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Tópicos - crudebuster

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Dicas & Ideias / Mecânica de jogo
« Online: Agosto 31, 2013, 02:17:08 pm »
Como todo jogador de RPG sabe, tem de haver dados.

Eu estava rascunhando um sistema de combate aqui e pensei que talvez fosse bom ter as opiniões de vocês que não ficaram embaixo de pedras nos últimos 15 anos.

O jogador inicia um ataque após rolar iniciativa.

O oponente rola pra defender ou esquivar.

Efeitos, modificadores, bônus são aplicados.

Dano é determinado por rolagem ou números fixos.

Fim da ação. Se os oponentes estão derrotados é fim do combate, caso contrário, próximo turno.


Minha adição: 52 Cartas de um baralho comum, 4 naipes, 13 valores de face, do às ao rei.

Uma carta representa 1/52, um naipe 1/4 (13/52), um valor de face 1/13 (4/52).

O jogador e seu oponente tem uma mão de 4 cartas.

A rolagem da iniciativa pode ser modificada pelas cartas, uma carta vale uma re-rolagem digamos.

O oponente defende ou esquiva, modificado por cartas.

Efeitos, modificadores, bônus são aplicados.

Dano é determinado por rolagem ou números fixos, modificado pelas cartas.

Fim da ação. Se os oponentes estão derrotados é fim do combate, caso contrário, próximo turno, todos compram uma carta ao máximo de 4 na mão, podendo descartar.

As combinações de cartas determinam multiplicadores de dano, na seguinte ordem:

Par, Trio, Par + Trio, Dois Pares e Quadra.

Um par ou trio pode ser por exemplo dois ou três ases ou duas cartas do mesmo naipe.

Dois pares, mesma situação, mesmo sendo de qualidades diferentes. dois ases e dois 10, de naipes diferentes, ok?

Par + Trio demandaria uma sequência mais difícil porém possível de números e naipes, por exemplo dois, três e quatro do mesmo naipe e um ás ou cinco de outro.

Quadra, mesma situação. Pode ser tanto uma sequência de números quanto um conjunto de cartas do mesmo naipe.

Quanto menos cartas, menor a dificuldade pra evitar os multiplicadores, gerando apreensão.

Um par dobra, trio triplica, par + trio quadruplica, dois pares quintuplicam, quadra sextuplica.

Ainda estou calculando as chances mas parece algo bem fatal pra determinar combates rápidos e emocionantes, mesmo se os fatores afetados pelas cartas se estender por exemplo à defesas ou efeitos.

2
Contos / As Termas de Spartanus
« Online: Agosto 24, 2013, 05:19:30 pm »
Esse foi outro conto que escrevi pra "trollar" um babaca no fórum da Jambô.

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3
Contos / O Último Rei Minotauro
« Online: Agosto 24, 2013, 05:17:26 pm »
Essa foi a fanfic que escrevi numa época que estava querendo fazer tumulto no fórum da Jambô.

Deu certo mas nem tanto.

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4
Contos / Tarde de Nerds enamorados
« Online: Agosto 24, 2013, 02:27:38 pm »
A realidade de 2050 era algo sinistro. Quase tudo era possível pela mão dos homens, e a ética e a moral eram algo já enferrujado e caricatural na Aldeia Global. A mente humana não via limites, enquanto o corpo ainda seguia seu rumo sereno e suado...
Duas pessoas. Nerds, pessoas supostamente esclarecidas e sábias. Aproveitando o restante do dia.

Olha a jaula. Vê o bicho, lerdo e acuado. Dormindo, talvez, ou esperando a morte.

- Sabe, eu sempre quis ser um lagarto.

- O quê?

- Um lagarto. Lento, pensativo, só acumulando energia pro ataque.

- Mas você sabe que os lagartos não evoluem mais, estão escondidos
por aí esperando a chance de novo. Como as baratas.

- Ah, eu queria ter escamas, ao invés de pele. Ter o sangue frio. Ser verde.

- Isso você já tem. É porco, não gosta de tomar banho e ainda por cima joga RPG.

