Vocês que sejam manjões de FR, procede?
Não totalmente. Eu não vou tentar rebater por completo os pontos do autor, mas vou indicar algumas falhas (Editando, sim, eu escrevi muito mais do que gostaria - eu não tinha notado antes que o autor estava tão errado em questões ligadas ao "Canon" de FR).
O Culto do Dragão é um alvo desejado pela Igreja de Tiamat
Esse é um plot bastante antigo de Forgotten Realms - embora sejam rivais em diversos pontos, a Igreja de Tiamat sempre desejou anexar o Culto do Dragão para si - e isso se tornou ainda mais possível após 1373 D.R., quando Sanmaster (fundador e líder do Culto) foi destruído. Citando alguns trechos do livro Cult of the Dragon, do AD&D (e estou citando ele por conveniência - esse mesmo plot aparece no Powers and Panheons do AD&D e no Faiths&Pantheons do D&D 3e):
Página 30
One of the most interesting conflicts that the Cult has recently become involved in as an entity is the renewed drive to prominence of the church of Tiamat in Unther and its quest to expand beyond the borders of that troubled nation into the rest of Faerûn. The Cult has apparently been targeted by Tiamat and her church as a good acquisition for the church's expansion. The clash between a fractious, secular organization and a small but clerically empowered religion will be most fascinating to observe.
Página 61
Strife between the Tiamat’s faithful and the Followers of the Scaly Way is a relatively recent development. Only inthe past few decades have the two groups even become aware of each others existence. The Dragon Queen is little known outside of the Old Empires of Unther, Chessenta,and Mulhorand. Those who know of her are more likely to think of her as a powerful legendary monster than as a divine power.
The Time of Troubles convinced Tiamat that she had to quickly acquire greatly increased power if her presence in the Realms was to survive the collapse of the Untheric pantheon. The Cult of the Dragon, composed of powerful but godless cultists predisposed to worship dragons, was just too tempting a target for the Dragon Queen to resist absorbing into her faith. The Dark Lady expects strong resistance from the more powerful Cult cells leaders, but she feels that the fractious nature of the Cult actually plays well into her plan. She can conquer the smaller cells easily enough, she feels, most often from within by proselytizing to the Cult members. Then, with numerous cells under herwings and the benefits additional worshipers give her, she can overcome the powerful cells. Tiamat is certain that no secular organization can withstand the concerted efforts of a group united both by faith and by clerical power supplied from a true deity In the years since the Time of Troubles, Tiamat’s faithful have begun to infiltrate and co-opt the Cult’s vast network of followers. As expected, the efforts of the Dark Lady’s follower lowers have been opposed at every turn by the entrenched Keepers of the Secret Hoard, and her faithful have been subjected to unspeakable tortures when their true allegiance was exposed.
Ou seja, a Igreja de Tiamat esteve trabalhando nesse objetivo a mais de um século, entre o Time of Troubles, que terminou em 1359 DR até 1489 DR, ano em que se passar Hoard of the Dragon Queen - sem contar que, segundo a aventura, o novo líder do Culto do Dragão discordava da interpretação de Sanmaster e recebeu um "incentivo" da Dark Lady:
The new leader of the cult is a Calishite named Severin Silrajin, who believes that real draconic knowledge and power belongs to living dragons, not undead ones. Severin’s ambition amused Tiamat, so she revealed the existence of five dragon masks to him—one for each chromatic dragon color. Individually, these ancient masks allow wearers to communicate with dragons. More importantly, a person who is erudite in draconic lore becomes a wyrmspeaker while wearing the mask, which allows the wearer to think like a dragon, gain favor among dragons, and subtly influence their behavior. When all five are brought together, they magically
merge into a single Mask o f the Dragon Queen. With the assembled mask, the cult can release Tiamat from her prison in the Nine Hells.
Igrejas Bondosas se opõe ao Culto
De novo, o maior problema da crítica dele é que ele fez antes mesmos de conhecer os detalhes da aventura, se baseando em um press-release ou resumo de fãs.
