Autor Tópico: 180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões  (Lida 11676 vezes)

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Offline Malena Mordekai

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Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #30 Online: Dezembro 06, 2011, 12:42:40 pm »
Como ex-espírita, essas frases me dão vergonha:

"A vida é um bem primordial. A ciência já comprovou isso. Vamos lutar para que isso seja garantido no Brasil e no mundo"
 Luiz Bassuma (PT-BA)

"A ciência está do nosso lado, pois a genética diz que a concepção acontece no primeiro minuto, a partir daí já é uma vida e vamos fazer de tudo para que ela seja respeitada", defende o deputado Luiz Bassuma (PT-BA). Questionado sobre a proibição de congelamento de embriões in vitro, o deputado é enfático: "As mulheres que adotem. A resposta para quem não consegue ter filhos é adoção. Estamos sendo pioneiros, o mundo inteiro ainda vai rever essas permissões que se dizem científicas e são contra a vida", diz ele.
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Offline Malena Mordekai

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Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #31 Online: Dezembro 06, 2011, 01:10:46 pm »
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Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #32 Online: Dezembro 06, 2011, 01:36:22 pm »
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Como ex-espírita, essas frases me dão vergonha:

Pessoalmente, eu acho que a definição menos boba de vida humana é aquela que envolve a fusão de gametas e formação do zigoto mesmo. Arbitrária? Sure as Hell. Mas assim também são as que envolvem a implantação no útero materno, o desenvolvimento do sistema nervoso, a senciência, a capacidade de se manter vivo após o parto, a capacidade de ser autoconsciente ou mesmo a de andar.

Contudo, uma confusão que sempre se faz é entre pessoalidade (envolve senciência, consciência, personalidade única e geralmente o atributo especiesista de ser da espécie humana) e vida. Deve-se proteger qualquer forma de vida humana, ou só aquelas que apresentam pessoalidade? E caso haja pessoalidade sem vida humana, o que fazer?

Offline KYU

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Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #33 Online: Dezembro 06, 2011, 01:45:14 pm »
Adoro como o documentário só pega pessoas com uma opinião muito superficial sobre o assunto.

Fora isso, é impressionante ver como é comum culparem Hitler de todo o Nazismo. Da massa que ele entrevista pode até ser, mas se ele presta a fazer um documentário que aborda essas questões, devia ao menos estudar melhor sobre o que foi o Nazismo.

No momento em que ele pergunta se matariam Hitler isso fica bem evidente. A resposta sensata é "não". Hitler não fez o Holocausto, o Nazismo fez. Sem ou com Hitler a Alemanha passaria por tudo que passou. Eles procuraram alguém a se culpar, os judeus, assim como nós o fazemos agora com Hitler.

Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #34 Online: Dezembro 06, 2011, 01:49:10 pm »
Sim, o vídeo é um grande Reductio ad Hitlerum.

Offline Malena Mordekai

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Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #35 Online: Dezembro 06, 2011, 01:57:12 pm »
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Como ex-espírita, essas frases me dão vergonha:

Pessoalmente, eu acho que a definição menos boba de vida humana é aquela que envolve a fusão de gametas e formação do zigoto mesmo. Arbitrária? Sure as Hell. Mas assim também são as que envolvem a implantação no útero materno, o desenvolvimento do sistema nervoso, a senciência, a capacidade de se manter vivo após o parto, a capacidade de ser autoconsciente ou mesmo a de andar.

Contudo, uma confusão que sempre se faz é entre pessoalidade (envolve senciência, consciência, personalidade única e geralmente o atributo especiesista de ser da espécie humana) e vida. Deve-se proteger qualquer forma de vida humana, ou só aquelas que apresentam pessoalidade? E caso haja pessoalidade sem vida humana, o que fazer?

O que me incomoda nessas frases é que elas são demagógicas, visando conservar o curral eleitoral espírita baiano.

"A vida é um bem primordial". Olha vejam só, que frase mais... vazia!! Parece mesmo coisa de político populista, "prometo água limpa para todos".
"Permissões que se dizem científicas e são contra a vida", também. A experimentação com células tronco requer esse tipo de coisa, então nada disso é ciência? Com que autoridade ele fala isso?