- Ah, eu tento ser sensível um pouco, e você me dá uma pedrada dessas? Aposto que você nunca quis ser um bicho.Ou ter alguma característica animal, um traço de evolução bonito desses.

- Pra quê, já sou humana. Me basta ter de carregar a continuação da espécie no meu colo, enquanto você com sua testosterona e pêlos e mau-cheiro defendem a raça.

- Imagine se você fosse uma leoa, então. Elas defendem os filhotes dos pais ciumentos,
mesmo eles sabendo que a espécie precisa continuar.

- Ou uma ursa polar. Gorda, com filhotes pra alimentar e correndo do par "apaixonado" que a persegue meses pra tentar matar os filhotes e mostrar sua macheza...

- Eu não disse que a natureza era de todo linda. É a sobrevivência do mais apto. A viúva negra, por exemplo, mata o macho.

- Disso eu até gosto. Sorte sua que eu gosto de você, e só faço croché nas horas vagas, senão...
NHACT! - avançou com os pesados caninos à mostra no pescoço do atônito e arregalado Antônio, terminando com um leve cheiro no cangote e um bafo quente, de seus 1,78m de altura, no baixo e nada atlético Antônio.

- Viu, até você reconhece que seria bom ter alguma coisa de animal selvagem.

- Eu queria mesmo era poder mudar de sexo. A hora que eu quisesse. Tomar uma pílula e mudar, esquecer um pouco
das menstruações, TPM, sensibilidade exagerada e frescura exacerbada... e no dia seguinte de uma noitada e de muitas
garotinhas satifeitas, acordar como se tivesse sido um sonho e ir tomar minha pílula...

- Nossa, você quer isso mesmo?

- Claro, seria ótimo. e eu sei dos sites que você anda vendo. Furries hermafroditas...

Surpresa. Dúvida, franqueza.

- Ah, você sabe que eu não sou macho assim o tempo todo, principalmente quando estou pensando em você.
Não sabia dessa sua insatisfação. Mesmo com todo o Kama Sutra que já usamos, você quer mesmo é ter mais opções...

- É, ter uma noite de macho, pra variar. Não ser a isca, ou a loba atrás de toras ou de rachas onde me enfiar. Totalmente
masculina, peluda, fedorenta, hahahaha!!

Tremeu um pouco, mas acabou falando de um jeito bem pouco macho.Se envergonhava, ainda, de se expor assim à sua namorada tão modernosa e avantajada.

- Eu... até que gostaria de ser uma... uma mulher também, poder ter essa coisa de orgasmos múltiplos, e senso maternal, e até a TPM mesmo, talvez, só pra você poder saber como é aguentar você naqueles dias...

Daniela riu-se.

- Somos feitos do mesmo material, Toninho. Somos seres dotados de potencial masculino e feminino pra dar e vender. Mas ainda somos limitados a nossos corpos. Eu posso ter até mais neurônios, mais hormônios, mas ainda assim só posso "tomar" por trás e pela frente, ou ainda virar uma lésbica, e viver de lambidas, dedadas e beijos molhados de satisfação e deboche da sociedade por não depender de macho pra gozar... Você, se quiser dar umas bimbadas, tem energia suficiente e cara-de-pau pra jurar mentiras de amor à cada cinco minutos... Mas isso tudo é só o furor de procriar. Tanto meu como teu. E isso é o que temos de domar, antes de sermos o que quisermos, animais sociais irracionais entre quatro paredes.

Surpreso, mas não tão atônito, Antônio respira profundamente e deixa seu inconsciente falar.

- Você é tão perfeita que nem sei se te mereço só pra mim.

- Não sou tua. Minh'alma não te pertence. Assim como tu não me pertences.

- Mas como assim?

- Eu te tomo a cada pensamento, e me dou a cada suspiro incandescente de meu ardor em te querer mais e mais.

- E se te tomo, na verdade é como se a cada segundo sorvesses meus sentidos, me matando e me nutrindo...

- Que graça. Por isso que te amo, Tonho. Você se faz de bobo só pra me agradar.

Sorriso. Beijo. Trovão. Chuva. Vento. Frio. Calor.

- Vamos embora?

