Autor Tópico: Representatividade de minorias e não tão minorias nas mesas  (Lida 3445 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Representatividade de minorias e não tão minorias nas mesas
« Online: Outubro 23, 2013, 11:49:29 pm »
Uma curiosidade que tive, baseada no que vi na comunidade de RPG de Salvador. Como é a representatividade étnica humana nos cenários de fantasia (e também modernos e sci-fi) de vocês? Aparecem personagens diferentes dos típicos caucasianos europeus ocidentais? Em que proporção? Que outras minorias aparecem (homossexuais, bissexuais, canhotos, religiões diferentes da padrão, deficientes físicos e/ou mentais, etc). Fora os humanos, o quanto aparece de raças não-humanas diferentes (desde elfos e anões a raças mais bizarras)? É comum nas mesas de fantasia de vocês aparecerem ou levarem em conta gente diferente dos povos europeus mais conhecidos?

OBS: Quero só ver o Silva responder essa, hahahahaha

Offline Heitor

  • Demagogo
    • Ver perfil
Re:Representatividade de minorias e não tão minorias nas mesas
« Resposta #1 Online: Outubro 24, 2013, 12:49:14 am »
Bom, não estou jogando ultimamente, mas tenho uns pensamentos soltos.

***

Outro dia, eu estava querendo em incluir em uns escritos meus um personagem de uma nação spartan-like, onde homens se casam com homens e as mulheres tem culturalmente apenas o papel de reprodutora; não que elas sejam tratadas como objetos ou com inferioridade, só não são passíveis de relacionamento amoroso, sendo tratadas afetivamente, no máximo, em igualdade com as parentes do homem.

O dito cujo seria um tipo de inquisidor que leva a julgamento os "pederastas", que mantém amores com mulheres às escondidas.

***

A ideia de uma espécie de metamorfos andróginos / hermafroditas também parece interessante para desenvolver.

***

Estive esboçando uma religião que prega a violência como estado natural das coisas, mas preciso amadurecer a ideia para não cair na mesmice de clérigos descerebrados viciados em brigas.

***

Bom, sempre tento incluir defeitos estéticos e falhas de caráter para deixar meus personagens mais críveis. Coisas que possam ser detestáveis por si só ou indesejáveis pela vaidade alheia. Nunca são cicatrizes estilosas nem chiliques charmosinhos.
« Última modificação: Outubro 24, 2013, 12:51:00 am por Eiroth »

Offline Ielena

  • Continue a nadar....
    • Ver perfil
Re:Representatividade de minorias e não tão minorias nas mesas
« Resposta #2 Online: Outubro 24, 2013, 01:05:58 am »
Interessante, esse tópico veio bem a calhar.

Eu tô jogando em uma mesa de Arkanun, na verdade foi uma mesa derivada do D&D que transferimos pra outro sistema.
No grupo tem nada mais nada menos que um Ladino Drogado  :bwaha: A interpretação dele é fantástica, e uma desvantagem dele é que ele é azarado e vive nuna busca constante po ervas e cogumelos. Ou seja, quando acontece dele não ir a sessão tende a ficar menos divertida kkkk
"Vão te dizer quem você é a vida toda. Você tem que revidar dizendo "não, eu sou eu!" Quer ser vista de outra forma? Faça acontecer. Se você quer mudar as coisas, corra atrás, mude elas, porque não existe fada madrinha nesse mundo".

Re:Representatividade de minorias e não tão minorias nas mesas
« Resposta #3 Online: Outubro 24, 2013, 06:40:30 am »
Os personagens humanos dos jogos de fantasia que eu mestro nunca tem raça definida - o que eu imagino significar branco/"europeu" genérico. Sexo masculino, orientação sexual hetero quase nunca relevante na história. Mulheres no grupo tendem a ser NPCs que eu incluo para completar um grupo pequeno, às vezes.

Meu jogo moderno tem uma variedade maior - um finlandês louro nórdico, um alemão descendente de árabes/egípcios, e um norte-coreano com um pouco de sangue chinês. Nenhuma preferência sexual confirmada, mas devido a certos acontecimentos na campanha o coreano não deve ser homossexual nem assexual (ou não teria sido afetado).
Eu deveria postar isso no Diário de Campanha, mas tem a chance do grupo incluir um personagem africano ou afro-brasileiro, e/ou uma mulher persa.

