor dele. Por isso classes só me atrapalham, mas reconheço o valor delas.

Eu acho que tudo se resume a abordagem preferencial num jogo. Você tem uma idéia clara do que quer e quer muito jogar com ela ou não? Point-buy tem seu preço, e pra muita gente não vale a pena o esforço e demorar mais com decisões, tempo que poderia ser gasto jogando e o hobby já demora demais para caber na agenda. Classes são bem mais eficazes.

O que me surpreende é a elevada quantidade de gente que não se importa com esse preço, tem idéias claras do que quer e ainda prefere se agarrar à classes. O problema que o Metal disse no começo só acontece se:
-Você não quer escolhas óbvias, logo tem uma idéia que precisa ser adaptada dentro dos limites e combinações de classes
-Você quer configurar e melhorar o personagens nos mínimos detalhes
Sem isso criar com classes é indolor, prático, lindo. E classes são muito melhores para introduzir qualquer um a algum jogo; Não apenas a sistema, mesmo diferentes campanhas(e cenários). Mais que justificável.

O problema ao meu ver é que todo jogo opta por um lado da moeda. Se é point-buy uma parcela dos potenciais jogadores vão achar a construção vaga, demorada, exigindo mais folheamento e pesquisa, chata e travada(nada trava mais do que indecisão). Se for classes uma parcela dos potenciais jogadores vão sentir duramente os limites e não ficarão plenamente satisfeitos com os personagens que tiverem.

Eu acho que seria ideal se todo sistema oferecesse as duas opções. Não exigiria tanto mais trabalho para tentar equilibrar tudo(onde todos falham, nunca fica 100%) do que a maioria dos point-buys robustos ou jogos de classes com dezenas delas...

Offline Cebolituz

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Re:Porque Classes?
« Resposta #4 Online: Dezembro 03, 2011, 12:14:50 am »
Ainda gosto do sistema de classes e das facilidades que elas trazem. Nunca tive tanta pira por querer "inventar" novos arquétipos ou querer misturar conceitos de 3 ou 4 classes em um personagem só.

O ladino "armas leves", o ranger "duas armas ou arco" e o guerreiro "arma de duas mãos ou arma e escudo" já são o suficiente para mim. Nunca senti a necessidade de um enlatado atirando shurikens com eficiência e afins.


GLADIUS - pergunta Gladius

Pergunta o Gladius joga máfia mas o RPG e Spell sendo que Gladius??

Re:Porque Classes?
« Resposta #5 Online: Dezembro 03, 2011, 02:28:52 am »
Eu gosto de sistema de classes quando ela é bem ampla e com muitas opções, como D&D quando está bem avançado no sistema, com dezenas de classes e builds pra escolher, com uma possibilidade alta de customização, onde dá prafazer personagens básicos ou não tão básicos. Algumas vezes, pegando uma classe diferente e mexendo de leve no fluff (se for de leve até vale, se for mudança demais até em regra, a história é outra) dá pra ter um determinado conceito feito.

Claro, um Character Builder da vida faz milagres e torna o ato de criar fichas MUITO mais agradável e rápido do que na 3.5. Ainda me lembro do martíria de ter que ter 10 livros pra montar fichas de NPCs com os efeitos que eu queria ter em mente.

Mas M&M mefez gostar também dos sistemas de compra por pontos e a liberdade inegável, mas que por vezes parece sem sabor, mas talvez seja frescura pura.
« Última modificação: Dezembro 03, 2011, 02:33:55 am por Youkai X »

Offline Lumine Miyavi

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Re:Porque Classes?
« Resposta #6 Online: Dezembro 03, 2011, 11:12:53 am »
Classes são excelentes suportes para um jogador iniciante ou que fazem uma ficha com pressa, ou sem necessidade de customização total mas também servem como grilhões se você quer fazer algo novo; infelizmente, a maioria dos sistema de pontos que eu já vi (e isso inclui M&M, Gurps, Rifts e talvez até o antigo Trevas da Daemon) pende pro outro lado, largando o jogador que não tem uma ideia certa na cabeça de sair catando o "principal" do personagem e em seguida preencher com coisas o suficiente pra cobrir o gasto de pontos.

Não sei se um meio termo entre ambos seria viável justamente pelo equilíbrio; o mais próximo disso são pacotes dados em sistemas, com uma série de vantagens / perícias / habilidades mínimas com uma customização a gosto do jogador, mas no final, isso acaba meio que forçando o jogador sem uma ideia clara do que quer a seguir uma definição de classe, com outro nome.

Em termos próprios, eu já tentei fazer uso de diferentes arquétipos em sistema como D&D que usam classes, como um duelista ágil (sem o uso de classe de prestígio, pelo menos inicialmente) e usei um nível de guerreiro e o resto ladino pré-cdp. Não ficou a coisa mais eficiente do mundo, mas dá pro gasto; num sistema de compra de pontos, esse arquétipo poderia sair bem mais fácil, em troca do foco quase exclusivo nessas habilidades principais. Em Daemon, eu fiz um personagem aprender magia (só comprar aprimoramento), de forma muito mais rápida que um sistema de níveis... e outros sistemas, como Gurps. Então acho que depende das particularidades.