- Vamos aproveitar a chuva um pouco mais. Hoje eu quero ser mulher. E te deixo ser meu macho.

- Sua nerda...

- Meu nerd...

- Por que você não me deixa ter nosso filho?

- Esse prazer é meu. Pro segundo, eu deixo você ter.

- E pode ser um lagartinho?

- Só se eu escolher o sexo.

- Tá.

E correram, indo pro ponto de ônibus, sair do Zoológico da Quinta da Boa Vista. Que já viu dias mais conservadores...
Quem diria que a pílula que Daniela inconscientemente quis seria comercializada em questão de meses, já que o parto masculino já se provara eficiente entre homossexuais e então entre os "unissexuais"...
A natureza estava então, à mercê dos macacos pelados e depravados? Ainda é só o começo...

5
Contos / Pleageatrix
« Online: Agosto 24, 2013, 02:23:33 pm »
- Vire a cabeça um pouco pro lado, por favor...

- Hum? O que você viu?

- Um bichinho estava sain... entrando na sua orelha.

- Mas nem me incomodava. Valeu, quase que esse troço me picou.

- De nada.

- Vamos, já preparou o equipamento?

- Sim, vamos atacar no três. Força total.

Invadiram pela janela. Atiraram em dois guardas, ouvindo o estridente alarme tocar e chamar mais guardas que se amontoavam na porta lateral.

- O elevador, rápido!

- Claro, deixa eu colocar um presentinho aqui preles. - Jogou uns papéis no chão, entre poças de sangue e cápsulas deflagradas. - Deve atrasá-los um pouco.

[Dim, dom...]

O elevador chega e dele saem mais guardas. Que não vêem absolutamente nada, a não ser cadáveres. O elevador fecha suas portas, sobe, e derrepente os guardas se vêem entre centenas de folhas de papel!!!

- Andar 56, 72, 89. - Nervosamente, enquanto engatilha o novo pente em seu rifle automático.

- Ok. - Enquanto engole uma pequena drágea cinza e azul, aperta o botão, que clareia ao toque.

Suas veias fervem, o sangue parece se tornar fluido de freio grosso. a pele se estica e repuxa, parecendo negar o que acontece, enquanto a mente consciente se prepara.

- No dois.

O elevador pára.

[Din, dommmmmm... Only Authorized Personnel. Please Identify...]

Absoluto breu.

As pupilas de Peter se retraem e dão lugar a sensores de calor. Seus braços lhe pesam.
Suas pernas, contudo, parecem menores que antes.

- Vê algo? - nervosamente, com o dedo no gatilho.

- Atire no Centro!!! Travando!!!

- Ok. - Aperta o gatilho como se agarrasse à sua própria vida, enquanto invade o andar misterioso.

Raios recortam o ar, de direções que nem mesmo Cloudster poderia adivinhar. Parecem resvalar na pele de Peter, enquanto ele responde rapidamente com os biolasers em seus braços longos e
finos. Coisas se partem, se quebram. Luzes no nada estouram em contato com alguma coisa enorme. Cloudster estremece de pavor, ao ver que o chumbo não parece surtir efeito naquele nada instalado. De fato, antes de se jogar para cair e rolar no chão, toda sua munição havia acabado, e nem um só cartucho havia sido visto por seus olhos cegos pela falta de luz.

- Agora!!! - Grita Peter, com uma voz incompreensível.

Cloudster se surpreende com o súbito aparecimento do chão, e de uma enorme criatura vítrea, iluminada pelas luminárias gêmeas do teto. Ao que parece, totalmente esburacada e em lento processo de decomposição.

- Pegue a amostra! - Grita novamente, com uma entonação mais normal.

Cloudster se aproxima rapidamente, e chutando violentamente pro alto uma ponta da criatura prostrada à sua frente, pega o caco desprendido e o coloca no coldre da .45, já na outra mão.

- Depressa, o elevador vai subir!

- Já estou indo. - num rápido pulo, entrou no elevador quase fechando suas portas novamente.

Peter parecia normal de novo. Meio zonzo, mas normal. Suava um pouco.

- Agora é sua vez... - dando uma pequena drágea roxa para Cloud, com um sorriso um tanto sarcástico no canto da boca.

