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Elven Paladin:
A pergunta no título do tópico é autoexplicativa. Relate que livro (ou obra similar) que você leu recentemente ou está lendo no momento e acha que algum maluco, digo, usuário spelliano deveria ler também.

EDIT: E começando: The Origins of Biblical Monotheism -  Israel's Polytheistic Background and the Ugaritic Texts

Título extenso e que diz exatamente o que você vai encontrar no livro. É um livro bastante curto, barra-pesada (o idiota arrogante aqui achou que seria relativamente fácil pegar as menções do autor - não foi) e que dedica mais páginas em notas do autor e discussão sobre as fontes dele do que no texto principal. Ou seja, não para "iniciantes".

Contudo, se você não ficou assustado com a descrição acima, as porções mais legíveis do livro lidam sobre como as divindades semitas(especialmente Canaanitas e Ugaríticas) eram, como se organizavam numa estrutura familiar com El como o Patriarca Divino (ao não-iniciados, El é um dos nomes que Cristãos e Judeus dão a Javé) e sua esposa Elat/Asherah dão origem a uma vasta progênie de divindades propensas a encrencas e com alguns estrangeiros "afiliados, como(Javé, o deus judaico, provavelmente era um desses. Assim como o Baal da Bíblia, que é mais corretamente chamado de Baal Sapan) e mesmo essas divindades tinham servos menores e divindades mensageiras.

Depois de detalhar a religião, o autor usa um pouco de mitologia comparada sobre Deuses que Morrem e Ressuscitam e na idéia que muitas religiões da área eram basicamente cultos reais e monárquicos glorificados (incluindo aqui os ancestrais do judaísmo) que foram lentamente, abandonando o politeísmo para uma visão henoteísta (cultuam uma divindade, mas reconhecem que outras existem) que provavelmente era da maioria dos grandes líderes bíblicos (Moisés, Abraão, muitos Juízes) até por fim, a origem e declaração do monoteísmo judaico no Segundo Daniel.

Interessante? Muito. Mas eu preciso de mais background nisso. Especialmente sobre os '4 autores do Pentateuco" (Javista, Eloísta, Sacerdotal e Deuteronômico) e a história religiosa de Israel. Com certeza relerei esse livro, algum dia.

GoldGreatWyrm:
Eu li recentemente os dois primeiros livros da séries Os Reis Malditos. O primeiro, o Rei de Ferro, é o final da regência do rei Felipe, o Belo, é o que dá nome a série quando Tiago de Molay amaldiçoa os membros do governo francês na fogueira. O segundo, A Rainha Estrangulada, tem a ver com os jogos da corte tentando influenciar o Turbulento, o rei que sucedeu Felipe, e as tentativas deles de anularem seu casamento para assegurarem um novo.

KYU:
Estou lendo Boemia Literaria e Revolução, por Robert Darnton. A pesquisa do cara é FENOMENAL e é fácil um dos livros mais interessantes de história que eu leio em um bom tempo. Nada melhor do que um jornalista com mestrado e doutorado em história pra escrever com a clareza dos anjos.

E pra ler na privada tenho em mãos a Biografia do Steve Jobs. É uma leitura leve, mas até divertidinha. A vida do cara é muito zoada e, mesmo amenizando, o biógrafo não deixou de dar a impressão que o cara era um verdadeiro filho da puta.

Madrüga:
Estou lendo Não verás país nenhum, do Ignácio de Loyola Brandão. Me prometeram uma distopia brasileira, estou na centésima página e nada aconteceu ainda.

Acabei de ganhar o cemitério de Praga, do Umberto Eco, que será a próxima leitura.

Assumar:
Lendo As vésperas do Leviathan - Instituições e poder político em Portugal - séc. XVII, de António Manuel Hespanha.

"Desde há muito que a imagem do Leviathan, esse emblema da centralização do poder político na época Moderna, se instalou na historiografia européia. O objectivo deste livro é, justamente, o de problematizar esta visão da época moderna como um tempo já dominado por um sistema tendencialmente estadual de poder. Sublinhando, em contrapartida, tudo aquilo que - no plano da prática quotidiana, mas também no das representações da sociedade e do poder - dava aos pólos políticos periféricos forças para resistirem, com bastante sucesso, a um projecto de centralização política que, no plano doutrinal, se anunciava já.

Muito do peso do trabalho foi posto numa averiguação sistemática dos elementos sobre os quais pode ser reconstituída, a partir dos factos, a lógica do sistema social de distribuição do poder. A reconstituição das estruturas demográficas, financeiras, administrativo-burocráticos, serve de pano de fundo ao estudo detalhado dos aspectos dogmáticos e prático-institucionais das isenções corporativas, da autonomia concelhia, do regime senhorial, do estatuto dos oficiais. Ao mesmo tempo que se destaca a eficácia, sub-reptícia mas efectiva, dos mecanismos políticos "não oficiais".

No final, uma visão algo inusitada do poder e das instituições no Portugal do Séc. XVIII - a de uma estrutura ainda fortemente marcada pelo pluralismo da "respublica" medieval, apesar de tópicos e fórmulas doutrinais prenunciadoras dessa nova entidade política que Thomas Hobbes estava, entretanto, a teorizar, mas cuja aurora, em Portugal, não raiara ainda. "

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