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Posts - Lanzi

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Terras Sagradas / Re:[Tema] A natureza como força imbatível
« Online: Janeiro 18, 2012, 01:31:07 pm »
Na verdade sempre que imaginei Terras Sagradas imaginei uma natureza desse naipe. Desconheço um cenário onde isso seja tão pungente.

Aprovo a ideia, apesar de há muito tempo não ter contribuído com o cenário. Gosto de participar dos brainstorms.

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Off-Topic / Re:O que você está lendo?
« Online: Janeiro 15, 2012, 12:44:18 pm »
KYU

Li esse livro ano passado, pro curso de História Contemporânea. É de fato muito bom. E como você disse, o cara escreve bem; coisa que a maioria dos historiadores não sabe fazer.


Madrüga

Na minha época de peregrinação pela ficção científica, esse livro do Ignácio de Loyola Brandão me foi muito recomendado como um dos expoentes do gênero no Brasil. O que você tá achando? Gostaria que me falasse mais sobre ele, inclusive sobre a trama.


Assumar

Parece-me que se trata de mais um desses produtos da nova história, preocupada em encontrar permanências e especificidades que desconstruam uma imagem já bem estabelecida de unidade histórica. Eu gosto da Nova História, especialmente nas novas propostas metodológicas, mas me incomodo profundamente quando o objetivo de um trabalho se define exclusivamente em mostrar como "as coisas não eram exatamente assim"...


Ademais, estou lendo O Mundo Como Ideia, do Bruno Tolentino. Uma das coisas mais belas que já li na minha vida. É um livro de poesia/filosofia. Digo isso porque só o prólogo são 80 páginas do cara explicando filosoficamente o seu projeto poético. É uma pena que um poeta com uma obra poética tão extensa (esse livro começou a ser escrito em 1959 pra ser terminado em 1999) seja tão pouco reconhecido. A verdade é que o Tolentino chamava mais atenção enquanto polemista (a discussão com os irmãos Campos, pais do concretismo, é o principal exemplo) do que enquanto poeta.

A ideia do livro é que, basicamente, qualquer conceito ou ideia que levamos ao mundo serve para reduzí-lo, congelá-lo, e que entre a sombra produzida pelo problema do conceito e entre o sol que brilha sobre a coisa em si, existe uma área de penumbra, uma margem onde a Arte, enquanto contemplação, e a poesia, encontram espaço para existir.

- Como foi que as estátuas do poço da Medusa
chegaram lá? - Ainda eram vivas ao descer.
- E por que desceriam? - Porque existe no ser
uma obscura gravidade, a luz difusa

de um sol doente que cobiça o entardecer.
- Mas num mundo de pedra?! - O mundo é uma confusa
noção tumultuosa, e há na forma um prazer,
criatura do orgulho, que é quase uma recusa

e vai levando a própria luz a arrefecer.
- Voltariam de lá? - Quem? - Todos, cada estátua
com seu sol de mentira... - Não sei, porque morrer

é a grande embriaguez da alma, e ela anda à cata
de se evadir, de ser o que deixa de ser.
Há uma estranha euforia na morte que não mata.


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Off-Topic / Re:O que você está ouvindo?
« Online: Dezembro 19, 2011, 01:24:44 pm »
Tô viciado nesse cara aqui ó:

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Off-Topic / Re:Peixes demonstram que alienados impulsionam a democracia
« Online: Dezembro 19, 2011, 01:17:15 pm »
Sério que precisaram fazer essa experiência pra saber disso? Incomoda muito ver pessoas tendo de recorrer a procedimentos "científicos" pra "comprovar" coisas que as ciências sociais já sabem há mais de século.

Citar
A observação dos peixes permitiu provar que as pessoas
Olha, não me leve a mal. Eu até gosto da Etologia, mas, caralho, como é que a observação de peixes prova qualquer coisa sobre as pessoas? Sou a favor da interdisciplinaridade, mas desde que bem feita. Quando cai nas mãos de uns boçais como esses o único risco é o de dar merda.

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Off-Topic / Re:Epistemologia
« Online: Dezembro 07, 2011, 07:31:09 pm »
Tá vendo como fica mais legal quando tem uma questão norteando a discussão?