- Você sabe que não preciso disso. Sou o melhor no que eu faço.

- Então eu guardo, senhor Morpheus-falsificado. Está pensando que estamos na Matrix,é?

[Ding, dong... Administração.]

Agentes por todos os lados. Como se fosse um clipe de Michael Jackson ou uma montagem
fotográfica, todos apontavam suas armas discretas e mortais para a porta, esperando pels dois. O alarme ainda soava forte em seus fones, todos em seus ouvidos direitos.

A porta nem sequer abriu. Garras enormes e quase bestiais esfacelaram as portas, matando quase instantaneamente cinco Agentes. As balas atingiram os músculos, vísceras e ossos de um enorme, violento e felino Cloudster, que não conseguia parar de agitar suas patas ferozes contra os ternos de preto. A cada metacarpiano movido, a cada bala, um braço, um torso, uma cabeça de Agente morto. No último, apontando para sua cabeça, enxergando seus ferimentos, vendo seu sangue jorrando por tantos furos, derrapou um insulto:

- Mas que coisa feia. morrer assim tão tolamente por uma causa tão desvalorosa.

- Olhe... atrás... - Disse ele, com seus caninos encharcados de sangue e molhados de vapor, relaxando seus braços e deixando fluir o sangue.

O Agente hesitou. Antes que pudesse levantar sua pestana para atender à mensagem do fone,
sua cabeça estava no chão. Ainda pensava. Peter calmamente pegou o comunicador de seu corpo, o fone na orelha e voltou pro elevador. Cloudster observava, enquanto ajeitava o óculos no nariz e recarregava a pistola.

- Está ficando velho, hein? Já vi você matar mais de cinco a cada bala.

- Da próxima vez, que tal você bancar o rapidinho, pra variar? Já está contando piadinhas de Homem-Aranha. Toma esse vidro inútil.

- Ok, Já aprontei o comunicador do Agente. Agora vê se age mais devagar, tá? Pegue sua pílula.

- Hunf. Novato. - enquanto ajeitava a gravata.

[Dim, dom. Sala de reuniões.]

Vários Agentes enfileirados pela porta do elevador miravam em Peter como se esperassem mais de um. Olhavam e se entreolhavam.

- Ei, vocês estão atrasados. Já pegamos eles. Vocês não souberam? - Dá um tapinha no fone.

O mais velho, atrás do grupo, bate dois dedos no fone e concorda:

- Você tem razão. Nós os pegamos. Continuem a ronda, podem haver outros no sistema de refrigeração ou nos cabos do elevador.

- Sem problema. - recoloca a pistola no coldre dentro do terno, enquanto avança pelo corredor.

- É Aqui? - pega numa maçaneta de uma porta nomeada "Janitor"

- sssimmmsss, rápidddddsss...

Abre a porta, passa por ela e a fecha atrás de si. Puxa algo do bolso e joga atrás do ombro.
Peter aparece de frente pra porta.

- Já era tempo. Me passa esse fone aqui.

- Toma esse treco, me coça o ouvido. Ladainha irritante.

Peter habilmente encaixa o caco transparente no fone, como linha na agulha...

- Já podemos pegar a caixa?

- Não apresse um gênio.

- Mas um burro, posso esporar.

- Está pronto, vamos logo. Pelo tamanho do caco, deve durar uns dez minutos.

- Dessa parte eu gosto.

Andavam pelo corredor como se nada houvesse acontecido. Todos os Agentes haviam travado no tempo, como as colunas do prédio.

- Dá vontade de cuspir na cara deles. Pena que não temos tempo.

- Vamos logo pegar esse treco e comer um arroz com feijão.

- Está ali, no auditório. Olha só.

Centenas de agentes parados. Olhando para uma caixa nas mãos de um deles, parecendo tentar
discursar num microfone. Cloud pega a caixa. Em seu lugar, deixa cuidadosamente uma outra, igual, insuspeitamente sem amassos, do bolso da camisa, como um origami misterioso.

- Babacas. - um enorme sorriso se perfaz no rosto de um calmo Peter.

- Vamos sair daqui.

- Pela janela, de novo?

