Você está pensando só em habilidades que estão escritas na tabelinha de classe da 3e? Porque entre skillmonkeys, conjuradores primários e híbridos (75% das classes básicas), as possibilidades de ferramentas interessantes pra usar fora de combate (perícias, magias e itens mágicos) eram bem mais amplas na 3e.
Macnol, cara, eu tou comparando Utilitários com os poderes da tabelinha da mesma forma que eu tou comparando perícias com perícias e rituais com magias não-combativas. Mas tanto faz. Tipo, na 4e, o conceito de "habilidade não-combativa" é dividido entre essas 3 coisas. Você não pode dizer que na 3e tinha muito mais suporte fora de combate porque Utilitários não fazem tudo que perícias, magias e itens mágicos fazem. Simplesmente porque é só um aspecto da coisa toda.
Agora pegue o conjunto perícia - rituais - utilitários e compare com o grupo perícias - magias não combativas - habilidades da tabela de classe. Eu quero que você olhe nos meus olhos (ui xD) e diga que não é basicamente a mesma coisa. E sem essa de "ah, mas os itens mágicos poderiam fazer isso e aquilo que na 4e não se pode fazer" porque isso era um
defeito da 3e mais do que uma qualidade: como os itens mágicos faziam muito, era "razoável" as classes não fazerem tanto já que o sistema leva em consideração de que eles vão ter tais itens.
Todas as classes tinham sempre o mesmo númerode poderes disponíveis por dia a cada nível? Nope. Deviam ter? Não creio.
Eu creio. Não acho nada divertido não ganhar nada nesse nível enquanto meu colega ganhou um poder adicional para fazer seu papel melhor e o conjurador, mais uma forma de fazer o que eu faço ainda melhor.
Essa obsessão em homogeneizar tudo sacrificou a liberdade do jogador pegar uma classe que não era tão forte em combate mas trazia mais utilidade fora dele, e eu sinto falta disso. Os jogadores não são todos iguais entre si, as classes também não precisam ser..
Taí um fator que eu acho engraçado. Quando eu li o livro, eu também pensava assim. Achei as classes super homogêneas. Hoje eu vejo o quão são diferentes entre si, aliás, o quanto as builds são diferentes entre si. Uma vez eu joguei de guerreiro em uma mesa e meu irmão de outro guerreiro e eramos duas classes completamente diferente se você só olhasse o combate e não olhasse de antemão o que tinha escrito no quesito "classe" na nossa ficha. Tudo que a gente fez foi escolher duas builds diferentes nem investimos tempo/trabalho pra tornar o personagem mais "único" e "especial", era só uma aventura de 2 ou 3 sessões.
Em resumo: eu posso te mostrar N situações em que as classes se diferenciam entre si. É claro que elas sempre ganham as mesmas quantidades de poderes nos mesmos níveis e as classes de mesmos papéis tendem a querer fazer basicamente a mesma coisa (sobretudo em se tratando de strikers), mas, na hora do jogo em si, você vê que eles fazem as cosias de forma diferentes, muitos, gritantemente diferentes.
você está dizendo que na sua mesa ninguém usava nada fora de combate
Estou dizendo que a frequência é basicamente a mesma, ou seja, pouco. Talvez porque a gente sempre jogou nos níveis mais baixos, talvez porque era simplesmente chato tentar prever quais situações vão corresponder a certas magias. O fato é: o grupo que eu jogo é muito variado. Alguns nem gostam de combate em si outros só tão lá pelo combate. Mesmo assim, sempre houve essa "negligência" quanto às magias não-combativas.
Agora perceba que eu não estou falando de magias que sobrepõem o papel das outras classes fora do combate porque aí você estaria transformando um defeito da 3e numa "virtude".
e ainda por cima chama essas magias de “interpretativas”
Você conhece bem a questão de "roleplay" sempre posto como o extremo oposto do "combate". Isso é só um jargão para "não-combativo".
“Atacar com Inteligência” é algo que nasceu na 3e, só foi padronizado nas classes básicas da 4e. Mérito onde é devido.
Você sabe que boa parte da 4e já tinha na 3e, foi só repaginado e compilado tudo numa coisa só. Eu não estava insinuando isso como exclusividade da 4e, mas acho que contrabalanceia por ser agora o default ( nem te custar talento ou coisa do tipo para isso).
A 3e pelo menos tentava fazer alguma associação entre os dados na ficha e o que significavam pro personagem e pro cenário; a 4e não está nem aí. Só interessa o que acontece na telinha de batalha.
Espera. Você tá me dizendo que a 3e, nesse aspecto dos atributos, era melhor porque
tentava fazer isso? Tipo "Sabedoria 16-17 é igual à Sabedoria de um Devorador*"? WTF, Eltor? Aliás, vamos para o ponto de vista do jogador que está lendo pela primeira vez D&D: "que diabos é um Devorador"??? Me desculpe mas, para mim, o investimento em definir que raios são os atributos em ambas as edições são igualmente ruins.
* (extraído da tabela do livro 3.0 que eu abri agora)