Blog do Lumine, PhieLuminando!
Avatar Atual: Levi, Attack on Titan

Re:Porque Classes?
« Resposta #7 Online: Dezembro 03, 2011, 12:35:57 pm »
Seria isso mesmo GG? Até onde realmente se esperaria certos esteriótipos(impossível evitarmos falar de fantasia) e até onde esses esteriótipos são esperados por causa das classes? Esteriótipos já haviam, mas se formos olhar o background eles seriam mais afins a roles dramáticos que tudo; Teríamos o cavaleiro, a princesa, o sábio, talvez diferentes tipos de heróis como o campeão, o herói que não teve escolhas(destino), o semi-divino, o anti-herói... De verdade os esteriótipos seriam esses. As classes vieram nessa onda mas alterando para diferentes roles táticos já que o jogo buscava elementos estratégicos como em wargames. Ao que me parece foi tão eficaz que os valores inverteram, e acho que as pessoas esperam certos esteriótipos que não haveriam não tivessem sido estabelecidos solidamente por D&D(não estou falando dos por menores de sistema q implico, mas do hobby como um todo e o fenômeno). Felizmente D&D por mais nerd que fosse causou tremendo impacto e suas influências se difundiram em tudo quanto é canto.

Por isso acho meio difícil isso de 'a história já espera algo assim'. Ela já esperaria um ranger com companheiro animal ou usando duas armas? Ela já esperaria um padre(no caso um santo, alguém muito especial e abençoado) batendo? Melhor não confundir as coisas. Não estou criticando esses esteriótipos que também adoro(já tive minhas implicâncias com clérigos, mas convenhamos que um padre chutando bundas for the lord é awesome), só apontando que justificar dessa forma não funcionaria assim.

O Sidney sintetizou tudo com perfeição. O grande apelo e a alta eficácia em usá-las(no gameplay) são principalmente proteção de nicho(todos terem seu espaço, sem atropelar as funções dos outros) e facilitar escolha e criação(principalmente introdução ao jogo). Isso no papel, se essa ou aquela encarnação de um sistema não deixou realmente mais fácil criar personagens é outra história(se esses jogos, não apenas falando de D&D, se convertessem para point-buy não ficariam mais simples de construir).

Quem me conhece um pouco sabe que já critiquei muito classes, mas deixei isso para trás e amadureci as idéias. Ainda não gosto delas de um ponto de vista bem pessoal, prefiro construir personagens com maior liberdade e particularmente não chego num jogo sem idéias do que fazer; Mas se não tivesse idéias haver classes faria toda a diferença. Das minhas opniões é importante saber dividir o pessoal da opnião: eu não me importo em ser eficaz num grupo ou ter personagens similares q façam o mesmo q eu melhor, e prefiro importar personagens(conceitos) já prontos para um sistema do que criá-los ao redor dele. Por isso classes só me atrapalham, mas reconheço o valor delas.

Eu acho que tudo se resume a abordagem preferencial num jogo. Você tem uma idéia clara do que quer e quer muito jogar com ela ou não? Point-buy tem seu preço, e pra muita gente não vale a pena o esforço e demorar mais com decisões, tempo que poderia ser gasto jogando e o hobby já demora demais para caber na agenda. Classes são bem mais eficazes.

O que me surpreende é a elevada quantidade de gente que não se importa com esse preço, tem idéias claras do que quer e ainda prefere se agarrar à classes. O problema que o Metal disse no começo só acontece se:
-Você não quer escolhas óbvias, logo tem uma idéia que precisa ser adaptada dentro dos limites e combinações de classes
-Você quer configurar e melhorar o personagens nos mínimos detalhes
Sem isso criar com classes é indolor, prático, lindo. E classes são muito melhores para introduzir qualquer um a algum jogo; Não apenas a sistema, mesmo diferentes campanhas(e cenários). Mais que justificável.

O problema ao meu ver é que todo jogo opta por um lado da moeda. Se é point-buy uma parcela dos potenciais jogadores vão achar a construção vaga, demorada, exigindo mais folheamento e pesquisa, chata e travada(nada trava mais do que indecisão). Se for classes uma parcela dos potenciais jogadores vão sentir duramente os limites e não ficarão plenamente satisfeitos com os personagens que tiverem.

Eu acho que seria ideal se todo sistema oferecesse as duas opções. Não exigiria tanto mais trabalho para tentar equilibrar tudo(onde todos falham, nunca fica 100%) do que a maioria dos point-buys robustos ou jogos de classes com dezenas delas...
Esteriótipo no sentido de serem 4 pessoas que vão ter que:
A: sobreviver a monstros
B: sobreviver a armadilhas

e que vão precisar de
A: alguém que cure
B: alguém que cause dano em área

em uma masmorra.

Em um jogo de supers o batman, superman, ajax e mulher maravilha não se enfiam em masmorras e enfrentam dragões, então o jogo pode ser mais aberto.

Offline Heitor

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Re:Porque Classes?
« Resposta #8 Online: Janeiro 18, 2012, 01:26:55 am »
Sinceramente? Acho porque, no fundo, D&D é sobre formar sua própria Sociedade do Anel, ou seu equivalente em outra histórias de fantasia.