- Não, meu horóscopo disse que hoje eu teria um dia chato. Vamos pelas escadas mesmo. Antes que eles cheguem.

Descem um lance. Saem do prédio. Os papéis ainda flutuam, sendo lidos por alguns dos guardas. Peter olha, de certa maneira orgulhoso, e Cloud o puxa pelo braço.

- Clarence, estamos fora. Pode continuar o programa.

Com um ruído surdo e um reflexo inatural, o prédio volta ao tempo normal.
Como se nunca houvessem entrado nele, Peter e Cloud vão até um restaurante próximo, andando pela rua. Cruzam por um casal de preto que se aproxima da porta de entrada, carregando pesadas sacolas.
Passam pelo detector de metais. Ele apita. Eles baixam as sacolas.
Um guarda, calmo e sereno se aproxima e diz, pelo fone:

- Por favor, ponham todo metal nas prateleiras e... ah,meu Deus!!! - fica atônito ao ver armas e munições em abundância nas sacolas...

Fim do Programa...?

6
Contos / Random pero no mucho
« Online: Agosto 24, 2013, 02:20:37 pm »
Uma vez eu trapáceei num joguinho de escrever contos via um gerador aleatório de uma página agatêemeele via uma lista de discussão e peguei isso:

"An unconventional ninja werewolf who believes he can never love again.
a vivacious renegade vampire from aristocratic European Stock."

Daí escrevi isso:

Um meio-yokai, um monstro amaldiçoado, assassino silencioso das madrugadas? Esse é Shikuto.
 
Desde pequeno criado para ser um assassino frio e eficaz, ele mal conhece sua força.

Agora, ele foi enviado à Europa para exterminar um vampiro da máfia, abrindo caminho para seu clã.

Porém seu caminho é cruzado por Catherine, tão sedutora quanto mortal, forçada a ser uma cortesã da máfia, buscando vingar-se pela morte de sua família com a força da maldição imposta pelos seus tutores vampiros.

"They fight crime!" Era a frase de efeito.

"Ei, parece até uma sinopse de filme B... que tal uma cena?" Eu disse.

É noite de lua cheia em Londres. Correria. Tiros. Gritos. Sangue escorrendo dos sobretudos pretos esburacados.

Ela foge. Sabia que não deveria ter chegado perto da mansão, mas agora foge dos capangas
de Markus.

Talvez não veja outro dia, que ironia. Os ferimentos ardem, o sangue ferve, as feridas se multiplicam conforme seu fôlego se esvai na névoa. O beco sem saída. Não há forças para saltar mais alto.

Não há garras, não há defesa. Só a morte lhe aguarda no beco sujo.

Ele a observa da janela de seu apartamento, através dos desajeitados óculos empinados no focinho quase vulpino de pêlos marrom-claros.

Apesar de tudo, ainda tem de usar óculos.

Olha para a lua, respira fundo e pede para que não seja tarde demais pra se arrepender. Salta.

Quatro andares até o próximo poste, de onde salta até o beco, onde quatro encapuzados cercam a dama de vermelho.

- Já não é tarde demais pra vocês estarem na rua, cavalheiros? A noite está fria, e o vento está cortando como navalha... - Diz o lupino ao cair, seguido de um estalo surdo de seus joelhos recurvados.

- Mas que droga é essa? Pensei que tinhamos matado todos vocês, cachorros fedidos!

- Deve ser um imigrante, olha só a pose dele. Não é inglês.

- Não me interessa, fogo nele! Atirem na cabeça! - Levantam as pistolas quase sincronizadamente...

- Vocês querem fogo? - O lobo mostra as garras curtas segurando shurikens - Este deve servir. - Os shurikens se incendeiam, e começam a rasgar o ar, cruzando as balas e se encravando nos sobretudos pretos.

As figuras medonhas começam a arder em chamas, enquanto as balas perfuram o lobo que não contém seus instintos e ataca ferozmente, chutando e socando várias vezes até que os homens param de resistir e no chão, dão ao fogo a possibilidade de queimar seus pecados...

