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Apêndice Um: In the Future
Este apêndice trata das mudanças no mundo depois do reinado de Uther. O autor já avisa que para ter o material completo é necessário comprar o
The Great Pendragon Campaign (*ca-shing*).
O autor explica como as primeiras histórias do Rei Arthur abraçavam o ideal de
chevalerie et clergie e que isso é algo que foi mantido ao longo do tempo.
Chevalerie trata de coragem e paixão por justiça enquanto que
Clergie trata da conduta certa, sensibilidade e a correta administração de relacionamentos pessoais.
Ser "Cavaleiro" se torna o padrão durante o reino de Arthur, o que não significa que torna as coisas menos violentas:
Note that much of the early and mid campaign consists of spreading the ideals of chivalry by beating down every-one who disagrees (chivalry does notpreclude violence).
Educação através de espancamento.
Aparentemente, seguir os ideais da cavalaria dá poderes mágicos. Não, sério:
The magical power of Chivalry functions in any Period.
Isso é tratado mecanicamente calculando o valor que o personagem tem em certos traits. Se eles superarem 80 pontos, o personagem ganha uma armadura natural mágica, fazendo com que ele tenha uma redução de dano mesmo quando não veste mais nada.
O livro então passa aos romances na corte. Segundo o autor, isso foi criado por Guinevere (lá vem frivolidade) como uma atividade social esperada e parte integrante no convívio na corte. Isso evoluiu tanto que foram criados Cortes de Romance, onde Guinevere e outras damas ouviam histórias sobre os relacionamentos de outras mulheres (sem citar o nome de seus amantes) e podiam dar opiniões ou até encerrar relacionamentos.
U-a-u. Sério? Certo, vamos ver até onde isso vai.
Aparentemente o "amor verdadeiro" era algo a ser admirado, porque não tinha nada haver com casamento. E o melhor tipo de relacionamento envolve uma mulher casada e outro homem. Sabe, se minha mulher defendesse isso, eu provavelmente pediria o divórcio. Ou passaria a prestar bem mais atenção no que ela faz. E porque ela passa tanto tempo com aquele meu amigo cavaleiro que todo mundo admira. Just saying.
E o romance da corte também gerava uma inversão de valores, porque era esperado que os cavaleiros fizessem tudo pela sua paixão. Enquanto a sociedade patriarcal da época defendia exatamente o oposto.
E claro, o autor dá um jeito de transformar isso em regras. Se o personagem tiver 10 ou mais pontos em cinco perícias de uma lista (Compose, Dance, Falconry, Flirting, Gaming, Intrigue, Orate, Play [harp], Read [Lat-in], Singing, Tourney) e uma vez por ano gastar 1 librium em presentes e realizar alguma tarefa importante para o seu amor, ele é um Cavaleiro Romântico.
Dessa vez ele não ganha poderes mágicos, mas um bônus cumulativo de Glória para cada ano que o caso se mantiver.
E para não perder o padrão de má organização de texto, o autor encaixa as regras para ser um Cavaleiro da Távola Redonda no meio das regras de Romance.
Para ser parte da Távola você precisa ter feito algo importante ou ser apontado pelo Rei ou outro cavaleiro. Normalmente ter 8000 de Glória ou mais garante isso.
Cavaleiros da Távola são comandantes durante a guerra e responsáveis pela aplicação da High Justice durante a paz. Eles devem comparecer na Távola pelo menos uma vez ao ano, durante o Pentecostes, para refazer o juramento ao Rei. Arthur dá ao personagem terras suficientes para que o personagem se torne Rico.
E esse é um posto que dá prestígio e +1000 de Glória.
E a explicação acaba do nada, assim como começou, retornando as regras pra romance.
Guinevere também é responsável pela criação do conceito de "Amor" (escrito assim). Ele é o amor casto, que não se torna físico. Ele é tratado como uma Paixão, com a diferença que o personagem só pode ter um Amor por vez. Com exceção de Guinevere, aparentemente por quem todos podem ter Amor.
De novo, se eu fosse Rei e minha esposa resolvesse convencer todos os meus cavaleiros que tudo bem eles se sentirem atraídos por ela, eu REALMENTE começaria a reavaliar meu casamento.
E claro, regras para amor a primeira vista. Cavaleiros sem um Amor podem rolar 3d6 sempre que encontram uma possível pretendente. Eles podem descartar qualquer rolagem abaixo de 16, mas acima disso significa que eles estão apaixonados e a dama se torna seu novo Amor. Um emoticon de
não é suficiente para demonstrar o quanto eu acho isso uma bobagem.
Um personagem que tenha um Amor pode se tornar "introspectivo". Uma vez ao dia, o mestre pode exigir um teste de Amor do personagem. Em caso de sucesso crítico, o personagem é incapaz de fazer qualquer coisa além de se defender de ataques (SÓ SE DEFENDER, NÃO ATACAR) durante 4d6 minutos. Meus olhos já giraram tanto que estão alcançando a nuca.
É dada uma explicação do porque dessa ênfase, especialmente na parte "fazer coisas idiotas". O conceito de amor como algo que pudesse salvar ou redimir alguém era algo novo para a época. História de épocas anteriores tratavam amor como algo que trazia felicidade e ruína, mas não que poderiam salvar alguém.
Esse conceito foi criado por camadas oprimidas na época, como esposas de maridos abusivos (que viam os ideais do Amor como uma forma de escapar de sua situação) e cavaleiros pobres (que não tinham terras e por isso podiam jurar lealdade a damas, sem se preocupar com sacrifício ou perda de bens materiais).
Por isso personagens que fazem diversas coisas que seriam encaradas como estúpidas hoje. O autor tenta defender que isso faz sentido para a época e não pode ser julgado pelos padrões atuais, mas eu tenho minhas dúvidas da necessidade de representar isso em jogo. Ainda mais da forma extremamente mecânica que foi representada.
E segue uma explicação sobre costumes da época:
-Cavaleiros normalmente possuiam um segundo escudo, sem sua cota de armas, para representar algum item ao qual eles queriam ser associados. Eles normalmente eram usados em torneios e o costume foi criado por Lancelot;
-Era o normal usar insígnias como forma de demonstrar lealdade. Se você serve um certo Lorde, você pode usar a insígnia dele. Isso vale até para camponeses. Lordes com muitas terras podiam ter várias insígnias, uma para cada região que possuem;
-Cavaleiros muitas vezes saem em "aventuras" e isso é um conceito normal no mundo de jogo, sendo apoiado pelos Lordes.
Segue uma lista de Organizações da época:
-Cavaleiros da Rainha: dedicados a servir a rainha e outras mulheres;
-Cavaleiros do Templo Grail: também conhecido como Templares, se dedicam aos ideais dos cavaleiros e do cristianismo, passando seu tempo buscando pelo Santo Gral;
-Ordem da Maçã Dourada: um modelo de ordem criado por cavaleiros com pouco poder político para valorizar e fortalecer o grupo;
-The Thrashers: criados por Mordred, grupo de cavaleiros que repudiavam os valores de Arthur;
-Os Jovens Cavaleiros: grupo criado por Arthur em sua juventude para servir ao Rei.
E segue uma lista de equipamentos. Sinceramente, nada que não tivesse sido visto antes em alguma lista de D&D.
Próximo Apêndice: Personagens e Criaturas
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