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BOOK ONE: THE FLESH
E aqui entra um pequeno conto com ilustrações, que ocupa três páginas. Uma mulher acorda de um pesadelo, acende um cigarro e lê um livro. Ela usa o termo 'bloody thing'. Me lembrou como a Inglaterra era 'cool' nos anos 80/90. Isso e cigarros.
Segue para o Capítulo Um: The Tellurian. Que abre com uma citação de
In the Blood e outro conto. A não ser que eu tenha perdido alguma coisa, o mini-conto é só um cara com jaqueta fazendo pose de macho e fazendo uma caloura universitária beber para conseguir levar ela pro apartamento dele. Aliás, apartamento do amigo. E ele diz pra ela que eles estão indo pro apartamento do amigo. E a resposta dela é "pra fazer o que?".
Eu não sei o que é mais estranho nesse mini-conto. O cara é bad-ass porque fuma, bebe e tem uma jaqueta de couro? Pelo menos coloca uma motocicleta em algum lugar do conto, porque nem pros padrões de personalidade rasa dos personagens dos anos 90 ele está servindo.
E a garota é uma caloura universitária caipira que tenta fingir ser da cidade. Que está sendo convencida a beber pra 'se soltar'. E aceita tudo numa boa. É bom isso continuar nos próximos capítulos e ir numa direção BEM diferente do que está sendo insinuada. Se eu quisesse ler cenas com sexualidade mal trabalhada, eu estaria lendo os livros de Vampiro.
E começa o texto descritivo do capítulo, escrito como se alguém estivesse falando com o leitor. Ele explica que a Tellurian é o termo usado para chamar a soma de todos os reinos que existem, físicos e espirituais. E o Tapestry seria o termo para descrever todas as conexões dos elementos físicos, espirituais e intelectuais (?) que existem e formam os diferentes reinos. Vou supor que por 'intelectuais' o autor quis dizer 'abstratos' ou 'conceituais'.
O autor faz então uma descrição da realidade mundana. A narrativa é igual aos monólogos do Frank Miller em qualquer revistinha dele desde que ele pirou: ênfase em como a cidade é suja, violenta, ninguém liga pra ninguém, todos estão isolados, o Estado é uma ameaça.
Os Magos estão supostamente lutando contra isso, porque essa seria a realidade que a Tecnocracia está tentando estabelecer.
Segue então uma explicação sobre o sobrenatural e como as cidades são dominadas pelos vampiros, os lobisomens muitas vezes são aliados dos magos, os fantasmas são perigosos e fadas são algo raro e belo.
Eu não consigo gostar da idéia recorrente no OWoD que todas as organizações que importavam eram controladas por seres sobrenaturais.
Those officials who are not the vampires’ puppets dance to the tune of the Technocracy
Mais explicações sobre como a Tecnocracia, os Nephandi e os Marauders são os inimigos.
O autor explica como os magos se reúnem em Chantries. Eles seriam locais que não necessariamente tem algo de especial além de terem sido escolhidos como uma 'sede' para um grupo de magos. Constructs seriam a mesma coisa, só que para os Tecnocratas.
É interessate a diferença entre eles. Constructs são normalmente prédios ou fábricas, o que faz sentido dentro do conceito de 'The Man' e de autoridade deles. Já os Chantries... pela descrição podem ser praticamente qualquer outra coisa. De um bar a um ônibus. Não tem muita ligação entre os exemplos possíveis e parecem ser definidos unicamente pela
Rule of Cool. Se algo parecer uma base 'legal', então ela pode ser um Chantry.
E por fim ele leva o leitor até seu Sanctum, que pela descrição parece uma pequena dimensão criada pelo autor para descansar e guardar suas coisas.
Breve explicação sobre o Gauntlet, a barreira que separa o mundo real do mundo espiritual. Então o guia usa uma pena para ajudar o leitor a atravessar para o mundo espiritual (lembrando que o texto todo é escrito como se o locutor falasse com o leitor). Pode não ser intencional, mas a forma como ele faz isso lembra muito técnica de neurolinguística.
O narrador passa então a explicar sobre a Penumbra e como ela reflete a forma verdadeira das coisas que existem no nosso mundo. Nada muito diferente do que se vê em qualquer outro cenário onde existe a opção de atravessar para a Umbra. O narrador começa a levar o leitor para conhecer lugares por onde eles já passaram e ver a diferença que existe ao enxergar os mesmos locais na Penumbra.
Ah, e a primeira frase filosófica da Akashic Brotherhood:
"“Be, do not do,”
A última vírgula deveria estar ali mesmo?
O narrador então explica que existem muitos Realms espalhados na Umbra e que cada planeta tem o seu próprio. E a Lua também tem o seu Realm. Pelo que dá pra entender, parece ser algum tipo de plano ou semi-plano próprio. Porque as luas de outros planetas não tem os seus próprios Realms?
O passeio continua para a High Umbra. O locutor explica como o local é o lar das idéias e conceitos, lar dos espíritos e blablablá. Incrível como esses mundos que ficam no caminho para outros, são sempre parecidos. Sempre tem espíritos passeando, sempre tem alguns locais semi-acabados que representam coisas que já existiram ou poderiam existir, etc. e etc. Tanto Planescape quanto Feng Shui tinham algo parecido.
O locutor já aproveita para falar um pouco mais dos Nephandi:
We are divided in our thinking concerning the masters of the Nephandi. Some of us believe they are spirits with power enough to be called dark gods; others think they are alien creatures from the darkest reaches of space. The Celestial Chorus would label them demons and fiends.
Qualquer semelhança com Cthulhu não é mera coincidência.
Ele segue para a Middle Umbra, onde apresenta um local que lembra uma floresta, mas com as características mais vibrantes e ocupada por espíritos e seres mágicos. Ele já aproveita para comentar sobre a relação dos Garous e Magos e como ela pode ser complicada.
E então o caminho pra Low Umbra, que leva ao mundo dos mortos (que fica na Dark Umbra). Lugar perigoso que só Euthanatos e Nephaldi vão com frequência.
Segue uma série de exemplos de semi-planos que ele intitula de Zones. A Mirror Zone é um reflexo invertido do nosso mundo. A Digital Web, que parece ser a rede de computadores como vista em jogos como Shadowrun. Maya são os reinos formados por sonhos.
E então o locutor chega ao Horizon, que ele indica como uma barreira similar a Gauntlet que precisa ser superada para alcançar a Deep Umbra. Pelo que entendi, a Deep Umbra é o reflexo do espaço? Viajar na Deep Umbra é como viajar entre os planetas?
Mais algumas explicações, uma que me chamou a atenção é dos Paradox Realms. Aparentemente, quando um mago força demais a realidade através da magia, ele pode ir parar num reino próprio fora da nossa realidade. Para escapar ele precisa entender o que fez de errado e consertar.
E agora entra outra parte um pouco confusa. O narrador diz que existe um lugar chamado Hollow Earth, que seria (pelo que descreve) aquele Mundo Interior comum em ficção pulp. Um mundo no interior do nosso, onde vivem pessoas e existe um sol interior.
O Capítulo termina aí. Bom, normalmente não gosto de viagens entre planos mas esse tem algumas idéias interessantes. Tem uma ênfase muito maior nessas coisas do que a Revisada, provavelmente porque viajar entre planos era bem mais difícil na edição mais nova.
[CONTINUA]