Tem vezes que leio coisas na Spell que dão a impressão de que a prática nasce da teoria.
Uma coisa que não entendo muito bem: o cara está contratando quem ele quer, com o perfil que ele deseja, para trabalhar para ele, certo? Porque seria discriminação ele recusar alguém que não está de acordo com o que ele tem em mente? Digo, se o empregador tem as suas crenças, ele é obrigado a escolher um certo tipo de pessoa para não soar discriminador?
O negócio não seria dele? Não seria ele o prejudicado por optar por alguém menos capacitado que tem as mesmas crenças dele a alguém que é mais capacitado e não tem as mesmas crenças?
E se o caso fosse contrário? O indivíduo não conseguisse o trabalho por levar em conta a Astrologia? Ainda seria discriminação, não? O empregador não estaria sendo prejudicado pelo fato de uma pessoa acreditar no que um jornal falou sobre ele não ir trabalhar em um determinado dia? (eu sei que legalmente, não é discriminação... mas gostaria de saber se valeria em si alterar a lei em conta disso).
Toda seleção é discriminatória em seu próprio termo. O diferencial está se o padrão de seleção leva em conta os aspecto científico-sociais no âmbito geográfico-cultural onde o indivíduo está contido em virtude da lei da federação para ela ser justa (e olhe que o termo justo ja é complicado). Apesar de todos sermos iguais perante a lei, na prática as seleções não levam aspectos claros para a escolha ser justa, e mesmo a lei, como dito, muda de local para local.
Portanto é complicado, para não dizer fútil analisar essa discriminação.
Mas que foi uma puta falta de sacanagem... a foi! Se desse pra ganhar, processo neles!
Agora, quanto a Astrologia ser uma ciência: Ela não o é. Não importa que no futuro ela possa o vir a ser. O fato é que ela
não o é. No multiverso de possibilidades, se considerarmos as infinitas ocorrências qualquer coisa será possível. Portanto a discussão só é passível quando vinculado a nossa realidade atual. Se ela vir a se modernizar e agregar fatos comprobatórios, poderíamos reavaliar. Não há dado algum que comprove os Astros delimitando o destino e a personalidade dos humanos. A força gravitacional dos astros não influencia a Terra na mesma proporção que a própria Terra, a Lua e o Sol nos influenciam (não há marés causadas pela aproximação de Netuno). E estes têm ainda menos peso quando comparado com todo o aspecto antropológico e social que o ser humano está inserido. Acredito que seria mais útil estudarem antropologia e sociologia que a astronomia no destino dos homens.
Só não me atenho a falar de religião, e somos mais resguardados nisso, pois a religião afeta um aspecto fundamental para a psique do ser humano: a morte. Por isso respeitamos mais ela que a Astrologia. Contestar a Astrologia não é condenar alguém à falta de uma vida pós-morte.