Assustada porém decidida a vampira brada do canto onde observava a demonstração de força do lobo marrom:

- Você esqueceu uma, maldito - Levantando um ensanguentado braço travando o gatilho frouxo de uma arma. - Eu não vou perder minha vida pra uma abominação dos infernos!

- Minha cara, vê-se que faltou educação de minha parte - Se aproxima devagar, olhando do alto de seus 2 metros e pouco a vampira entre os sacos de lixo - Meu nome é Shikuto. Eu fiquei curioso em saber porque os vampiros daqui estão lhe caçando. Seu sangue parece ser bem antigo,
porque estavam tentando tirar sua vida? Ou não-vida, como costumam dizer?

- Não interessa a você, lobo. Vou morrer mesmo, nada disso vai lhe interessar. Faça logo seu trabalho, então. Ao menos os cães mandaram alguém sutil. - quase desistindo, afrouxando a mão e apontando pra própria cabeça, de cabelos louros e sedosos, um tanto maltratados.

- Tomare que vocês matem todos aqueles malditos chupadores... - Aperta o gatilho, no que é interrompida pelo vapor quente das narinas dele, com uma fina garra segurando a bala no tambor.

- Hoje não. Ainda não descobri o que eles queriam, deve valer a pena mais um dia. - Uma cotovelada, um nocaute, e a leva a sua casa, já em sua forma normal e franzina, coberta de sangue e sujeira, a  pondo no sofá.

Tira suas roupas e cuida dos ferimentos, esperando calmamente o amanhecer na sacada da janela enquanto ela parece dormir no desconfortável sofá.

- Espero não me arrepender do que fiz... - diz o lobo, voltando a admirar o luar na noite fria e nevoada de Londres...

7
Contos / Contos de Wertech
« Online: Agosto 24, 2013, 11:30:24 am »
Pela sanidade de quem quer que seja o moderador dessa seção vou compactar o máximo possível esses contos, que escrevi quando tinha uns 18 pra 20 anos e trabalhava em Niterói.

A melancolia do horizonte e o trabalho chato de suporte me punham num estado de tristeza que esvaziei escrevendo contos sobre um futuro estranho, que certamente vejo como ultrapassado hoje em dia, na maior parte.

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Sistemas & Cenários / Ohmtar : O fim do projeto
« Online: Julho 05, 2013, 02:17:12 am »
Citação de: Alexandre Sarmento
Saudações, desbravadores do Megaverso. Infelizmente, como muitos já ficaram sabendo (principalmente que leu o final da série A Noite Mais Longa), o projeto do cenário de campanha OHMTAR está encerrado. Não é fácil, mas em determinados momentos você precisa tomar algumas decisões difíceis.[...]

http://www.ohmtar.com/play/destaque/ohmtar-o-fim-do-projeto/

9
Off-Topic / Capitalismo Selvagem
« Online: Dezembro 05, 2012, 12:18:45 am »
Em nome de Allah, clemente e misericordioso! Allah Akhbar! Scotland forever!

Faz alguns anos, antes de eu ser o pervertido chato e escroto que sou, eu achava que iria encontrar produtos que me auxiliassem a entender melhor o mundo.

Sou de 1980, logo boa parte do que vi foi a enxurrada do pós-ditadura, livros, gibis, RPGs, tudo que já vinha se amontoando no meu imaginário para ser o pano de fundo dos anos a seguir.

Por algum motivo, muita coisa eu comecei a detestar. Não pela qualidade da mídia -- papel e tinta não eram coisas exatamente da melhor qualidade -- mas pelo teor das informações.

Entretenimento deveria ser uma coisa sadia. Mas já me desiludi, coisas não são feitas pensando-se nisso. São pra vender brinquedo, vender fitas de vídeo, influenciar assinaturas.

As poucas coisas que não o são sofrem tristes fins, tachadas então de fracassos comerciais.

Histórias repetitivas que a novos produtos se adaptam e renovam, e dessa forma parece que todos os heróis ainda estão em suas mesmas idades, levando suas vidas do mesmo jeito que nós.

Histórias que contavam morais ultrapassadas e ruins são repintadas e recontadas, adaptadas por vezes de maneira tosca e apressada, porque há prazos a cumprir.

