Autor Tópico: O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?  (Lida 17960 vezes)

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Offline Sampaio

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O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Online: Março 10, 2013, 09:17:21 pm »
Juro que procurei um tópico adequado para postar isso, para não criar um, mas não achei. O de "coisas que pessoas de bem defendem" (ou coisa assim) acaba passando meio longe, o de Religião seria muita forçação de barra e o de política também. Assim...

Bem, escrevi um texto novo e simples, ainda que pretensioso, que procura lançar luz sobre alguns pontos e corrigir alguns equívocos muito difundidos sobre o tema, título deste tópico:

http://pedro-sampaio.blogspot.com.br/2013/03/o-que-psicologia-tem-dizer-sobre.html

Alguns de vocês eu sei que já leram, mas acho o tema de utilidade pública. Não é merchandising porque não recebo nada com as coisas deste blog - nem ad sense tem.

A preguiça intelectual predomina na Spell, mas quem tiver disposição e interesse de ler, seria legal se também dessem suas opiniões.

Offline kinn

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #1 Online: Março 10, 2013, 10:01:04 pm »
Seriously? Na spell a maior preguiça é ter coragem de clicar no link (não clico nem nos links do youtube dentro da spell quanto mais link externo, mas farei uma exceção).

Se foi uma provocação pra o povo ler e comentar, fez certo.
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Offline Barão

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #2 Online: Março 10, 2013, 10:20:37 pm »
Bom, nem eu que entendo tanto de psicologia, mas me considero o Sipatizantes, concordo mais que você que muito psicólogo.

Mas não adianta, para a maior parte das pessoas (e isso é em todas as áreas) muito do que elas consideram certo pode estar acima do que elas sabem que é certo.  E isso vale não só para os religiosos, como para muitos dos ativistas gays.
« Última modificação: Março 10, 2013, 10:23:18 pm por Barão »

Offline Skar

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #3 Online: Março 10, 2013, 10:35:13 pm »
Conforme dito no facebook, seu texto está muito bom.  Acho o maior mérito dele a questão de buscar uma posição imparcial em relação a todo o caos que a entrevista do Malafaia causou.

Uma pergunta existe algum estudo, ou acompanhamento, das pessoas que fazem a reprogramação para ajustar sua sexualidade ao senso comum?
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Offline Barão

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #4 Online: Março 10, 2013, 10:45:39 pm »
É, outra dúvida que eu tive e nunca tive paciência de procurar... todas as tentativas de mudar a orientação sexual de alguém são feitas por religiosos estilo Malafaia? Talvez isso justifique parte dos traumas...

Offline kinn

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #5 Online: Março 10, 2013, 11:02:11 pm »
Melhor parte do texto:

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Psicólogos que praticam ou advogam pela terapia de reorientação sexual estão ignorando todos estes fatos. Ou então estão sendo tão coerentes quanto médicos que, vivendo em uma cultura racista, concordam em retirar toda a pele de seus pacientes negros, substituindo-a por uma pele branca, em um perigoso procedimento que visa aliviá-los das mazelas decorrentes do preconceito.

No mais não vi evidências em seu texto de que a terapia de reorientação funciona.

Aliás não acredito que funciona, me parecendo mais um processo de lavagem cerebral, onde a vítima é condicionada num nível patológico a acreditar no tratamento. Entretanto, os resultados, patológicos, como dito, vem rapidamente à tona, levando os tratados a própria destruição quando o cerne de seu ser é desfigurado desta forma.

Não tenho fontes para sustentar minha afirmação, mas de tudo que li (e li muito livros em livraria sem coprá-los dos quais hoje não recordo os nomes) me parece ser essa a causa do fenômeno do falso positivo da terapia.
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Offline Sampaio

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #6 Online: Março 10, 2013, 11:09:33 pm »
Sobre o ponto que os três levantaram a respeito de ser possível mesmo ou não a reorientação sexual, eu deixei os link para algumas pessoas que alegam serem ex-gays e todo um movimento com centenas de pessoas que falam isso (alguns há décadas, outros morreram mantendo que nunca mais foram homossexuais).  Explico no texto sobre por que isso deveria ser decisivo para considerarmos que a terapia de reorientação sexual funciona, mas se querem um estudo mais acadêmico, o próprio documento da APA, que menciono em outro momento, faz isso. Eles falam dos riscos, mas concluem que a reorientação sexual é possível, embora não seja recomendada devido aos possíveis danos:

http://www.apa.org/pi/lgbt/resources/therapeutic-response.pdf

Offline kinn

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #7 Online: Março 10, 2013, 11:19:16 pm »
Mas e se for uma espécie de lavagem cerebral? A pessoa que alega ter mudado diz isso de forma que possamos considerar? Não li o texto, mas não sei como a APA ia questionar isso ou detectar isso nas respostas na pesquisa dela.

