O ponto é que nossa criação nos incutiu um monte de visões de mundo machistas. Se nós vamos contra essa tendência é só porque fazemos um esforço consciente pra prestar atenção nisso. Com toda a certeza o meu eu de 10 anos atrás era muito mais um reflexo dessas visões do que eu sou agora.
No último século nós passamos por muitas mudanças na sociedade e a alteração do papel da mulher na mesma é uma das coisas mais drásticas. Não vejo problema nessa alteração, só que vc mesmo pode demonstrar que as brincadeiras de infância não são determinantes para a pessoa que vc virá a se desenvolver.
Você está com um pensamento muito 8 ou 80.
"Ou brincar com arminha transforma o menino num Jair Bolsonaro, ou as brincadeiras não têm efeito nenhum no desenvolvimento da criança".
Deixa disso. Abre a cabeça. Te fechando pro diálogo dessa forma, só você sai perdendo.
Além disso, o foco do texto citado nem é em dizer com o que os meninos não devem brincar, e sim em defender que as meninas não devem ser obrigadas a brincar de "mamãe mirim" e "estagiária de empregada doméstica", e que se é pra brincar de cuidar de filhos ou limpar a casa, que os meninos sejam igualmente incentivados a fazer isso.
E eu já falei - tá até ali no quote - mas vou repetir pra enfatizar: eu tive uma criação machista e isso me tornou sim uma pessoa muito machista. Se hoje eu já não sou mais tanto, é só porque faço esforço constante pra evitar atitudes machistas.
Se exste algo que reforça muito masi o papel submisso das mulheres são as religiões, vide o vídeo do youtube sobre as Mulheres diante do Trono. As brincadeiras são simplesmente brincadeiras.
Mas uma coisa não elimina a outra. Aliás, hoje mesmo vi um post denunciando uma página religiosa que fala como se fosse um absurdo as meninas poderem ganhar brinquedos "masculinos". Se fosse algo que não faz diferença nenhuma, por que os bitolados se incomodariam?
O que te faz acreditar que um menino não vai se divertir brincando com isso? São brinquedos. Só o teu preconceito (provavelmente dando continuidade ao preconceito dos seus pais?) te faz acreditar que não.
Não é preconceito. Meu ponto contrário ao Sakamoto é de dizer que um menino que brincou de bonecas não será machista/violento. Esse maldito salto lógico que não existe prova nenhuma de que é remotamente verdadeiro. E outra por que não perguntar que tipo de brinquedos a criança gosta e dar um nessa linha ?
Você está se apegando a detalhes idiotas. Se a criança não gostar do presente, não gostou. Vai dizer que você nunca ganhou um brinquedo de parentes que acabou não querendo?
E novamente você vem com essa mentalidade binária de "se brincar com uma boneca nunca vai ser machista, pirilipimpim!". Larga mão disso, não é o que ninguém tá falando.
Nossa composição genética mudou praticamente nada nos últimos milhares de anos. Nossas formas de nos comportarmos em sociedade mudou enormemente nos últimos séculos, pra não dizer nas últimas décadas, e mesmo em um dado momento isolado no tempo tem diferenças enormes de um ponto geográfico a outro.
Discordo. Nossa sociedade vem experimentando um periodo sim de grande mudanças no último século. As mulheres começaram a ter mais liberdades a poucas décadas então realmente não consigo ver muito como alguém pode decretar com a máxima certeza que o que mais diferente entre os gêneros é cultural.
Você está dizendo que até 1900 a nossa cultura e forma de viver em sociedade não mudou nada?
Serinho mesmo? E está dizendo que no globo inteiro, todos os povos se organizam em sociedade do mesmo jeito, e com as mesmas expectativas de gênero?
Ou você está dizendo isso, ou não leu o que eu escrevi.
E ninguém está tentando "limitar uma forma de organização familiar", de novo é algo que só você está vendo.
Calma proibir que propagandas mostrem determinada organização familiar não cria limitações para essa??? Qual seria sua opinião se o que proibido fosse um casal homossexual de aparecer nas propagandas, ou uma mulher que sustenta a casa e o marido fica em casa?
Não cria limitação alguma. As propagandas são uma gota no oceano, considerando que esses padrões familiares são passados, bingo, dentro da própria família.
O problema é mostrarem apenas isso, como se fosse a única alternativa de família possível. Pai trabalhando, mãe em casa parindo.
Mas eu entendo a discordância com a proibição. Não
me incomoda, do mesmo jeito que não choro pela morte da liberdade de expressão quando proíbem propagandas de cigarros, mas entendo teu ponto de vista.