@Todo mundo que fala que Skill Challenges é a solução
Não é.
Desafios de Perícia são uma ideia muito boa. Tão boa que já eram usadas anos antes da 4e sequer sonhar que existia. Foi a primeira vez que uma mecânica do tipo surgiu em um sistema mainstream como D&D, mas a mecânica em si é bem velha.
Dito isto, desfios de perícia servem pra uma única coisa, e bem específica: Cenas onde o grupo pode falhar
e que servem pra avançar a história. Muitas pessoas ignoram aquele "e" ali no meio, e é onde os problemas começam. Por exemplo, já estive em uma mesa onde rolou desafio de perícia pro grupo receber a recompensa pelo trabalho feito e entregue. Não era algo grande do tipo "o contratante é um mago malvado que vai chamar os jogadores de otários e matá-los". Era só pra saber se íamos receber 300 ou 250 po.
Os exemplos dados mostram bem isto. "Atravessar um abismo correndo pela parede" não é um desafio de perícia. É uma jogada de perícia só: ou você passa, ou você cai. Não tem meio termo. Um exemplo muito usado no começo da 4e em aventuras prontas, "escalar uma montanha", eu não acho que seja um desafio de perícia pelo simples fato de que se o grupo não subir a bendita montanha, não tem aventura, já que o maldito templo está lá em cima.
Os Desafios partem do princípio que se trata de um esforço continuado visando um resultado
Ou sendo mais extenso:
-Não é algo resolvido em combate
-É algo que envolve um esforço de todo o grupo (ou parte significativa do grupo)
-É algo que o grupo PODE falhar, e se falhar vai haver mudança na história
-É algo que se o grupo falhar não irá matá-los
-E por último, mas não menos importante, é algo essencial pro desenvolvimento da história
Digamos que um personagem queira saltar de um barranco para entrar no olho de um furacão para pegar uma relíquia que contem a alma de um lich (vilão recorrente na campanha) que foi acidentalmente sugada pelo fenômeno e claramente está levando a relíquia para longe e se perderá se os jogadores não agirem de forma rápida.
Isso obviamente funcionaria "bem" se fosse um ranger de 25º nível pulando no olho do furacão. Mas será que um narrador deixaria isso acontecer facilmente no nível 5 usando a CD de nível 5? Mesmo com a tabela, o sistema não define o que é um feito fantástico adequado para o nível. Logo, ainda há uma brecha para o "ao gosto do mestre".
Pessoalmente, eu dexaria por causa de duas coisas: (1) A coragem do jogador de arriscar o personagem na ação, e (2) porque a cena fica ducarai, véi.
Não importa se é nível 1 ou 30. Cenas ducarai são sempre bem-vindas se não forem absurdamente repetitivas. Aliás, elas são até MAIS bem-vindas em níveis baixos, quando o jogador sabe que a ideia é maluca e não sabe se vai sobreviver a ela.