Vincer, fiquei preocupado com essas sugestões práticas. A epistemologia, assim como qualquer teoria, não existe para ser aplicada. Ela existe para levantar questionamentos e hipóteses sobre como é possível o conhecimento humano, sobre a sua aplicabilidade. É claro que com uma visão unificada, que corte as "arestas" entre uma teoria e outra, traria muito mais velocidade ao andamento do pensamento científico, mas em direção ao que? A coexistência de diversas teorias é uma evidência necessária da distância que se interpõe entre a nossa interpretação e a realidade em si(verdade). Necessária porque, de outra forma, não seria possível uma filosofia transcedental, que criticasse a si mesmo e os seus próprios alcances. De certa forma algo extremamente perigoso para o homem.

Agora estou relendo a sua postagem. E você fala da coexistência. Não é justamente isso o que acontece?

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Off-Topic / Re:Epistemologia
« Online: Dezembro 04, 2011, 03:02:31 pm »
Vincer, desconfio dos benefícios que essa "visão unificada" pode trazer e acho que a inconclusividade desses temas o seu grande mérito e o verdadeiro motivo desse campo de debate ser tão prolífico em pensamento. O que você falou sobre a frustração de não se atingir uma conclusão ou uma verdade me lembra, de certa forma, o que o Popper diz no início de "A Lógica da Pesquisa Científica". Ele diz que a verdade, embora exista, é inalcançável, mas que através do método e da ciência iremos gradativamente nos aproximando dele, muito embora, pelo que eu me lembre, ele assuma em outro livro a ideia de que a Verdade não é o objetivo da Ciência. Essa é outra pergunta que poderíamos colocar aqui, mas enfim.

Quanto à sua resposta à minha pergunta. Acho melhor distinguirmos "apreensão" de "percepção" e de "compreensão". Nenhuma dessas palavras é sinônimo da outra. É claro que só iremos perceber o mundo através de uma linguagem, mas até que ponto isso pode ser estabelecido como um limite para a apreensão da realidade como um todo? O interessante de você ter citado Borges é que é exatamente essa a pesquisa que venho desenvolvendo na faculdade. Trabalhar a ideia de indivíduo, de tempo, e o alcance da linguagem humana a partir da literatura borgesiana e do conto fantástico.

Estou lendo um livro do Jaime Rest: "Borges y el pensamiento nominalista". O autor insere o Borges dentro de uma certa tradição do pensamento filosófico e identifica outros escritores, como o Lewis Carroll e o Kafka, também como cânones que trabalharam em suas obras o alcance da linguagem humana e a impossibilidade de apreender o mundo à medida em que a linguagem é o único mecanismo e o único empecilho para tanto. O exemplo que você deu é perfeito pra se ilustrar essa questão.


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Vídeo Game / Ficções Interativas
« Online: Dezembro 03, 2011, 11:55:02 am »
Essa discussão a respeito de imersão - se ela vem dos gráficos ou dos textos - e o tópico "Mais Dwarf Fortress e menos Modern Warfare" me lembraram um artigo muito bom de um amigo meu sobre as Ficções Interativas. Alguém sabe o que é? Já experimentou?

Sugestões de ficções interativas



Ficções interativas são obras de ficção em que o leitor pode interagir e interferir significativamente na narrativa. Embora este conceito seja amplo, no sentido estrito o termo “ficção interativa” significa um tipo específico de software, em que a interação com a narrativa é mediada por um interpretador de comandos textuais. Numa aventura-solo o leitor só pode selecionar entre as opções explicitamente dadas pelo autor, e por isso é possível construir aventuras-solo em formato impresso, com parágrafos numerados. Isto geralmente é chamado de livro-jogo. Mas a literatura interativa é maior que isso. Numa ficção interativa propriamente dita, as ações possíveis não estão visíveis para o leitor. Isso só é possível de ser feito usando alguma linguagem de programação. As ações do personagem devem ser imaginadas pelo leitor a partir de uma leitura atenciosa da narrativa, e o leitor deve ser capaz de descrever corretamente a ação escolhida em palavras e frases. Isso significa uma participação mais ativa no processo de construção da narrativa. O programa no qual é executada a ficção interativa interpreta os comandos e responde de acordo. As vantagens deste modelo de interatividade é que dificulta a tendência de trapacear, ou seja, de escolher uma opção sem ter realmente lido e entendido o que foi descrito.


