A primeira vez que abandonei D&D foi não só por perceber que o sistema não funcionava, mas sim porque ele me impedia de contar as histórias que eu queria.
Cada vez que eu pensava no arco dramático de uma morte e suas consequências me sentia ridículo, "é só o caso de a gente reviver o cara".
Sempre que planejava uma traição me surgiam detectar tendência, intenção maligna e mentiras na cabeça.
Algum de vocês vai falar sobre anéis de ocultar tendência (ou seja lá como isso se chamava) mas isso é só o sistema resolvendo os problemas criados pelo próprio sistema (me senti o Capitão Nascimento agora
).
Nas boas histórias de aventura, mesmo as mais heroicas (isso não tem mais acento também?) os protagonistas sempre evitam o combate, optando primeiramente por qualquer outro recurso a mão antes disso. Em D&D a solução padrão pra tudo é descer o cacete no vivente, e não há como fugir disso a recompensa do jogo está nisso, o foco das classes é esse e o sistema e o grupo funcionam melhor quando se opta por isso.
Eu me empolguei realmente com a 3e quando ela foi lançada, mas com o tempo percebi que continuou tudo a mesma coisa, e desanimei da edição mesmo quando ela ainda estava a pleno vapor.
Alguns dos maiores problemas dessa minha lista foram combatidos na 4e, mas o foco em combate, por exemplo, ficou no mesmo nível edições anteriores, talvez maior.
Pensando sobre isso eu acho que cabe a pergunta que dá nome ao tópico: O Sistema de D&D atrapalha a contação de boas histórias?
Qual a opinião de vocês sobre isso?