Antes de mais nada, vou reforçar que o crédito pela resposta satisfatória à pergunta dos "bullets" foi graças à Lina, que foi extremamente participativa e deduziu corretamente como era a ficha da cidade. Aliás, foi hilário mafiosar com você. 10/10, would kill townies again.
Mas também tenho que comentar que, se eu fosse o narrador dessa máfia, teria considerado a pergunta do Kazack o mesmo que "citar um trecho da MP", o que é proibido no jogo. Pra mim esse tipo de metajogo vai totalmente contra o espírito da máfia, que é mentir e detectar mentiras no que é dito dentro do tópico, não em detalhes técnicos das fichas. Se estivesse narrando, ou eu deixaria bem claro que perguntar qualquer coisa sobre a MP quebra essa regra, ou daria fichas falsas completas junto com o RC falso pra máfia.
Tenho que concordar com a Noara. O papel dela era muito, muito fraco, e não passou no teste que eu sempre sugiro que um narrador faça ao montar o setup:
olhe cada papel e pense - seria divertido jogar com isso? Teria boas chances de ganhar o jogo? Nesse caso eu responderia "não" e "não".
O que a Spell tem contra independentes? Eles já se dão mal por serem anticidades que jogam sozinhos (não têm o grande benefício da máfia, que é conversar em grupo). Também não têm o benefício da cidade, que é poder ganhar o jogo mesmo tendo morrido e não precisar se preocupar com revelação ou investigações. Se é pra ter um independente em jogo,
no mínimo ele tem que ter alguns poderes foda pra se manter vivo e compensar as desvantagens. E de preferência poder vencer com a máfia ou com a cidade, embora isso não seja tão essencial. Em suma: adorei o Lezard Valeth na máfia de VP e acho que deve servir de modelo.
Sobre equilíbrio: Eu concordo que o setup estava
um pouco a favor da máfia, mas
tenho total certeza que não foi esse desequilíbrio que causou a vitória da máfia.Fato: a
maior parte dos poderes da máfia não chegou a ser usada. A Manu morreu antes de agir. As cargas de Ceifador a gente guardou até que fossem realmente necessárias pra matar o curandeiro (e no fim das contas não foi necessário). Os únicos poderes que fizeram diferença em jogo foram o envenenamento (que tinha restrições e só matou 2 pessoas porque deixaram a Malena sobreviver a 3 possíveis linchamentos, ou 4 se contar o Kinn) e a vida extra (que foi apenas o resultado idêntico a um No Lynch, e cujo efeito foi apenas encurtar o jogo, do contrário ia só se arrastar até terminar com 1 mafioso e 1 cidadão).
Se eu não tivesse sido recrutado como vampiro cedo, teria sido muito diferente. Se a Malena tivesse sido linchada antes do quarto dia, também. Se um dos
três investigadores da cidade tivesse acertado um alvo mais cedo, idem. Se a cidade tivesse pressionado mais os jogadores mais ausentes, mesma coisa. Além disso a cidade escolheu passar um dia sem linchar, o que é um pecado mortal se você me perguntar. Linchamento é um dos poucos jeitos 100% garantidos de conseguir informações verdadeiras, mesmo quando é um cidadão que morre.
O problema é que a cidade cometeu vários erros, acertou a Manu apenas por sorte, e agiu de forma totalmente previsível: se jogaram nos braços do polígrafo e focaram todos os esforços em apenas manter ele vivo... quando eu estou estrategizando na máfia, isso é tipo um presente de natal. Fica facinho prever o que os cidadãos com poderes vão fazer e montar um plano se aproveitando disso.
Mas quanto ao setup em si, eu acho sim que errar a favor da máfia não é legal. A máfia já tem a grande vantagem de se divertir mais enquanto joga. Ela aproveita mais o jogo, tem facilidade maior pra entender o setup, etc etc. Pra cidade - especialmente em jogos com mais pessoas - a margem de erro pra ainda sair vitorioso tem que ser maior.
Sobre detalhes de regras:
Achei muito estranho não avisar que a máfia tinha RCs falsos, achei que isso era sempre avisado por padrão. E qual era o detalhe que identificaria quem era RC falso?
Eu também consideraria que o guarda costas protegeria contra envenenamento, afinal é uma ação de morte (mesmo que com delay).
Achei que os efeitos dos cenários foram meio... meh. Não era possível a cidade votar pra escolher o próximo cenário, então não teve aquela interatividade que ajuda a movimentar os primeiros dias. E eu achei que você perdeu uma boa chance de usar os cenários como forma de aumentar o equilíbrio do jogo, dando uma vantagem para o lado que fosse prejudicado pelo linchamento.
O raciocínio é simples, e é o mesmo da barra de Ultra no Street Fighter 4. Ela se enche quando você apanha, e dá mais chance de você virar a mesa com um golpe ultra forte. Mesma coisa na máfia: se um cidadão for linchado, a CIDADE ganha um benefício. Se um mafioso for linchado, a máfia recebe algo pra compensar. Isso ajuda a manter o jogo mais equilibrado conforme a coisa se desenvolve, ao invés de aumentar ainda mais a vantagem do lado que se der bem com o linchamento.
Caraio. Escrevi demais e ainda faltou elaborar o que a Lina mencionou das nossas conversas sobre regras ambíguas. Talvez seja melhor fazer um tópico pra isso.