Somente citando o Guia da Adventurers League (http://media.wizards.com/downloads/dnd/ADVLeague_PlayerGuide_TODv1.pdf), ao menos 2 facções (Order of the Gaunlet e Emerald Enclave) são explicitamente religiosas e inclinadas ao Bem, enquanto os Harpistas embora não sejam totalmente religiosos, são apoiado por diversas Igrejas (notavelmente de Mystra). E isso pode ser facilmente confirmado no Guia das Facções (http://dnd.wizards.com/dungeons-and-dragons/story/factions), no site da Wizards.
As alianças fazem sentido com o Lore do Cenário
Well, tanto sentido quanto é possível ter em Forgotten Realms (Sim, eu sei que estamos na Spell, então não vou tentar convencer vocês que FR tem consistência interna). O Cult of the Dragon coloca a Black Network/Zhentarins como um dos inimigos declarados do Culto. Citando ele, na página 60:
While the Cult attributes its hatred of all things Zhentish to Sammasters early experiences with a Zhent slaving caravan and the refusal by Zhentil Keeps inhabitants to bow to the Cults demands for safe passage fees from their caravans, the Zhents truly took notice of the mad Followers of the Scaly Way in the Year of the Dracorage (1018 DR) when a flight of dragons believed to be summoned by the Cult of the Dragon nearly destroyed Zhentil Keep. In any case, the last 350 plus years have witnessed an unending series of attacks and counterattacks between the two groups as they struggle for power and wealth in all their myriad forms.
E não é só isso - tanto o Powers and Pantheons quanto o Faiths&Avatar listam Bane (seja o próprio, seja na forma de Xvim) como um rival e oponente direto de Tiamat - e a Igreja de Bane comanda os Zhentarins (especialmente após Fzoul Chembryl controlá-la em 1372 DR, com o retorno de Bane).
Agora, eu também estranhei ver o Culto do Dragão se aliando com os Magos Vermelhos de Thay - mas isso é que ocorre quando se lê um resumo do aventura, não a própria. A Hoard of the Dragon Queen explica isso melhor, não estamos falando dos Magos Vermelheos de Thay propriamente, mas um grupo de renegados da organização que se opõe a Szass Tam. Citando:
Besides his cultists, Severin has forged an alliance with a splinter faction of the Red Wizards of Thay. This small and secretive group, led by an outcast named Rath Modar, plots to unseat the lich Szass Tam from his position over the Red Wizards. Rath believes that in exchange for his help in releasing Tiamat, she will grant him the power he needs to overthrow Szass Tam.
E quer um bônus? Os Magos Vermelhos de Thay (os próprios) tem boas relações com a Igreja de Bane, especialmente depois que Szass Tam fez alguns acordos com essa Igreja. Mais um motivo para os Zhentarins agirem contra os planos de Tiamat.
Tiamat está em... bem, a história dos Planos em Forgotten Realms é um horror
Quer saber qual plano é onde está localizada Tiamat? Heliopolis segundo o Faiths and Pantheons (D&D 3e), Dragon's Eyrie segundo o Playter's Guide to Faerun (D&D 3.5), Avernus (Primeiro Nível dos 9 Infernos) segundo o Powers and Pantheons (AD&D), Banehold segundo o Forgotten Realms: CG (D&D 4e).
Yep, aqui eu concordo com o autor (enfim). Eu não me lembro de nenhuma descrição de Tiamat como prisioneira ali. Uma possibilidade consistente com o Lore do Cenário é que ela voltou para Avernus (como FR "retornou" à Great Wheel) como era no AD&D e agora quer escapar dali e construir seu novo plano/semiplano, como ocorreu com Lolth no seu Lolth's Silence. Mas isso é somente especulação de fã.
O resto são questões não muito importantes ao Lore do Cenário ou a indecisão se é um RSE ou Não, onde eu não tenho nenhuma contribuição relevante para fazer. :)