Não sei. Não curto muito Stephen King. Nunca li nada inteiro dele, mas se for igual os filmes eu prefiro passar longe.
Esses dias terminei de ler A Estrada, do Cormac Mccarthy, que virou filme estrelado pelo Viggo Mortensen. Já ouvi falar muito bem do filme, mas nunca assisti. O livro é legal. A tradução é uma das mais medonhas que já vi na vida. Sério. Tem trechos em que simplesmente não faz sentido o que está escrito ali. Mesmo assim, a impressão que eu tive é que ler o Mccarthy no original deve ser uma experiência muito mais recompensadora. Dizem que o Meridiano de Sangue é uma das grandes obras aí do idioma inglês, do século XX. O Moby Dick do século e tal. Mas só li esse, que é legal. Não é grande coisa. A história se passa num cenário pós-apocalíptico (e eu diria que é o pós-apocalipse- mais pós-apocalipse, mais sério, que já vi na vida). O que gostei é que não é explicado o que aconteceu. O mundo simplesmente queimou. Acabou toda a comida, todas as plantações, todos os animais morreram. Nesse ambiente um pai e um filho tentam sobreviver, e o pai tenta convencer o filho de que vale a pena continuarem vivos, ao mesmo tempo em que tenta transmitir noções rudimentares tanto de humanidade quanto sobre um mundo que existia antes, ou que existe em sonhos. Noções, por exemplo, de cor, já que o mundo é cinza. Se o livro serve de metáfora pra alguma condição humana eu não sei, mas eu gostei da caracterização do ambiente e dos outros personagens que eles encontram nesse caminho que percorrem.
Hoje terminei de ler o primeiro livro da Clarice Lispector que já vi na vida. Água-viva. Gostei, mas não sei se teria paciência pra ler muitas outras coisas dela. São 100 páginas dela falando, com muita beleza, sobre si mesma. Não sou o maior fã do mundo dessa literatura que se alimenta das epifanias e da profundidade do cotidiano, das tentativas (aparentemente sempre frustradas) de se captar o instante em que o Ser se funde com a linguagem. O livro todo é ela tentando expresar uma coisa inexprimível. Um cão perseguindo o próprio rabo. E a fritação fica nisso por 100 páginas. São poucas páginas, mas me exigiu certo fôlego. Enfim, não é muito a minha brisa do momento, mas é um bom livro.
Tô pra começar 100 Anos de Solidão.