Sabe galera, estava pensando aqui, e já são mais de 20 anos jogando RPG, mestrando RPG, discutindo sobre RPG, escrevendo sobre RPG, etc etc etc. Já vi AD&D, ST, WoD, Defensores de Tóquio, 3D&D, 4D&D, ainda não vi o 5D&D, mas, pelo que vejo, o desequilíbrio continua.
E, por todos esses anos, esses sistemas todos fizeram sucesso. E todos são desequilibrados, uns mais, outros menos. Aí é gosto, nem adianta querer falar de um ou de outro.
Falando francamente e direto ao ponto, não sei se esse desequilíbrio realmente importa, se é realmente "culpa" dos sistemas de regras, enfim, se esse assunto merece a atenção toda que recebe. E, se são nuances inerentes a um jogo lastreado em improvisos e decisões tomadas no calor do momento, não sei se são realmente sanáveis. Justas ou injustas, elas fazem parte do jogo.
No fim das contas, as pessoas se divertem.
Será mesmo que é o sistema desequilibrado, ou é o jogo de RPG em si? Será que é razoável esperar "equilíbrio de poder" em um jogo sustentado por sistemas de regras destinados a emular uma realidade fantasiosa onde as pessoas, em maior ou menor grau, recebem a chance de superar as limitações da vida cotidiana? Será que não estamos nos contradizendo ao querer que uma experiência desvinculada do planejamento e da previsibilidade ofereça mais e mais restrições ao improviso e à criatividade?
Em resumo: será que seria divertido jogar um RPG onde, dadas as mesmas condições, as coisas aconteçam de modo autêntico e os resultados de cada personagem sejam iguais aos do outro, para o mesmo grau de complexidade, desafio e sucesso? Haveria, no final das contas, como diferenciar, dentro do jogo, um personagem do outro?
E.