Se disser que eles consideraram essa hipótese e trabalharam tendo ela em vista e descobriram que é possível em algum dos casos, mas que eram tão raros que o risco maior de problemas (fora desnecessidade do procedimento) torna a terapia inviável, gostaria de saber se há registro no estudo sobre isso, antes de ler o texto (se puder responder logo, afinal vou dormir logo e texto não fica pra hoje)
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Offline Lucita

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #8 Online: Março 10, 2013, 11:21:53 pm »
(...) o papel da ciência seria descrever como as coisas são e não como elas deveriam ser.
Muitíssimo oportuna essa colocação. Para ambos os lados da discussão, já que são pouquíssimas as questões absolutas nessa vida e tanto um lado quanto outro sempre tenta "puxar TODA a sardinha" pro seu lado.

Parabéns pelo texto.

I feel pretty and witty and gaaaaay!

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Offline Barão

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #9 Online: Março 10, 2013, 11:35:49 pm »
Melhor parte do texto:

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Psicólogos que praticam ou advogam pela terapia de reorientação sexual estão ignorando todos estes fatos. Ou então estão sendo tão coerentes quanto médicos que, vivendo em uma cultura racista, concordam em retirar toda a pele de seus pacientes negros, substituindo-a por uma pele branca, em um perigoso procedimento que visa aliviá-los das mazelas decorrentes do preconceito.


Não querendo fazer papel de advogado do diabo, mas essa foi a parte menos relevante do texto. Porque há quase nada de agregador nessas informações, apenas a demonstração do posicionamento quanto a questão. Você a considerou a melhor parte unicamente por reafirmar algo que você acredita. Eu não sou o Malafaia, eu não recomendaria a ninguém mudar de orientação sexual, mas há um pouco de exagero nisso e o  argumento de que "mesmo que não fosse danoso, deveria ser proibido" deixa claro que a discussão voltou a ser política-reliogosa. O exemplo deixa claro as prováveis consequências negativas do tratamento. Mas há mudanças constantes em várias determinações genéticas-ambientais que são socialmente aceitas e voltam a questionar até o próprio conceito do que é natural, muitas vezes levantados por quem quer retrucar os homofóbicos que questionam a naturalidade do homossexualismo.
Exemplos mais brandos ou não, Muitos negros alisam seus cabelos, pessoas de olhos escuros usam lentes de contato clara, Pessoas brancas passam por severos bronzeamentos artificiais, indianos usam cremes que clareiam a pele, mulheres não satisfeitas com o tamanho de seus seios fazem cirurgia, pessoas não satisfeitas com o sexo que nasceram fazem cirurgias de mudança... Pode se alegar para muitos desses casos que essas pessoas estão cedendo a pressões sociais e que elas de fato não querem isso; em vez disso, elas deveriam se aceitar, reconhecer que não há nada de errado no que elas são, e lutar para serem respeitadas. Mas haveria um limiar para isso? Eu acredito que, desde que a pessoa não seja forçada a tomar necessariamente uma opção ou outra, ela vai estar um pouco mais certa por ao menos poder escolher.
Novamente, não tenho uma solução definitiva, mas muitas outras situações deveriam ser questionadas para se chegar até uma conclusão que se deve proibir ou não a "conversão" de gay para hétero, que é um dos grandes tabus da nossa sociedade.
Curiosidade: Caras com taras específicas, ou que excluem certas parceiras por terem características que não gostam (vários caras que não gostam de mulher gorda, ou caras que só curtem mulher gorda) estariam dentro de uma gradação da orientação, tem alguma coisa a ver com a orientação, ou é só questão de gosto, como gostar de sorvete de chocolate ou de morango? (muitas vezes uma forma de se resumir a orientação sexual, mas que não é bem assim)

Off: Depois do Kinn falar disso: Sampaio, seria possível falar mais sobre isso de lavagem cerebral? Sempre me pareceu um pouco como teoria da conspiração

Offline kinn

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #10 Online: Março 10, 2013, 11:55:38 pm »
Não não é teoria da conspiração. Mas é algo que normalmente não se mantém fora de um ambiente controlado.
E sua observação foi pobre ao argumentar minha argumentação pobre, Barão.

Não pode jamais comparar algo como moda, gosto pessoal, pressão social (o que leva muitas pessoas a alisar os cabelos ao invés de aceitá-los e ver beleza como são - não se engane que isso é uma forma de repressão e racismo, não é tão simples assim) com inadequação da identidade sexual.

Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. E muitos dos exemplos que você deu contém uma série de fatores onde a imposição sutil destas coisas vai além de cunho estético ou moda. Tem a ver com o que é instituído como desejável normativo e é uma forma velada de preconceito racismo ou coisa que o valha e não é percebido pelas pessoas que o praticam e (às vezes) nem pelas pessoas que fomentam-no.
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Offline Barão

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #11 Online: Março 11, 2013, 12:02:54 am »
NADA do que eu falei é moda ou pelo menos eu não era nisso que pensei quando escolhi estas opções. Foram justamente opções difíceis. Porque eu não as considero racismo, no sentido de crime. Nem que deveriam ser proibidas, na verdade, todas são legais e "corriqueiras". Porque quem tem o cabelo liso deve mantê-lo liso e não enrolá-lo? Pelo motivo de ser natural?

Eu estou querendo questioná-lo Kinn, não para agredi-lo ou coisa do tipo, apenas para tentar entender seu ponto; até onde vai objetivamente querer uma sociedade mais justa ou tem um quê de "religião"...

Offline Agnelo

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  • O que se escreve num campo desses?
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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #12 Online: Março 11, 2013, 09:28:56 am »
- Pelas razões já expostas, temos fortes motivos para acreditar que sempre existirão pessoas homossexuais ou no mínimo com fortes desejos homossexuais.
- Se a homossexualidade por si só não gera sofrimento, a principal causa do sofrimento com a condição homossexual é justamente a injustificada condenação da qual é alvo.
- Ao legitimar a terapia de reorientação sexual, mesmo se aliviarmos o sofrimento do nosso paciente, estaríamos contribuindo para a manutenção das convicções que condenam injustificadamente a homossexualidade e, consequente, produzem grande sofrimento em tantos outros homossexuais que existem ou ainda existirão. Estaríamos optando por consentir com aquilo que causa tanto sofrimento e suprimindo aquilo que é natural. Alimentaríamos o ciclo de sofrimento sendo que podemos contribuir para seu fim.


Eu acho que isso aqui resume bem o assunto todo. É, sinceramente, pouco relevante saber se o homossexualismo é genético, ambiental ou opção. Se é ou não possível mudar isso.

A questão é, porque diabos perdemos tento nos preocupando com isso quando o que uma pessoa faz com outra, seja que for, sob consentimento só diz respeito a ela?

Excelente texto Sampaio, esse vale a pena indicar pra que ainda não entendeu o assunto.



Isso posto, eu gosto de ver tu participando aqui, acho que tu é bem recebido por aqui. Queria saber o que tem que ser feito pra aliviar a mágoa que tu tá guardando da gente.
Eu amo você. Tenho orgulho de você. Você trouxe à sua mãe e a mim mais alegria do que eu achei que houvesse. Seja bom pra ela e cuide bem dela.

Seja um dos mocinhos. Você tem que ser como John Wayne: Não aguente merda de nenhum idiota e julgue as pessoas pelo que elas são, não pela aparência.

E faça a coisa certa. Você tem que ser um dos mocinhos: Porque já existem Bandidos demais.

Offline VA

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #13 Online: Março 11, 2013, 10:42:12 am »
O que eu mais gostei no texto foi a parte em que você diz que ninguém nasce homossexual, mas ninguém nasce heterossexual, também. Muito bem colocado.

Offline Sampaio

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #14 Online: Março 12, 2013, 10:48:36 pm »
Desculpem pela demora.

Barão e kinn:

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Mas e se for uma espécie de lavagem cerebral?

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Off: Depois do Kinn falar disso: Sampaio, seria possível falar mais sobre isso de lavagem cerebral? Sempre me pareceu um pouco como teoria da conspiração

Na verdade, é um pouco teoria da conspiração sim. Depende do que entende por "lavagem cerebral", já que este conceito é apenas popular e não existe na Psicologia ou na Neurociência. O que geralmente se pensa quando se fala em "lavagem cerebral" é alguém modificando totalmente um outro alguém contra sua vontade. Ou, como parece ser o que o kinn quer dizer, quando alguém altera os comportamentos de uma pessoa, mas esta continua sendo, "no fundo", a mesma pessoa (se quis dizer alguma outra coisa, me explique melhor).

No primeiro caso, isso realmente pode ocorrer, mas é bem mais complicado do que a maioria imagina. A maneira mais fácil de fazer isso é através de um procedimento chamado emparelhamento de estímulos, que é o que fazem com o Alex no Laranja Mecânica. Grosso modo, você associa algo que antes a pessoa gostava a algo muito desprazeroso, fazendo com que ela passe ´também a ter aversão àquela coisa que antes gostava, por mais que ela queira não ter essa aversão. Uma ilustração simples e verídica disso é o experimento que ficou conhecido como "Pequeno Albert":



(há várias informações equivocadas ou simplificadas no vídeo, mas mostra trechos do experimento)

Neste, o psicólogo John Watson colocou um bebê (Albert) diante de ratinhos, outros animais peludos e ursinhos de pelúcia e observou que o bebê não demonstrava medo ou incômodo com ele. Depois, passou a, sempre que o bebê entrava em contato com algo peludo, disparar um som muito alto e muito desagradável, que incomodava muito o bebê o fazia chorar. Após feito isso sistematicamente, observou que bastava a presença de qualquer coisa peluda para que o bebê já chorasse, gritasse, sentisse medo.
O mesmo pode ser feito com adultos e, caso seja feito, não há, comprovadamente, absolutamente nada que você possa fazer para impedir seu organismo de responder com reações de medo, repulsa, náusea, etc., àquilo que ficou emparelhado com a coisa aversiva.

