O problema mesmo é a parte que se importa com religião. Geralmente eles entram em conflito (por darem tanto valor a isso). Incluindo ateus.
Eu não sei isso é aplicado aqui, mas em política (que pode assumir papel similar à Religião para algumas pessoas) é algo conhecido que geralmente aqueles que compreendem melhor as diversas ideologias (estou usando ideologia aqui como um termo neutro, não o uso marxista) que existem no meio costumam a defender os extremos do ideário político (sejam liberais, sejam socialistas, sejam neonazistas). De memória, existe um capítulo que eu adoro no livro "Why people believe in weird things" do Micheal Shermer que lida exatamente sobre como pessoas inteligentes acabam sendo adeptas de idéias estúpidas/nonsenses, e o motivo é interessante: Pessoas inteligentes são tão propensas como qualquer outras pessoas a se simpatizarem com idéias por motivos irracionais - mas acabam tendo uma maior gama de argumentos para defendê-las (e com o tempo, caem nos extremos). Enquanto isso, pessoas "normais" acabam notando que não sabem o bastante para fazer certos juízos e tendem a usar a máxima do "equilíbrio entre os extremos" ou "aquilo que parece menos ruim/melhor a curto prazo".
É melhor ser hipócrita seletivo, ou fundamentalista?
Para fins práticos? Hipócrita seletivo.
Por coerência? Fundamentalista. (Embora o Fundamentalismo, que é um movimento moderno e tem por base literalista, ironicamente não tem fundamentação bíblica para isso)
Acho que a razão do Darin está em que a religião cimenta construções morais, dá mais força a elas, não importando pra que lado elas vão (diferentes morais justificam diferentes atos, e isso gera efeitos psicológicos interessantes, como não sentir remorso apenas por matar infiéis, ou matar na guerra)... mas o problema é que isso também pode fossilizar essas construções com a maior facilidade.
É isso que dogmas fazem, impedem a reflexão.
Impedem reflexão? Por qual motivo? Ao menos no caso do Catolicismo Romano (que é o que tem a estrutura teológica mais bem definida nesse caso), os dogmas formam só um conjunto de afirmações que nenhum católico deveria negar, pois ou elas são verdades reveladas do mais alto grau de certeza (de fide) ou afirmadas pela autoridade divina da Igreja, geralmente por um Papa "ex catedra" (e fica no segundo maior grau de certeza quanto a fé, o fides ecclesiastica).
Ou seja, basicamente são "Regras do Clube" glorificadas.