Eu acho que o artigo do Sakamoto tem um belo fundo de verdade.
Não é que os brinquedos da criança vão influenciar o adulto em que ela vai se tornar (talvez sim, mas não é o ponto aqui), mas sim a
propaganda em torno desses brinquedos, tanto por parte da indústria quanto por parte dos adultos que cercam a criança. É um absurdo achar que a criança não absorve nada daquele monte de mensagens dizendo que lugar de mulher é na cozinha ou criando filho.
Nota: sou levemente machista, contra a vontade. Tento sempre defender as bandeiras feministas, mas é difícil se livrar completamente da programação implantada na gente quando criança.
EDIT:
brincadeiras violntas criam crianças violentas
Acho que todo mundo aqui concorda que isso não é verdade. O Sakamoto realmente deu a entender isso, sendo contra brinquedos violentos para meninos E meninas.
Acontece que a influência na psicologia de uma pessoa (adulto ou criança) é muito diferente quando a ficção (nesse caso a brincadeira) é muito diferente da realidade. É o mesmo que assistir um filme: você assiste kill bill e mesmo assim sabe que não se sai cortando as cabeças das pessoas por aí. Isso porque esse aspecto do filme é
obviamente uma ficção. Mas outros aspectos do filme que não são tão óbvios podem ser considerados verdade pelo seu cérebro. Como disse o Cracked: nos EUA NÃO existe lei que garanta um telefonema para pessoas quando são presas, mas uns 90% da população acreditam que essa lei existe, por causa dos filmes.
Com brinquedos é a mesma coisa: brincadeiras muito violentas podem não te tornar necessariamente um adulto violento, mas a ideia de separação de generos é muito mais implícita, e o fato da família se separar nos domingos, com os homens tomando caipirinha enquanto cuidam do churrasco e as mulheres na cozinha lavando a louça, só reforça essa ideia.