Infelizmente eu não tenho como fazer resenha do Arkham

. Apesar de gostar, eu não o
tenho e a última vez que joguei foi há mais de 2 anos. Um amigo meu tem, mas sempre há
uma novidade ou outro jogo que temos mais vontade de jogar (pois o AH demora bastante,
especialmente com mais de 4 jogadores). Enquanto isso, posto mais um jogo na série
"rápido e fácil de jogar". Com a diferença de que esse é cruel na estratégia.
Peloponnes
Peloponnes é um jogo para 1 a 5 jogadores com duração de 60 a 90 minutos. Neste jogo, cada
participante representa uma cidade-estado na região do Peloponeso (península da Grécia), desejando prosperar em população, terras e urbanização, apesar das catástrofes que assolam a região. No final do jogo quem tem mais pontos de vitória ganha, apesar do mecanismo da pontuação ser safado (descrito no final).
ComponentesNão há um tabuleiro principal em Peloponnes. Cada jogador recebe uma cartela própria.
A cartela indica a quantidade de madeira, pedra e comida que a cidade do jogador possui, bem como a sua população atual e a quantidade de bens de luxo (representadas pelo símbolo do jarro).Além da cidade, cada jogador tem uma cidade-estado diferente, que começa e produz uma quantidade de recursos diferentes. Em Peloponnes, toda peça que tiver símbolos dentro de um quadrado BRANCO no canto superior direito significa que concederá esses benefícios imediatamente e apenas uma vez. Já as peças que possuem símbolos dentro de um quadrado MARROM no canto inferior direito significa que concederá estes recursos toda rodada na fase de produção.
O jogador que foi sorteado com a cidade de Arkadia começa com 8 de dinheiro, 2 de população e a cada rodada gerará mais uma pessoa para a população.Os componentes mais importantes para o crescimento da cidade-estado são as peças que surgem a cada rodada, disponível para leilão em dinheiro. Há dois tipos de peça: terrenos (paisagens naturais que são colocadas à direita da cidade-estado) e prédios (construções que são colocadas à esquerda da cidade-estado).
Na imagem acima, a cidade-estado de Pylos tem um prédio (à esquerda) e dois terrenos (à direita).A importância destas peças é que elas concedem pontos de vitória no final do jogo (exibidos no centro e no alto da peça), concedem recursos (nos quadrados brancos e/ou marrons já citados), podendo até ter habilidades especiais (simbolizadas no centro e abaixo do nome da peça). Finalmente, cada peça tem um custo mínimo a ser pago em dinheiro durante um leilão e, *se for um prédio*, que recursos (madeira/pedra/comida) o jogador precisa pagar quando adquirir a peça.
A peça acima é um terreno que concede 4 pontos de vitória no fim do jogo, imediatamente dá 1 de dinheiro e aumenta em 1 a população do jogador que adquirir, além de produzir a cada rodada 1 de madeira e 1 de pedra. O lance mínimo para começar seu leilão é de 4 de dinheiro.
Acrocorinth é um prédio que dá 6 pontos de vitória no final do jogo, imediatamente aumenta a população em 2 se for comprado e gera 2 de comida a cada rodada na fase da construção. Em adição, a peça tem o poder especial de tornar o jogador imune aos efeitos do desastre da tempestade. Quando for leiloada, o preço mínimo a ser pago é 5 de dinheiro, e ao ser adquirida o jogador precisará pagar 4 pedras e 3 madeiras. Além do dinheiro, existe um componente final: as peças de desastre, que serão sorteadas a cada rodada, causando muita dor de cabeça aos jogadores.
Há 5 tipos de desastres no jogo. As peças circulares mostram o tipo de desastre que está por vir. As peças quadradas mostram o que acontece quando um desastre concretiza.Mecânica do jogoPeloponnes tem 8 rodadas, divididas em eras A, B e C, que determinarão que peças entrarão em jogo para serem compradas pelos jogadores. Independente da era, cada rodada tem três
fases:
I) Fase de Leilão: No início da rodada, sorteiam-se 5 peças daquela era para leilão. Destas 5 peças, X-1 (onde X é o número de jogadores) estarão disponíveis para o leilão. O remanescente das peças fica numa área a parte, que estará disponível para compra direta, sem leilão (bastando pagar em dinheiro o lance inicial da peça + 3).