E porque, se for dizer VIDA, VIDA, ora, vida existe no espermatozoide que é posto fora numa ejaculação, ora essa.
É outro tipo de conceito que deve nortear aqui, e não "vida". Alguma coisa menos inflexível e dogmática que isso, no mínimo.
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Offline Malena Mordekai

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Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #36 Online: Dezembro 06, 2011, 04:16:44 pm »
Uma amiga minha conseguiu o status dessa PL:

http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=362577

Foda que não consigo entender direito o que está acontecendo com ela. Que diabos é APENSADO?
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Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #37 Online: Dezembro 06, 2011, 04:25:16 pm »
Apensado são quando dois ou mais feitos diferentes são apensados um ao outro para serem julgados no mesmo processo, por tratarem de matérias afins. Por exemplo, os embargos de terceiro em uma ação que quer levar a leilão algum bem que não está mais na posse do executado, e sim do terceiro.

Offline Metal Sonic

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Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #38 Online: Dezembro 07, 2011, 11:40:58 am »
E a partir de qual momento um feto deixa de sê-lo e passa a ser uma pessoa? Essa é a questão de um milhão de dólares da discussão.

Pra mim, veja bem, para mim ele passa a ser uma pessoa quando ele se encontra fora do corpo da mãe e o cordão umbilical é rompido. Antes disso, para mim ele se resume a uma parte do corpo da mulher.

Alguns alegam que existe a vida quando o cérebro está totalmente formado, e outros alegam uma baboseira religiosa de "alma". Enfim, esse é um tema que vai ser sempre polêmico.
"My drill is the drill that will pierce the heavens!"

Offline Agnelo

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Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #39 Online: Dezembro 07, 2011, 11:56:23 am »
Metal, na barriga da mãe meu filho reagia a minha voz, de tal forma que no assim que nasceu reconheceu minha voz e isso foi suficiente pra fazê-lo parar acalmá-lo.

Também por isso eu mantenho minha dúvida sobre quando o cara deixa de ser uma "coisa" e vira uma "pessoa".
Eu amo você. Tenho orgulho de você. Você trouxe à sua mãe e a mim mais alegria do que eu achei que houvesse. Seja bom pra ela e cuide bem dela.

Seja um dos mocinhos. Você tem que ser como John Wayne: Não aguente merda de nenhum idiota e julgue as pessoas pelo que elas são, não pela aparência.

E faça a coisa certa. Você tem que ser um dos mocinhos: Porque já existem Bandidos demais.

Offline Malena Mordekai

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Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #40 Online: Dezembro 07, 2011, 11:59:34 am »
Minha melhor amiga foi dançarina do ventre e dançou muito enquanto estava grávida.

A criança, já nascida, ao ouvir música de dança do ventre imediatamente reagia abraçando a barriga da mãe.
E mesmo que a mãe começasse a dançar com a música o menino continuava agarrado à barriga.
Da primeira vez que isso aconteceu houve muita surpresa.
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Offline Lumine Miyavi

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Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #41 Online: Dezembro 07, 2011, 12:13:03 pm »
Seria legal uma opinião feminina nesse assunto, mas aqui fica difícil.

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Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #42 Online: Dezembro 07, 2011, 12:27:13 pm »
É difícil definir vida, e é difícil definir personalidade (o fato de que alguém é pessoa).

Por exemplo, até os 1900 (um pouco mais, talvez), as crianças eram vistas como posses dos pais, e órfãos ou crianças pobres eram usadas para sub-trabalhos (o cracked tem um artigo sobre isso, até). De fato, governos nem operavam orfanatos, sempre sendo tal incumbência associada a entidades religiosas.

Em algumas culturas, tu nem tem nome até passar em um "ritual para virar adulto" (de novo, o cracked tem um artigo sobre isso).

E na cultura romana, todos os filhos eram subjugados ao pater até que casassem e se tornassem pateri eles mesmos.

Claro, em tais culturas mulheres nem entram na equação, mas sempre tem a divisão entre "antes da primeira menstruação" (é posse do pai) e "depois" (vai ser posse do marido).

