Outro problema é que (e não estou falando do kinn) seus defensores invariavelmente não falam de outra coisa. Essa ideia do mito do herói é acomodadora, simplista demais e acaba gerando uma preguiça de pensar que chega a doer, visto o George Lucas simplesmente seguindo a receita para criar um produto medíocre que os fãs não pensam duas vezes antes de babar e dizer "MAS TEM ESTRUTURA MITOLÓGICA1!!11!".
Bom, apesar de meu entusiasmo, não sou cego e sei porque li quase todos os livros de campbell que a beleza dos mitos e sua interpretação e até mesmo formato da jornada varia muito. Sou contra essa preguiça que você cita e acima de tudo, sei que há outros meios de contar uma história além da jornada, que serve melhor para modelos de contos épicos.
Contos de fadas também tem elementos fantásticos de serem analisados e passam longe da estrutura mitológica. O último livro que comprei era sobre análise do ânima e animus nos contos de fadas. Me interessei particularmente em entender as representações do feminino, coisa que Campbell falava saber pouco porque os mitos eram escritos e compilados por homens, então, o que nos restou ressalta acima de tudo um formato de histórias que se reflete na psiquê masculina.
Coube aos Contos da Mamãe Gansa e uma compiladora cujo nome esqueci, mostrar estes contos diferenciados que trazem estas outras facetas de como funcionam estas histórias que considero quintessenciais à nosso processo mental. Não acho que elas sejam muito diferente dos mitos porque possuem em alguns casos elementos similares.
Mas voltemos à programação normal. Faz tempo que li um livro literário e um que gosto de recomendar é "Os irmãos Karamazov". Doistoievsky escreve muito bem.