A teoria desse cara é ridícula. Relatos de abdução alienígena e de aparecimentos do pé grande possuem mais fundamento que esse post. Até o Anatole explicando os inside jobs americanos consegue fazer mais sentido
Os cenários oficiais de D&D são muito mais factíveis que Tormenta, e todos possuem histórias mais interessantes e personagens menos caricatos.
Mas acho que vale a pena comentar alguma coisa:
Apesar da completa falta de base para a tese inicial (tormenta é mais conhecida que D&D, no brasil) eu não teria nenhum problema em acreditar numa leve variação: "tormenta é mais jogada que cenários oficiais de D&D, no brasil". Também consigo imaginar o porque do autor do post pensar que Tormenta tem mais histórias que D&D.
Começando pelo primeiro ponto: eu achei engraçado essa parte do artigo
O primeiro é óbvio, relativo a tal editora Devir que lança um suplemento quando o cometa Halley passa pela Terra e mesmo assim com os preços estratosféricos afim de que não compremos. Então não vamos dar muita atenção a isso por aqui pois a WOTC não tem culpa desse fato (ou tem?)
SIM, a Wotc tem culpa. A WOTC exige elevados padrões de qualidade de todas editoras que imprimirem seus livros, e é por isso que você não vê livro de D&D com capa mole, papel vagabundo e etc. Enquanto essas medidas deveriam servir para agradar fãs e colecionadores com livros maravilhosos em qualquer canto do mundo, ela ao mesmo tempo impede a publicação de "edições econômicas", ou ao menos acessíveis, para a tristeza de outros tantos possíveis fãs.
O que acontece quando se tem livros caríssimos assim? Pouca procura. E se a demanda diminui, o mesmo acontece com a oferta. O preço fica ainda mais alto, e pior ainda: muitos livros deixam de ser publicados. Inclua aqui tudo quanto é livro específico de cenários, cujo forte é justamente expandir "histórias" ao invés de regras. E como os livros de cenários que chegam a ser lançados aqui também são muito caros, fica muito mais fácil para os rpgistas mais humildes, como eu, simplesmente comprar o livro do jogador (no meu caso, na base da vaquinho com o resto do grupo), recorrer a pirataria para o dos monstros e do mestre, nos casos pontuais em que devem ser consultados, e ficar jogando jogando apenas em cenários caseiros.
Não digo que a culpa disso seja apenas dos padrões da WOTC. A Devir tem muito mais culpa, com certeza. Mas no fim o que importa é que o jogador médio tem acesso a poucos materiais de cenários oficiais. Em compensação, o acesso aos materiais de tormenta é muito mais abundante e barato, seja por causa de livros mais economicos, seja por causa das revistas. Mas um segundo fator entra aqui: a fanbase. Quantos blogs brasileiros dedicados a produzir (ou pelo menos divulgar) material específico de FR, Eberron ou Planescape vocês conhecem? Agora abram o rpg.blogs ou o fórum da jambô e vejam a quantidade de material GRATUITO para Tormenta é disponibilizada por fãs aqui. Tormenta conseguiu fisgar uma parcela bastante dedicada do mercado, e tem meu respeito por isso (mas só isso hein).
Sobre o segundo ponto (
achar que tormenta tem mais histórias que D&D), é uma questão de exposição. Como poucas pessoas jogam Ravenloft, é maior a probabilidade de você nunca ter ouvido falar sobre ele. Com os cenários oficiais que são publicados aqui, sempre se sabe alguma coisa. Possivelmente o cara sabe que Warforgeds eram construtos de uma grande guerra que acabou de acabar, que existe um trem bala movido a elementais, e outros detalhes assim, mas não conhece a situação social dos forjados.