Nota: Em cada fase de leilão, cada jogador só pode levar UMA peça.
Excetuando na primeira rodada,onde a ordem de leilão é de acordo com o número inicial descrito na peça da cidade-estado, a ordem de lance de cada jogador é iniciada por quem deu o MAIOR lance na rodada passada. Qual a importância disto? Cada jogador só pode dar UM lance, não podendo aumentá-lo posteriormente. Isto é uma grande desvantagem para quem inicia essa fase. Se alguém cobrir o seu lance, você é obrigado a retirá-lo do leilão daquela peça leiloada. As suas opções agora são recolher o seu lance e sair da fase de leilão ou pegar o seu dinheiro e realocá-lo para o leilão de outra peça (seja iniciando um novo leilão, seja cobrindo o lance inferior de uma outra peça leiloada).
Exemplo: Imaginem que numa partida de dois jogadores, o jogador que inicia o leilão quis dar um lance de 5 no prédio Acrocorinth, ilustrado acima. O outro jogador também quer este prédio e cobriu o lance com 6. O jogador inicial tem que abandonar o leilão dessa peça e pode ou comprar outra peça que possa ser obtida com este valor ou sair da fase de leilão.
Coisas ruins que podem acontecer na fase de leilão:- Se alguém cobriu seu lance e todas as outras peças tem um valor mínimo maior do que o seu lance, você não levará nenhuma peça.
- A primeira peça de terreno que obtém pode ser obtida livremente à direita de sua cidade-estado, mas todo terreno subsequente só pode colocado se tiver uma produção em comum. O que significa isso? Os terrenos produzem comida, madeira e/ou pedra. Se você comprou uma floresta na rodada 1 que só produz madeira, o próximo terreno só pode ser adquirido se ele produzir pelo menos 1 madeira (mesmo que produza outros recursos também). Se não tem como obedecer esta restrição, não pode levar aquela peça.
- Os prédios não tem essa restrição de colocação, mas eles custam recursos adicionais. Você PODE levar um prédio mesmo que não tenha (ainda) esses recursos, bastando colocar 1 de dinheiro de sua reserva em cima da peça, para lembrar que seu preço de construção ainda precisa ser pago (leia mais abaixo, na "rodada de pagamento"). Se não tiver 1 de dinheiro sobrando para marcar esta dívida, não pode levar o prédio.
O que fazer se as peças não te interessam ou o dinheiro está escasso:- Recolher o seu lance. Você ganha 1 de dinheiro como consolação e na hora de ajustar a ordem de turno do leilão da próxima rodada o seu lance é considerado zero (ou seja, você
será o último ou um dos últimos a dar lance, sempre uma coisa boa).
- Não dar lance nenhum. A diferença nesse caso é que nem o lance inicial você ofertou. Nesse caso o jogador ganha 3 de dinheiro e é considerado o menor lance possível, mesmo para quem tenha abandonado o leilão e ganho 1 de dinheiro.
Observação: A fase de leilão é a mais importante e interativa de Peloponnes. As demais fases a seguir são consequência do jogo.
II) Fase de Produção: Nessa fase, todas peças, terrenos ou prédios, que são capazes de produzir recursos o farão. É nesse momento que você checa a sua população atual em sua cartela. Quanto mais gente tiver, maior a produção de dinheiro.
Um dado importante: há um limite máximo de estoque de madeira, pedra e comida (13). Toda vez que a produção exceder a capacidade máxima, o jogador aumenta ao invés a quantidade de bens de luxo (simbolizados pelo jarro na cartela). Os bens de luxo servem como um coringa. Toda vez que você precisar pagar algum custo em comida/madeira/pedra/dinheiro e não tiver o recurso em estoque, você pode cobrir o custo com bens de luxo (cada 2 bens de luxo são convertidos em 1 maderia, pedra, dinheiro ou comida).
III) Fase dos desastres: Após a produção, revela-se duas peças de desastre. Há 16 peças no total, três de cada desastre e uma que não causa efeito. Cada desastre ocorre uma vez no jogo. Quando a TERCEIRA peça for revelada, o desastre ocorre imediatamente. É bem possível que em uma rodada as duas peças reveladas sejam a terceira de desastres diferentes, estes sendo aplicados.