Tem também duas campanhas solo modernas: dois personagens brasileiros, um vivendo em Londres, outro atualmente nos EUA.
« Última modificação: Outubro 24, 2013, 09:27:20 am por Khalim »

Re:Representatividade de minorias e não tão minorias nas mesas
« Resposta #4 Online: Outubro 24, 2013, 09:38:12 am »
Já joguei com um mestre pálido que era um spoof do Barão Samedi.



E outra com um guerreiro/clérigo que era inspirado em um árabe.

Normalmente, como eu mestrava em Greyhawk, acabava usando as etnias do cenário também - os romano-germânicos Oeridianos, os árabes Bakluni, os ciganos Rheneé, os maoris/celtas/iroquois Flaan e os "melnibóanos"/nórdicos Suuloises, além dos mezoamericanos Olman e os africanos Touv. Normalmente isso não tinha muito impacto na mesa de jogo a não ser para fins de descrição do feeling - por exemplo, uma campanha na terra dos bárbaros suloises tinha muita inspiração na fantasia nórdica. Não era algo que entrava em mesa com frequência, até por que a Flanaess moderna é um lugar bem miscigenado.
Havia exceções quando algum grupo purista aparecia na trama, como uma campanha em Rel Astra onde havia presença da Irmandade Escarlate, uma nação purista e escravocrata de suuloises.

As outras raças também tinham suas diferenças, mesmo que as sub-raças só fossem separadas em fluff. Por exemplo, em uma aventura o grupo encontrou anões das montanhas (ou das profundezas, não lembro direito), que não consideravam o anão das colinas guerreiro do grupo como um par.

Resumindo, só esses pequenas coisas que dão uma pitada de variedade às aventuras apareciam.

Quanto à orientação sexual, uma vez fiz uma aventura onde havia um casal de lésbicas. Uma delas era a antagonista e a outra era quem tinha dado a missão de pará-la mas trazê-la com vida. Quanto a deficiência física, só lembro de um ferreiro lendário (e hermitão, por que clichê) que o grupo teve que encontrar para restaurar o macguffin que ia permitir eles matarem o guardião de algum artefato ou whatever, que era maneta, caolho, coxo e meio-orc. E imortal.

Re:Representatividade de minorias e não tão minorias nas mesas
« Resposta #5 Online: Outubro 28, 2013, 12:45:34 am »
Enfim vou responder nesse tópico. Um dos meus primeiros personagens era um ranger/guerreiro/dervixe negro, com dreadlocks e tudo mais, vindo do deserto de Anauroch (eu sei, o povo de lá é mais beduíno, mas na época pouco sabia de Forgotten Realms e o mestre que me indicou pra ser daquele local). Foi um personagem ainda muito sem sal em termos interpretativos pq eu ainda estava aprendendo a jogar, durante quase 1 ano de campanha.


Como narrador admito que minha campanha de 3.5 ainda era totalmente eurocêntrica e mesmo a de 4e ainda foi muito eurocêntrica, com apenas alguns NPCs secundários sendo humanos não-europeus, mas coisa de bem poucos mesmo.

Meio que nesse departamento estou me redimindo com as mesas de supers que andei narrando online e presencialmente. Houveram dois personagens negros e agora numa mesa solo um filipino do lado dos PCs. Os NPCs inimigos em geral, mesmo sendo ainda quase todos europeus, são de países menos explorados ou comuns, tipo Croácia, ROmênia, Sérvia, Estônia e outros, além de numa das mesas o grupo ter convertido pro lado deles um garoto palestino (com poder de criar um monstro de energia semi-translucido de 3,5 metros de altura).

Quanto a sexualidade, ainda explorei muito pouco isso. Cometi na mesa de 4e o erro de fazer aquele gay estereotipado tosco. A única "graça" é que era uma dupla de um eladrin e um tiefling e "inusitadamente" o tiefling era o gay, parecendo um parente mais sinistro do Ele das Meninas Super Poderosas (só que visualmente parecendo mais integrante de banda de Glam Rock). Cheguei a cogitar que um mago NPC bem figurante também fosse gay, mas algo não caricato e mais realista, sendo só um detalhe mesmo pra compor personagem.

Em dois cenários de fantasia que bolei e ainda estão incompletos pra caramba, pensei nessa questão de inclusão racial humana. O primeiro, mais baseado em Antigüidade, tem no continente principal humanos caucasianos brancos, escuros e asiáticos, enquanto no continente do sul estão os negros e equivalente a egípicios, sumérios e persas.

