Parte I - Os Lordes ReveladosEnfim, com a chegada dos anos noventa, começou uma nova era para os Nove Infernos. Em 1991 foi lançado o “Monstrous Compendium, Outer Planes Appendix” com criaturas infernais e abissais, dando uma nítida impressão da formulação da Blood War (a guerra-mor entre demônios e diabos). Na Dragon 165 isso ficou bem claro no artigo “The Game Wizards”, embora tenha me parecido mais um chute do autor (Timothy Brown) que deu certo.
Embora o manual dos planos de 1987 indique quem são os regentes das camadas, não havia nenhuma descrição deles. Isto veio apenas com a edição 223 da Dragon, em um artigo de Colin McComb chamado “The Lords of the Nine”.
O interessante é que ele “corrigiu” a dúvida iniciada pelo manual dos planos e deu a quarta camada para outra regente, chamada Fierana, mas ficou bem com cara de retcon mesmo, pois não trouxe nenhum detalhe desta ascensão (eu e minha preocupação com a cosmologia da coisa).
Parte II - So Planescape cameEssa é a justificativa para minha afirmação de que os anos 90 foram bons para a definição dos nove infernos. Este cenário foi lançado em 1994 e, de cara, deu um nome para os nove infernos, Baator. No livro básico do cenário a descrição de Baator continuava pobre, mas um ponto foi a mudança do nome da oitava camada de Caina para Cania.
Eu prefiro ser devorado por um Goristo
do que fazer um pacto com um Baatezu
– Um sábio ditado planar -
Posteriormente, em 1995, “Planes of Law” dá uma descrição geral do plano, com algumas observações pertinentes, mas no geral continua um pouco pobre. Note que até o momento não existe uma obra específica sobre Baator, que geralmente sempre é descrito juntamente com outros mundos do cenário.
Parte III - Um guia para o infernoSó porque eu sou um fanático não significa que eu sou estúpido!
– Um paladino se recusando a lutar na Blood War -
Em 1996, Monte Cook e Colin McComb escreveram Hellbound: The Blood War. Enfim um livro inteiro sobre apenas um ponto específico da existência de Baator, embora, obviamente, ele divida o foco com o Abismo.
Em 1997 McComb continua a obra demoníaca com ”Faces of Evil - The Fiends”. Novamente a quarta camada ficou em evidência para mim. Lá eles não citam o nome do regente e assumem que ele pode ser ele ou ela, e que isto é um fato desconhecido. Ótimo, deram validade tanto a manual dos planos (de 1987) quanto ao artigo do próprio McComb (de 1991). Aqui também começaram a criar um esqueleto para a cosmologia de Baator, o separando do inferno cristão (isso, nada mais de lúcifer e os capetas).
Enfim, chegamos a 1999. O Euro foi estabelecido na Europa, a guerra do Kosovo explodia, o Napster é lançado, The Matrix chega aos cinemas... e... a WotC, ainda com o selo TSR, finalmente lança “Guide to Hell”.
O livro é formidável. Belas imagens, interessantes histórias, lacunas preenchidas etc. Se alguém acredita que esse livro é um retcon de muito do que já foi escrito, posso dizer que é um dos melhores retcons que já li. Três pontos interessantes:
Cosmologia própria explicando a criação de Baator. O texto “Serpents of Law” trás ênfase sobre esse assunto.
A quarta camada explicada, embora superficialmente.
Características e personalidades do inferno (tá, personalidades já tivemos várias antes).
Enfim, se 1999 foi o último ano antes de AD&D ser descontinuado, eles conseguiram fechar muito bem este assunto.