O emparelhamento de estímulos não necessariamente este procedimento condenável, mas também pode ser e é usado para acabar com fobias, transtornos ansiosos, alguns casos de depressão, etc. O mesmo princípio básico, mas feito de outra forma, para outros fins.


Sobre o segundo caso, da pessoa ainda "no fundo" ser homossexual, é algo complicado, porque envolve a crença em algo como "essência" do ser humano. Não existe a mínima possibilidade disso existir. Como disse no texto, você é fruto de sua filogênese (seu organismo biológico, como você nasce) com sua ontogênese (suas experiências ao longo da vida). Se o cara diz não ter mais desejos homossexuais, não tem mais atos homossexuais e não se considera homossexual, o que nos permite dizer que, no fundo, ele ainda o é? Como exemplifiquei para outra pessoa, fica algo como:

- Não, você ainda é gay, morre de vontade, mas tá aí se iludindo.
- Não tô não, cara. Tô de boa. Agora realmente curto o sexo oposto tá muito bom meu casamento, inclusive.
- Não tá não, você está sofrendo por dentro! SOFRENDO, sufocado!
- Não tô. Estou me sentindo bem.
- SOFRENDO! SOFREEENDOOO!

Não faz sentido.  Estaríamos supondo que sabemos mais sobre como ele se sente do que ele mesmo.

Daí você pode ESPECULAR que estes na verdade sempre foram bissexuais e por isso conseguiram essa transição ou que estes não eram "homossexuais de verdade", mas apenas devido a algo como no caso analisado por Freud. Mas aí você cai em uma falácia lógica conhecida como falácia do Escocês de Verdade:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Expuls%C3%A3o_do_Grupo

Para piorar, mesmo que queiramos muito que isso seja verdade, não temos dados para sustentar essa afirmativa.

Meu ponto ao longo do texto foi mostrar justamente que isso não é importante. Mesmo as terapias de reorientação sexual sendo possíveis, não há porquê ela ser feita, ao faze-la estamos contribuindo para o sofrimento alheio e, adicionalmente, existe grande chance de ter consequências desastrosas ao paciente.


Citar
Não querendo fazer papel de advogado do diabo, mas essa foi a parte menos relevante do texto.

Concordo, e sua colocação foi perfeita. O limiar entre o natural ou não e se devemos nos ajustas às exigências alheias realmente é tênue.


Agnelo: antes de tudo, obrigado pelos elogios. Valem muito.

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Isso posto, eu gosto de ver tu participando aqui, acho que tu é bem recebido por aqui. Queria saber o que tem que ser feito pra aliviar a mágoa que tu tá guardando da gente.

Sem querer tornar isso um momento Casos de Família, mas já tornando... Eu realmente fiquei bastante desanimado com a Spell após o embate no qual defendi uma postura menos "ursinhos carinhosos", como chamei, e acabei retirado da supervisão. Fingi que não me importei, mas fiquei chateado, tal qual qualquer outro (como o Gilnei), após sentir que enfrentou muita coisa para tentar melhorar a Spell e esteve firme desde sempre, se sentiria se fosse expulso pelos demais.

Hoje isso me afeta pouco, sinceramente. Porque acabou que fui tomado pela minha vida pessoal e profissional e arrumei outros locais e outros debates virtuais que me atraiam mais. Mas de vez em quando eu venho, cara. Não tenho problema nenhum com vocês, pelo contrário, amo muito isso aqui. Quando entrei na Spell eu já escrevia, lia muito, estudava Filosofia, etc., mas mesmo assim, não tenho a menor dúvida de que aqui foi importante em minha formação. Aprendi a escrever melhor, argumentar melhor, entrar em contato com outras coisas, et cetera. Se um dia eu fosse escrever uma autobiografia, certamente iria mencionar a Spell nela.  <3

Mas é isso, hoje tô sumido principalmente por passar meu tempo livre debatendo outras coisas, escrevendo artigos, preparando palestras. Já procrastino demais pra me deixar ser sugado pelo (delicioso) buraco negro spelliano.
« Última modificação: Março 12, 2013, 10:52:30 pm por Sampaio »