E derrepente, o padrão é esse, estadunidenses continuam com seus mesmos heróis do pós-guerra sendo reciclados a duras penas, raramente algum escritor ou artista de modo geral consegue sair debaixo do rolo compressor do fracasso comercial e sobrevive, vendendo bonecos, canecas e camisas, sorrindo pras fotos e entrando pra história.

Muitos desses caras eram fãs que desejaram subir ao Olimpo de seus autores, descobrindo que na verdade são purgatórios, e seus autores tem de pagar contas e cumprir prazos, ou então acabam é na rua.

Posto isso, vamos ao mercado oriental dos mangás.

Uma pessoa solitária encarregada de escrever, desenhar e publicar seu trabalho em uma revista que agregue vários outros trabalhos, de acordo com as normas de público estabelecidas durante décadas (vide "Even a Monkey can draw Manga"), e todo esse esforço é feito do jeito que dá, em papel vagabundo, pra ser jogado fora como jornal, são otakus os desesperados que colecionam isso num país onde espaço pra morar é foda de caro pra manter.

Não escapa à mesma regra estadunidense, tem de vender muito, fazer bonecos, canecas, calcinhas, etc, etc pra poder pensar em virar desenho, ser distribuído globalmente, virar top of mind, meme, mania nacional.

Até aí eu não posso negar que o mercado se auto-regule, já que quem consome essas coisas na maior parte do tempo procura algo que agrade e ignora o resto, vira uma seleção natural capitalista...

Com a abertura do mundo digital muita coisa acaba aparecendo, gente achando outros meios de divulgar seu trabalho, é tudo muito bom e legal.

Até que derrepente, um produto não seja mais uma idéia a ser encarada como um preço por um pouco de papel, plástico e tinta ou de energia elétrica, uma mera taxa de acesso a conteúdo, mas algo mais, algo que transcenda essa banalidade.

Olha, não sou contra vender coisas ruins, a apelação insensata e cínica está presente em todos os mercados.

Não estou nem mesmo defendendo o que consumo, mesmo se a intenção sincera e honesta foi ser um lixo que não vale nem o papel em que foi impresso mas vende bonecos.

Ou uma história que se arrasta sem sentido, cheia de momentos que deveriam ser para situar melhor personagens, ou resolver conflitos, ou o diabo que for, mas acabam virando "filler", sem sentido, sem noção, sem conteúdo...

Ou ainda mais odioso, reboots ad infinitum, pra vender um gibi onde o herói morre, ou alguns de seus pilares de caráter são fraturados, o tutano extraído e moído pra fazer geléia, e então duas semanas depois ele volta ao seu rumo original, como se nada tivesse acontecido, talvez tenha mudado o corte de cabelo e só, "status quo is god", como o TVTropes diz.

Nesse ponto acho que o mercado japonês acerta: São raros os heróis que sobrevivem aos seus mangás. Acabou a saga, findou, fulano morreu, ou foi pro inferno, ou casou, que se dane, fim e vamos pro próximo. Moral? Sei lá, você que entenda. Bola pra frente.

Algumas vezes a coisa vai pro lado do comercial mesmo, o produtor manda fazer o Z, o ZZ, o G, e o autor já não aguenta mais mas não consegue sair daquilo que lhe paga as contas, ou pior ainda, fica viciado em contar a mesma história renomeando os personagens e fazendo novos bonecos...

Mas aí a coisa ainda flutua no mar do entretenimento insano. Você está pagando pra ver Seiya meter a porrada mais uma vez no diabo, o homiaranho estapear o venão, o superhomi voar de cueca por sobre as calças mais uma vez agora em HD.

Pra mim, a coisa desanda quando a "moral" acaba mesmo ficando totalmente pra escanteio, e o entretenimento emporcalha-se com isso.

Eu parava pra ver "Os Cavaleiros do Zodíaco", mas não consigo mais porque virou "Seiya é foda e não precisa de ninguém pra vencer mas todo mundo vai fazer tudo pra que isso aconteça".

