Em primeiro lugar, nunca quis discutir isso no campo jurídico, se isso descambou para este lado, peço desculpas. Por isso não entro em coisas como capacidade civil ou titular de direitos. Cometi um erro ao colocar "destinatário da norma" pois passou a ideia que eu estava falando em termos jurídicos, o que, repito, nunca foi minha intenção.
Minha intenção sempre foi: demonstrar o que É um direito.
O Iuri afirma que dizemos que só humanos podem ter direitos pois só eles são humanos (insira foto do Obama aqui). Desta forma, percebo que passei muito mal meus argumentos.
Vou tentar rearranjar meus argumentos pra ver se agora consigo passar meu ponto.
1. A Lei (em sentindo amplo) foi criada para resolver conflitos entre os homens, evoluindo para resolução de conflitos entre vontades.
2. Neste contexto - resolução de conflitos entre vontades - foram criados direitos.
Ter direito a algo exprime mais do que uma simples proteção, vai além disso.
Ter direito é uma proteção, uma faculdade e, em contrapartida, um dever. Assim, faz-se necessário consciência.
Assim, só os humanos (e empresas) tem direito, pois só eles tem o que se pode colocar como consciência.
Como qualquer regra, essa comporta exceções. Isto por que uma regra é pensada de forma geral, tendo que se acomodar no caso concreto.
O primeiro ponto que parece criar problema aqui é: por que não criarmos mais uma exceção?
As exceções existentes contemplam membros da nossa mesma espécie, alguns que irão deixar de ser exceção (recém nascidos vão crescer) ou se tornaram uma exceção com o tempo. Aqueles que sempre serão exceção ainda tem uma correlação conosco que não é semelhante a qualquer animal do nosso convívio. É uma questão de olhar para o próprio umbigo? Sim, claro. Mas toda questão humana se trata de olhar pro próprio umbigo, afinal vivemos numa sociedade antroponcetrista.
A única forma que vejo de dar direito aos animais, seria igualá-los aos humanos. Mas neste ato, todo o "pacote" de direitos estaria incluso, como direito a vida e liberdade, p.e.
A minha questão é que para mera proteção - e é disso que estamos tratando aqui - podemos muito bem usar "deveres".
Vamos pensar por um segundo: um direito para os animais só alcançaria - óbvio - o comportamento humano. Como só alcançaria o comportamento humano e não teria os atributos de "faculdade" e "dever" do dono do direito, o que se cria na verdade, é uma regra que impede o ser humano de praticar algo. Isso é dever.
Pode chamar de direito? Claro, pode chamar até de cuti-cuti my love, mas isto não o torna um direito em sua real acepção, mas sim um dever com nome bunitinho.
Quanto ao ponto dos primatas levantado pelo publicano (e acho que o Elfo já tinha falado isso) - que eles se comunicam e shit - é um ponto interessante e acho que merece um debate próprio, fora da linha de "todos os animais".