A concepção que crianças tem direitos como se pessoas fossem (direito a dignidade, saúde, educação) é relativamente nova. Agora estamos chegamos no ponto de constatar se nascituros também serão pessoas com direitos.

Até o momento o direito brasileiro dá alguma proteção para eles, mas bem inferior, sempre com a ideia de que são uma vida possível ao invés de uma vida certa.

E em algum momento vai ter que se definir se nascituros são pessoas, e a partir de qual estágio da gestação (será a partir da concepção? A partir da formação do cérebro? A partir do nascimento com vida, mantendo o status quo?) é que isso vai se operar. Essa decisão vai ter consequências posteriores, e graças a delicadeza social e religiosa envolvida, não vai ser uma decisão fácil, e talvez a que seja tomada nem seja a mais acertada.

Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #43 Online: Dezembro 07, 2011, 01:33:49 pm »
Constatei gravidez, oficialmente, com 8 semanas e neste dia vi um pontinho pulsando durante a ultrassom: era o coração de minha filha. Antes de ter um resultado num papel ou assistir ao ultrassom eu já tinha 1001 sintomas de que algo estava diferente. Minha vida mudou, meus hábitos já não eram impensados. Se havia restrição ao uso de álcool ou medicamentos era pq isso podia afetar o bebê, logo, já existe vida.
Durante a gravidez eu pratiquei Ioga (dei continuidade a um hábito que já existia), caminhei, cantei as mesmas músicas e, o mais importante, mantinha o mesmo horário para me alimentar e dormir. Lembro bem do meu lanche das 16h, de comer algo antes de dormir, às 23h e de acordar às 6h todos os dias para comer algo e voltar a dormir por mais duas horas. Ao nascer, minha filha manteve os meus horários para se alimentar, exatamente. Dormia durante a noite e às 6h da manhã ela acordava pra mamar e voltava a dormir por mais 2 horas. Isso ela levou até quase 1 ano de idade. Hoje, com quase 1 ano e meio, ao brincar, ela faz posturas de ioga que nunca ensinei!!! Sempre consegui acalmá-la e colocá-la pra dormir cantando as músicas que cantei durante a gravidez!!
Outro fato surpreendente começou acontecer após o quinto/sexto mês. Quando eu comia chocolate ou comida com azeite de dendê (sou baiana e adoro), ela mexia na barriga. Nesta fase o bebê já percebe aromas e sabores do alimento através do liquido amniótico. Aos 6 meses e meio, ainda não tinha conseguido ver o sexo, apelei para o chocolate e pasmem: Ela se mexeu e consegui ver que era uma menina!
Então, como mãe que procurou sentir cada momento, cada banho de mar ou banheira, as posições que ela gostava que eu dormisse, os alimentos que ela gostava e suas reações... eu posso afirmar com bastante convicção: a vida e a consciência começa no útero!

Re:180 graus. Vida e morte nas decisões e opiniões
« Resposta #44 Online: Dezembro 07, 2011, 11:03:43 pm »
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É difícil definir vida, e é difícil definir personalidade (o fato de que alguém é pessoa).

Yep. E isso me preocupa em certa medida.

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O que me incomoda nessas frases é que elas são demagógicas, visando conservar o curral eleitoral espírita baiano.

Bom, como políticos eleitos por essa plataforma, eu ficaria surpreso se fosse dito e feito o contrário.  :b

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É outro tipo de conceito que deve nortear aqui, e não "vida". Alguma coisa menos inflexível e dogmática que isso, no mínimo.

Penso o oposto. Se há algo que jamais deve ser relativizável e flexibilizado é a definição de vida e pessoa humana.

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Alguns alegam que existe a vida quando o cérebro está totalmente formado, e outros alegam uma baboseira religiosa de "alma". Enfim, esse é um tema que vai ser sempre polêmico.

Conforme a Tatichevalier e o Agnelo relataram, um feto durante a gravidez já é capaz de reagir a diversos estímulos e certamente possui algum grau de consciência, e isso é evidenciado não só em humanos, mas em diversos outros mamíferos (ovelhas, macacos).