Muito menos "O homiaranho, o Batimão, o Besouro Azul, PQP não podem matar um assassino pra salvar ninguém porque matar é errado, e ele vai se soltar, voltar e matar mais gente, e DANE-SE, SE VOCÊ ACHA QUE NÃO, COMPRE O 'E SE' QUE MOSTRA ELE MATANDO E VIRANDO UM LUNÁTICO POR CAUSA DISSO".

Tem coisas que me deixam pasmo. Por exemplo, recentemente eu vi um anime que trata de pessoas amaldiçoadas. Uma garota amaldiçoada, que possui vários instrumentos de tortura que o desenho faz questão de mostrar que são mesmo pra isso, ela é traumatizada e quer se recuperar porque ela foi feita pra isso...

Ela nem pestaneja quando está pra estripar um inimigo, ela ri e se refestela com gritos e dor alheia, sádica mesmo.

Mas fica toda envergonhada porque falam dos peitos pequenos dela, ou que ela tem medo de aranhas.

Enquanto séries estadunidenses fazem a maior força, sofrem remakes e chamam pessoas perturbadas e dementes como Frank Miller pra ser sombrias e violentas, a porra do anime consegue ser hiperviolento só de sacanagem, mas pondo coisas bobas na conta da protagonista pra caracterizar.

Acho que é como se o Coringa, depois de o Batman arrebentar a cara dele de porrada num beco escuro, disesse que o Batman estava de pau duro ou coisa que o valha e o Batman ficasse corado, porque quando ele corre atrás da mulher-gato o morcego nem sobe no teto.

Enfim, são estilos narrativos, gêneros, coisas diferentes, maneiras de fazer a coisa andar, por mais boba que seja.

Não são tosquices como "Wolverine é namorado do Hércules agora", "Colossus é namorado do Noturno agora", "O homideferro puxa o campo magnético de Júpiter por uma rede de satélites e joga ímãs de neodímio no Magneto pra contrabalançar o poder dele" (meu deus, acho que deve ser pré-requisito não entender de porra nenhuma de qualquer coisa que requeira mais de cinco minutos de pesquisa pra ser argumentista na Marvel, essas coisas levam ANOS pra ser desmentidas, tem gente que acha mesmo que dá pra fazer isso)...

Eu aceito o Liefeld desenhar mulheres com colunas vertebrais tortas como harpas (ou até mais), pessoas não saberem de que jeito estão segurando armas ou mesmo que tipo de movimento estão fazendo na transição de um quadro para outro ou ainda caras tão musculosos que não tem pescoços ou axilas; Isso é hilário.

Eu não estou pintando um diabinho chamado capitalismo que faz as pessoas escreverem e desenharem coisas retardadas e sem sentido porque paga suas contas.

Eu estou dizendo que coisas sem sentido mesmo quando vendem bem, continuam sendo sem sentido.

E coisas assim são ruins. Ou será que não são mais e o lucro rege a validade de suas noções?


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Contos / Conto Bizarro - Super Princesa Cogumelo
« Online: Outubro 09, 2012, 07:19:19 am »
Escrevi esse conto originalmente em inglês, por isso o uso de aspas nas falas ao invés de travessões.

Este não é o conto erótico-bizarro que prometi; Ainda estou ocupado com outras coisas, mas por hora este me deu alguma alegria em traduzir de volta ao português, eu realmente escrevo coisas bizarras e não tinha muita noção disso.

Contém violência, transformação, palavrões; Até tinha uma cena de sexo bizarra mas eu tirei, não era lá muito excitante para pessoas normais, hetero ou homo.

No próximo conto eu coloco a sacanagem toda de uma vez.

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Apresentação / Devo estar fazendo a coisa errada novamente
« Online: Abril 26, 2012, 11:25:33 am »
Por falta de coisa melhor pra fazer enquanto estou desempregado no momento, como não estou babando por alguma coisa qualquer que seja o mais atual no mundo nerd tomado por coisas de puro teor comercial, espero desta vez poder extravasar meu lado criativo, enterrado por mais de um ano trabalhando como formiguinha num cartório digitando as vidas das pessoas e as imprimindo em pedaços de papel A4 com toner vagabundo.

Sem tanto ódio desta vez, por favor não mintam pra mim novamente.  :)

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