E no outro cenário, que comecei a pensar nesses dias, pensei num mundo plano de bordas montanhosas cujo centro é uma árvore gigantesca. Um mundo de selvas e cujos habitantes humanos seriam apenas ameríndios, negros e asiáticos de pele escura (tipo cambojanos, indonésios, filipinos e no máximo de claridade algo como os vietnamitas e as minorias daquele país). Nesse mundo haveriam civilizações humanas desde tribos a grandes civilizações equivalentes aos Khmer ou aos maias, incas e astecas, dentre outros povos.

Ainda não coloquei em mesa ou cenário nenhum deformado realista ou deficiente mental.

Offline Heitor

  • Demagogo
    • Ver perfil
Re:Representatividade de minorias e não tão minorias nas mesas
« Resposta #6 Online: Outubro 28, 2013, 02:41:40 pm »
Citar
E no outro cenário, que comecei a pensar nesses dias, pensei num mundo plano de bordas montanhosas cujo centro é uma árvore gigantesca. Um mundo de selvas e cujos habitantes humanos seriam apenas ameríndios, negros e asiáticos de pele escura (tipo cambojanos, indonésios, filipinos e no máximo de claridade algo como os vietnamitas e as minorias daquele país). Nesse mundo haveriam civilizações humanas desde tribos a grandes civilizações equivalentes aos Khmer ou aos maias, incas e astecas, dentre outros povos.

Athas na Era Verde?

Re:Representatividade de minorias e não tão minorias nas mesas
« Resposta #7 Online: Outubro 30, 2013, 04:30:45 am »
Juro que não pensei em Athas nessa época, Eiroth. Até pq de Dark Sun só conheço pouco e da era atual. Sei que na Era Verde os halflings que dominavam, né?


Nesse meu cenário da árvore titânica ou Árvore da Fundação, existem não só humanos (nenhum caucasiano, mesmo que eu pudesse incluir equivalentes a indianos), como diversos povos de raças estranhas, como os Aribu (aves humanóides multicoloridas), Gri-Ikre ("insectoides" de 8 patas e muito adaptáveis, sempre com tons de ferrugem, meio inspirados nos Fractius de Magic), Vadranor (povo humanóide azul de 4 braços e traços caucasianos, com homens meio andróginos em geral e mulheres exuberantes. Povo bem orgulhoso esse), Ulankutan (povos-macaco, tipo yeti ou sasquatch), Kurog (os reptilianos), Luonosh (povo molusco com aparência ainda a ser melhor definida), Hitong (povo raro de seres reptilianos com a parte inferior serpentiforme e dreadlocks ósseos com ferrões). Além dos Ramanirat, o povo planta de semideuses, todos hermafroditas e bem poderosos. Falta definir as principais civilizações humanas e de algumas dessas raças.


Devo começar esse sábado a mesa de soft sci-fi e de diferente até agora só a idéia de uma raça humanóide de 3 gêneros e de detalhe estético incomum/deformidade física um imortal albino totalmente sem pêlos.

Offline Heitor

  • Demagogo
    • Ver perfil
Re:Representatividade de minorias e não tão minorias nas mesas
« Resposta #8 Online: Outubro 30, 2013, 12:00:57 pm »
Halflings são da Era Azul, onde só tinha mar e biocidades flutuantes.

A Era Verde era o cenário de fantasia comum, mas tendo essas culturas como referência ao invés do eurocentrismo padrão.
« Última modificação: Outubro 31, 2013, 11:48:07 am por Eiroth »

Re:Representatividade de minorias e não tão minorias nas mesas
« Resposta #9 Online: Outubro 31, 2013, 02:13:08 am »
Eu disse que de Dark Sun conheço quase nada, especialmente esses detalhes do passado distante XD

Offline John Roland

  • João-Aragorn, pra quem lembra.
    • Ver perfil
Re:Representatividade de minorias e não tão minorias nas mesas
« Resposta #10 Online: Novembro 18, 2013, 09:44:46 pm »
Joguei com um monge negro com Dreads, numa mesa de D&D, nada de difeente, diria.

Quanto às questões de sexualidad,e muito comum minahs campanahs terem NPCs homossexuais ou bissexuais, e  no geral os jogadores reagem normalmente.