A estrutura das ficções interativas não é um simples conjunto de parágrafos interligados, mas um verdadeiro “modelo de mundo”, composto de locais, objetos e personagens que podem estar ativos na parte oculta da narrativa. Geralmente, o leitor move o personagem usando referências cardinais: norte, sul, leste e oeste. Ele interage com objetos com o comando “pegar (nome do objeto)”, e interage com outros personagens com o comando “falar com (nome do personagem)”, por exemplo. Cada um desses objetos e personagens pode ter vários níveis de interação, uma vez que o leitor pode examiná-los mais atentamente com o comando “examinar”, o que resulta numa descrição mais detalhada, e expande as possibilidades de interação. O que um leitor supõe de cada descrição é uma parte ativa da resolução de problemas dentro de uma ficção interativa, trabalhando a imaginação do leitor de modo muito mais intenso.

Nos EUA e na Europa existe uma comunidade de autores de ficção interativa que todo ano faz um concurso para eleger as melhores obras de ficção interativa, o IFComp. Recentemente também foi feito um documentário sobre o assunto, chamado Get Lamp. Infelizmente, nós temos poucos exemplos de ficções interativas em português. Para aqueles que leem razoavelmente bem em inglês, aqui vai uma lista de ficções interativas que eu recomendo, mais pelo seu valor literário do que pela diversão:

Photopia (Adam Cadre, 1998). "Ler uma estória pra você? Que graça isso teria? Eu tenho uma idéia melhor: vamos contar uma estória juntos". Assim começa a ficção interativa de Adam Cadre, vencedor da IFComp de 98. Esta obra mudou a história das ficções interativas. É uma mistura criativa entre fantasia e realidade. Uma verdadeira obra-prima sobre a arte de contar estórias. O leitor se coloca no papel de uma criança ouvindo uma história de sua babá, e interagindo nesta história. Ao mesmo tempo, essa narrativa fantástica é entrecortada com cenas da memória da contadora de história, que explicam de onde vieram os elementos que compõem a primeira narrativa. Photopia é dividido em vários estágios, cada um deles relacionado a uma cor primária, e a narrativa gira ao redor do mistério e do significado das cores.

Kaged (Ian Finley, 2000). Essa obra venceu a IFComp de 2000 com muito merecimento. É uma estória sobre insanidade e traição num mundo dominado pela burocracia, bem no clima kafkiano. O leitor é colocado na pele de um funcionário que acaba de ser promovido, mas sua cidade está ameaçada por uma misteriosa onda de suicídios. A narrativa prende e surpreende o leitor, além de oferecer escolhas significativas. Como num romance de Kafka, o personagem principal parece não ter opção, devido à corrupção completa do sistema. Porém, o leitor se deixa envolver pela trama e pela expectativa de liberdade do personagem. O texto, muito bem escrito, colabora para criar um ar de suspense e tensão a cada momento.

For a Change (Dan Schmidt, 1999). Ficou em segundo lugar na IFComp de 99. É uma estória cheia de simbolismos e incrivelmente bem escrita. É um conto surrealista sobre abandonar o passado e voltar para a luz. Não há muito que eu possa dizer sobre essa obra, exceto que ela possui muita poesia misturada com complexos quebra-cabeças, em que o leitor se verá obrigado a seguir a lógica peculiar de um mundo imaginário que lembra as pinturas de Salvador Dali. O final pode tocar os sentimentos das pessoas mais sensíveis.

All Roads (Jon Ingold, 2001). Uma ficção interativa com puzzles simples, que conduz o leitor por um incontrolável vai e vem temporal na Veneza renascentista. Confuso, mas agradável, como um bom filme de suspense e espionagem. Este é para quem gosta de matemática e paradoxos temporais. O personagem principal é um condenado à morte que aparentemente tem a habilidade de viajar no tempo, mas não pode controlar isso, nem saber exatamente para qual direção no fluxo temporal ele está se movendo. A narrativa deixa em aberto a questão sobre o caráter do personagem. Alguns leitores poderão sentir que o personagem merecia morrer, mesmo tendo feito as melhores decisões possíveis. A mensagem do autor talvez seja que o destino não pode ser alterado. Para quem gosta da ideia por trás de filmes como “Efeito borboleta”, esta ficção interativa é bem mais sofisticada que o roteiro do filme. Jon Ingold é um dos maiores autores de ficção interativa da atualidade, e um ótimo escritor.

Aisle (Sam Barlow, 1999). Uma peça de um ato só, porém riquíssima em detalhes. Você tem uma só chance de tornar seu dia algo mais que ordinário. Uma ótima experiência em interatividade, o jogo parece ter uma resposta para quase tudo que você pode tentar. Diferente da maioria das ficções interativas, nesse aqui o espaço de tempo da narrativa compreende uma única escolha do personagem, a partir da qual virão as mais imprevisíveis consequências. O leitor pode definir o futuro do personagem, um homem num corredor de supermercado, com um único comando. Mas para chegar a este complexo comando, será preciso muitas tentativas e muita capacidade de abstração.