Desastre do Terremoto.A peça acima é um lembrete do que ocorrerá quando for sorteada a terceira peça de terremoto. Todo jogador terá que pagar o conjunto de (1 pedra + 1 Madeira) para cada prédio que possuir. Cada conjunto que não for pago integralmente provocará a perda de um prédio.Como evitar ou diminuir o efeito de um desastre:- Se tiver um prédio que o torne imune àquele desastre em particular. Para cada desastre há dois prédios diferentes que imunizam a cidade-estado. Obviamente, essas peças são disputadas pelos jogadores.
- Teoricamente, um desastre que ocorra mais precocemente tem um efeito menos danoso, pois
o jogador pode se recuperar a mais longo prazo. Por exemplo, a peste e a seca respectivamente reduzem em 1/3 (arredondado pra cima) a sua população e estoque de comida.
- Alguns desastres são direcionados a terrenos, prédios ou bens de luxo. Um jogador que possua pouco ou nenhum desses bens/peças sofrerá menos.
Rodada de Pagamento: Como se os desastres não fossem ruins o suficiente, três vezes no jogo (uma vez na era B, uma vez na era C e uma vez ao terminar a partida),
no inicio da fase de leilão uma das peças sorteadas tem um símbolo especial, que detona uma rodada de pagamento. Durante uma rodada de pagamento, cada jogador precisa:
a) Pagar 1 de comida para cada membro de sua população. Cada um de comida que faltar faz com que a população diminua na mesma quantidade. Por exemplo: Numa cidade-estado que possua 13 de população mas apenas 2 de comida estocada na rodada de pagamento terá sua comida reduzida para zero e sua população reduzida para 2!
b) Todo prédio cujo custo de construção não foi pago ao ser comprado (sendo colocada uma moeda do jogador para lembrá-lo da dívida) precisa ter seu custo coberto agora.
Por exemplo, o prédio Acrocorinth tinha um custo de 4 pedras e três madeiras. Se um jogador levou a peça no leilão e só pagou o custo em dinheiro, ele precisou colocar uma moeda adicional em cima dele. Na próxima rodada de pagamento que houver (e não antes!) ele precisará pagar três madeiras e quatro pedras. Caso contrário, o prédio será perdido. Independente do custo ser coberto ou não, a moeda usada para marcar a dívida volta para o jogador.
Fim de jogo: No final da oitava rodada, há uma rodada de pagamento final e conta-se os pontos de vitória. Cada jogador verifica pontos de duas formas:
a) Soma-se o valor impresso nas peças de terreno e de prédio. Além disso, cada 3 de dinheiro restante rende 1 ponto de vitória adicional, sendo computado nesta categoria.
b) Cada 1 de população rende 3 pontos de vitória ao jogador.
Agora, a sacanagem é que após verificados os valores das duas categorias, o jogador NÃO SOMA ELAS. Ao contrário, os pontos de vitória finais são os da categoria que ele MENOS pontuou! Então, se o jogador terminou com uma população de 13 (39 pontos de vitória) e três peças de valor 1,4 e 5 mais 6 de dinheiro (1+4+5+2 pelo dinheiro = 12), ele terminou o o jogo com 12 pontos de vitória. É um jogo que exige equilíbrio entre as duas formas pontuar.
Critérios de avaliação:Apelo a não boardgamers: **. O jogo é simples e rápido, fácil de explicar. O tema é ok, mas para aqueles que gostam de construir pacificamente e detestam revezes catastróficos podem não gostar de Peloponnes.
Complexidade: **. O jogo em si não é difícil, sacar a estratégia dos leilões e planejar-se contra os desastres e manter seu povo alimentado é que são elas.
Independente de idioma? Sim.
Achado no Brasil? Não.
Preço: *** a ****. O jogo em si não é caro, o duro é importá-lo da Alemanha.
Opinião: Apesar de chato e meio caro de encomendar, é um jogo com ótima relação de custo/benefício. Até o jogo solo é muito bom, que obriga o jogador a alcançar a cada nivel de dificuldade (1 a 5) uma quantidade maior de pontos.