Autor Tópico: A impressão de que o que vemos não é a realidade  (Lida 1405 vezes)

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A impressão de que o que vemos não é a realidade
« Online: Outubro 06, 2013, 10:35:08 pm »
Esses dias me deparei com esse vídeo aqui:



E me pus a pensar em quão recorrente é este tema na cultura humana, da religião à arte. Acreditar que este mundo não passa de uma ilusão e de que o mundo real está escondido, ou em outro lugar, é um princípio comum no gnosticismo. Os filmes mais famosos que abordam o tema são Matrix e O Homem que incomoda. No RPG há inúmeros cenários: Call of Cthulhu, qualquer um da WoD... No mundo da literatura esse tema também é abundante.

O interessante do vídeo é ver um cara aparentemente lúcido explorando o tema com seriedade a partir de suas experiências. Quem conhece a vida dele sabe que ele tinha motivos de sobra pra acreditar na própria loucura, caso estivesse louco. O que me parece comum aos loucos é um certo egocentrismo em relação do mundo e uma convicção que torna quase impossível convencê-los do contrário, além do apego às coincidências.

O que vocês acham?

Re:A impressão de que o que vemos não é a realidade
« Resposta #1 Online: Outubro 07, 2013, 08:04:29 pm »
Platão manda lembranças.

Offline MaNdRaK

  • Num sabia que dava pra trocar o nome!
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Re:A impressão de que o que vemos não é a realidade
« Resposta #2 Online: Outubro 07, 2013, 09:08:37 pm »
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O interessante do vídeo é ver um cara aparentemente lúcido explorando o tema com seriedade a partir de suas experiências. Quem conhece a vida dele sabe que ele tinha motivos de sobra pra acreditar na própria loucura, caso estivesse louco. O que me parece comum aos loucos é um certo egocentrismo em relação do mundo e uma convicção que torna quase impossível convencê-los do contrário, além do apego às coincidências.

O que vocês acham?

Existe um conceito em psicologia chamado de Certeza Psicótica. Eu não sei explicar direito, mas a minha mulher é psicóloga e a gente já conversou várias vezes sobre essas coisas.

Procurei no nosso amigo google e achei um trecho interessante que traz um pouco disso.

Citar
O psicótico não supõe o saber ao outro, ele tem uma certeza, o psicótico é um sujeito de certeza, o
psicótico não está aberto à significação fálica, não duvida de nada. A metáfora delirante é uma
tentativa de dar sentido ao que está fora do sentido, por isso existem as construções delirantes que
no entanto, no seu limite, têm um ponto nodal, que é fora do sentido.

Minha mulher vive repetindo que "psicótico não faz metáfora" e é verdade. Teve paciente dela que "pagava as coisas com aquele liquido que saia do corpo" (ou seja, o suor do trabalho dele), mas pra ele, era EXATAMENTE isso que tava acontecendo. Sei la, tem um milhão de histórias dos pacientes dela que ela me contou, eu é que não lembro de outros exemplos.
 
Isso tem a ver com o fato de o psicótico e o mundo serem um só. Parece esquisito, mas na teoria do Freud (acho), o psicótico não é castrado. Então essa certeza traduz um pouco disso. Ele sabe que aquelas besteiras que ele ta falando são verdades por que o mundo e ele são um só. Sei la, é como se alguém virasse pra vc na rua e dissesse "cara, esses sapatos que vc ta usando são meus". Na sua cabeça, vc sabe que são seus na verdade e sabe que vc os colocou antes de sair de casa e tudo mais até aquele momento, até aquela construção da verdade ali. Pro psicótico, aquelas construções loucas de fulano é do FBI, me persegue e etc, normalmente convergem pra explicar outras loucuras também.

Aqueles esquizofrênicos que conseguem viver em paz entre a gente, normalmente são inteligentes o suficiente para amarrar as loucuras deles com religião/ciência/esoterismo o suficiente para separar isso do resto do mundo. Um dos casos famosos é o do Nash, do filme "uma mente brilhante".

ps: Ahhh, ela disse que esse trecho de texto ai ta uma bosta, que o cara nao falou direito. Mas ta aqui a fonte oh: http://www.marciopeter.com.br/links2/ensino/feminilidade/04_sobre_psicose.pdf