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Religião - Tópico Permanente

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Malena Mordekai:
E vcs nem respondem ao que o Elven perguntou, para os anais :P do novo fórum... o kinn teria algo a dizer parecido comigo, quanto ao espiritismo. Vamolá...

Eu fui criado no espiritismo (kardecista, apesar deles não gostarem desse rótulo, foda-se) porque meu núcleo familiar original era dessa religião (meus outros avós são católicos carismáticos). Do espiritismo conservo certas crenças como na reencarnação, mas em geral as coisas param por aí, até pq minha concepção de reencarnação não é a mesma, se aproxima do "retorno" budista e do "gigul" judaico.
Eu questionava uma série de coisas, na infância e na adolescência, dos argumentos filosóficos dos livros da Codificação Kardecista. O que me chamava mais atenção era a refutação ao panteísmo. Não fazia sentido para mim, e me veio a ideia nítida de que o conceito de criação leva a um retrocesso infinito ou a um primum mobile. Mais tarde comecei a ver contradições entre as obras psicografadas, e me veio a impressão, na época, de que por mais bem-intencionada pudesse ser a fala de um espírito, ela sempre seria tendenciosa de acordo com a visão de mundo desse espírito. Ou seja, espíritos poderiam ser reais, mas eu deveria desconfiar até mesmo dos que pareciam "espíritos de luz".
Ao mesmo tempo eu comecei a dar mais importância ao autoconhecimento: dane-se a objetividade das crenças sobre o cosmos, o que importa é o Eu. Me chamava a atenção a suposta tradução mais fiel da frase biblica, "O eu é o caminho, a verdade e a vida". Me envolvi com certas linhas ditas esotéricas, como a cabala e Thelema, e mais tarde o caoísmo. Em termos cristãos, ao descobrir no começo da adolescência os textos gnósticos, vi mais sentido neles que na bíblia canônica.
Como falou o Elven Paladin, era uma curiosidade patológica, só que eu encaro isso como uma necessidade natural da maioria dos seres humanos. Eu assumi essa necessidade e a abordo de modo utilitário, sem crer objetivamente nos mitos e ritos que me interessam, dando mais atenção às minhas epifanias pessoais. O caoísmo (praticado por gente divertida como Grant Morrison, Alan Moore e o editor da revista MAD, Raphael Fernandes, kkkk) me serviu de excelente enquadramento pra isso.
Assim eu fui agregando uma religião pessoal, tanto mais devido à minha ojeriza pelas instituições religiosas. Como o Elven põe no manifesto desse fórum aqui, não ponho grupos acima do indivíduo. E o indivíduo principal nisso tudo sou eu: minha visão de mundo é panenteísta (diferente do panteísmo), junto com o utilitarismo paradigmático caoísta, são os dois pilares que me guiam em religião. Todo o resto (cristianismo gnóstico, Thelema, cabala luriânica, etc.) é fluffy.

E eu sei que sou flooder, mas essa explicação é mais genuína do que dizer "ex-espírita".

Barão:
Religião tem inúmeros valores... Vou destacar dois, que é a metafísica e a construção moral...

Quanto a parte metafísica, eu não consigo ser muito convencido de nada... Não tenho como ter certeza de nada e prefiro não levantar bandeira alguma. Sou agnóstico.

Quanto a parte de construção moral, eu acho as religiões muito importantes no que concerne permitir o homem chegar até onde ele chegou. Dentre todas as grandes religiões, me aproximo mais do catolicismo e suas influências para as sociedades modernas, mas de  uma forma mais refinada, claro.

kinn:
Na verdade isso é falso, pois o que você considera valores católicos são na verdade valores gregos. Como os romanos e gregos se converteram ao cristianismo, eles negaram sua antiga religião, mas a colocaram como algo de status (mitologia) então tudo o que vinha deles era válido e aceito.

Diferente dos celtas, os quais foram perseguidos por suas práticas hereges. O que sabemos hoje dos celtas? Muito pouco. Um pensamento similar aconteceu com os muçulmanos quando estes tomaram a Europa. Mas estou simplificando porque esse momento histórico é muito cheio de firulas.

Barão:
Depende de quais valores eu to falando, né Kinn...

E tem muitos que definitivamente os gregos não compartilhavam.

louc0:
O problema da tua afirmação é atribuir a construção moral a religião, o que não é verdade. O Sampaio já refutou isso lá no começo do tópico antigo.

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