No fim das contas, reforça minha opinião que máfias só funcionam com temas que tenham muitos personagens, abrindo dúvidas de quais estariam em jogo e/ou se são cidade ou máfia. Quando tem poucos personagens bons, especialmente tendo vários que são "garantidos" de ter em jogo, fica tudo muito amarrado porque tanto os mafiosos (com poucas opções de mentiras seguras) quanto os cidadãos (com medo de revelar quem tem poderes óbvios) reluta em falar seus personagens durante o dia.
Não diria só temas com muitos personagens, mas o número de jogadores tem que estar bem próximo do número de protagonistas + secundários importantes pra ser equilibrado. A jogada pra manter esse equilíbrio é só quem narra saber exatamente o que é considerado um "secundário importante".
Um exemplo pessoal, na última máfia Order of the Stick, eu sei com antecedência que os seis principais podem se revelar e ganhar inocência instantânea. Como eu resolvi isso? Roy estava morto (pelo período), Durkon é claramente o médico (logo se revelar era besteira), Vaarsuvius virava pro "lado negro" na parte final da história (tinha condicional pra virar SK) e poderia levantar desconfiança de quem conhecesse o tema. Com isso eu reduzi o número de papéis seguros de seis pra três.
Então agora a questão era confirmar que eu tinha personagens secundários suficientes para a máfia ter margem de manobra pra mentir. E eu tinha: Celia, Thanh , Niu, Isamu, Hinjo, Lien, O-Chul, Daigo, Kasumi, Oráculo, Inkyrius, Old Blind Pete, o clérigo de Loki sem nome, e em caso de necessidade, Banjo, Blackwing, e Mr. Scruffy. Isso é suficiente pra um jogo com 15-20 jogadores sem ficar extremamente óbvio.
Quando o universo é pequeno demais (Digamos... Silent Hill), nada impede os jogadores de simplesmente revelarem tudo no primeiro dia (até comendo eventuais "penalidade de revelação" pra isso), e desmascararem a máfia de forma estupidamente rápida. Se o universo é grande demais (digamos... X-men), acontece o contrário: A máfia pode mentir impunemente, e o personagem de cada um é menos relevante.
Por isso que eu digo que é responsabilidade do narrador de saber o tamanho do tema que está assumindo, e restringir o período (se o universo for muito grande) ou diminuir o número de jogadores (se for pequeno) para que fique num patamar aceitável.