Galatea (Emily Short, 2000). Uma obra focada na conversação, escrita pela autora mais respeitada do gênero: Emily Short. Você tem a oportunidade de interagir com Galatéia, a estátua que criou vida no mito grego. Preso num museu, o personagem tem a oportunidade de interagir de diversas maneiras com uma personalidade mitológica. O assunto pode ir se desenvolvendo de modo que Galatéia se agrade ou se chateie com seu interlocutor. É preciso escolher os tópicos certos, e saber o momento apropriado de se fazer certas perguntas, por exemplo. A autora trabalha com inteligência artificial, e é professora de mitologia grega.

Metamorphoses (Emily Short, 2000). Esta belíssima obra prima de Emily Short é uma estória onde a realidade se divide em dois planos: o literal e o figurativo. Cheio de desafios simbólicos e psicológicos, que falam não só da natureza feminina, pois a personagem é uma mulher, mas da natureza humana também. Com múltiplos finais, é o exemplo máximo de que ficção interativa também é uma forma de arte. O leitor deve ter uma boa capacidade de interpretação e de associação entre ideias e objetos. Deve também ser capaz de perceber sutilezas nas descrições dos cenários e dos objetos. Nesta ficção interativa, os objetos podem se transformar, adquirindo diferentes propriedades, que serão úteis para chegar ao final. O que cada um decide fazer com os objetos revela algo da sua personalidade.

Quem ainda duvida do valor literário dessas obras interativas deve experimentar uma delas antes de fazer suas conclusões. Eu termino esperando que os brasileiros se interessem mais por este gênero.

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Off-Topic / Re:Belo Monte - Anúncio de uma Guerra
« Online: Dezembro 03, 2011, 11:35:57 am »
Eu concordo com você, Eltor, mas talvez você também tenha percebido que a aqui a gente se dividiu em extremos. Ou a mensagem excede em conteúdo e carece de uma linguagem acessível ou é o extremo oposto que acontece. Claro que o ideal seria uma medida entre as duas, mas você DESQUALIFICAR (não tô dizendo que foi isso que você fez) o que o outro disse usando como parâmetro a linguagem da qual ele se utilizou é a maior rasteira intelectual que eu consigo imaginar.

Cigano, se não foi exatamente isso que você fez, por que não apresenta argumentos contrários aos que a amiga do Emil expôs ao invés de dizer que a discussão nem merece ser continuada e que todo mundo é a favor da construção da usina?

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Off-Topic / Re:Epistemologia
« Online: Dezembro 03, 2011, 10:49:33 am »
Pô, o tópico tinha potencial, mas seria mais legal se colocássemos perguntas mais provocativas do que um simples "o que você acha sobre isso?".

Eu poderia por exemplo esboçar uma ou outra questão que dariam algum pano pra manga: os fatos dizem alguma coisa? A linguagem humana é um obstáculo para a apreensão da realidade (em outras palavras: é possível apreender a realidade?)? Existe realidade ou o que existem são consensos e construções históricas compartilhadas entre indivíduos? E por aí vai...

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Off-Topic / Re:Belo Monte - Anúncio de uma Guerra
« Online: Dezembro 03, 2011, 10:41:35 am »
Porra, caras, sério mesmo? CHATO de ler? Vocês estão preocupados com o conteúdo dos argumentos ou com a retórica? O vídeo dos globais é uma merda, subestima o interlocutor, não apresenta argumentos, e tenta convencer pelo carisma. Não dá.

Cigano, se você prefere que o alcance do texto se limite àqueles que tomarão partido levando em conta apenas esses atributos, então não faz muita diferença a discussão que estamos colocando aqui. Sou contra a construção de Belo Monte, e achei o texto da amiga do Emil  a apresentação de argumentos mais coesa e consistente que vi desde o início desse debate. Dizer que ela quer "ser intelectual", ou "se dirigir a quem estuda o mesmo curso dela" não é pra mim muito diferente do que ter um certo orgulho da própria mediocridade.

Mas o interessante desse tópico é de como corremos o risco de deixar de discutir a construção da usina para discutir a linguagem daqueles que se colocaram a favor ou contra. Mas talvez que eu prefira assim...

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Off-Topic / Re:Sobre as mudanças de Nicknames
« Online: Setembro 18, 2011, 09:31:32 am »
Oy.

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