Eu não consigo evitar lembrar de todas as vezes que meus alunos branquinhos que pagam 2 mil reais por mês na escola ficam tentando me convencer de que as minorias exageram nas reações às "brincadeiras", sei lá. Pode ser falacioso, mas não dá para ignorar que existe e é comuníssimo.
Ao menos na minha opinião, nem tanto alhos e nem tanto bugalhos.
Eu realmente acredito que há uma possibilidade de piadas regionais e de outras características sem ficar enquadrando tudo como bullying. Ao menos na sociedade em que eu vivo e vivi toda vida. Claro que em alguns casos não é fácil diferenciar. Além do quê, sempre vejo com péssimos olhos esse monte de apelo ao coitadismo que surgiu principalmente com a popularização da internet.
Mas o caso de negros como macacos é algo controverso: jogando bola aqui, um cara que era negro levou o filho dele junto. O filho dele estava trepando nas motos e correndo o risco de cair, e o pai disse para ele sair dali. Eis que outro responde: não se preocupe, ele é um macaquinho. O pai: "Eu ouvi isso hein?" e caíram na risada.
Mas eu acho que é possível e ao menos na minha realidade, bem comum e não vejo tantos problemas por essa causa. Mas uma curiosidade que eu vivi, é que essa busca pelo politicamente correto é muito mais forte e muito mais comum nas grandes cidades do que nas pequenas.
Outro poderia se ofender. No caso deles, caíram na risada e depois ele mesmo tirou sarro do cara anterior por causa do nariz dele, que era grande. Fica aquela: podar tudo? Ou deixar caras que se divertem com suas bobagens? No fim, em minha visão, a velha solução: bom senso.
Quanto ao ad hominen
Depende muito dele. Querendo ou não, nosso discurso faz parte de nós mesmos e de nossas visões como pessoa. Resumidamente, não faz sentido algum os argumentos de uma grande palestra sobre a paz mundial sendo ministrada pelo engenheiro-chefe da bomba atômica para fins militares. A linguagem não é um meio exato e plenamente livre de coisas duvidosas, ou seja, a palestra do sujeito poderia muito bem (e possivelmente seria para a maior parte) interpretada como ironia.